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{Damien}

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{Damien}

     — Damien. — Nathaniel chama, a voz baixa ecoa no quarto escuro e retiro a coberta da cabeça olhando por entre os lençóis.

     Sorrio ao ver seu rosto e levanto a lanterna, meu irmão aperta os olhos e faz uma careta.

     — Abaixe isso! — manda ainda em sussurros e abaixo a luz escondendo-a entre as cobertas.

     Meu irmão mais velho fecha a porta e anda silenciosamente até minha cama, entrando debaixo das cobertas comigo e rimos enquanto cobrimos as cabeças e a lanterna brilha mostrando meu caderno cheio de desenhos.

     — Dante irá bater em você se o ver desenhando. — ele diz e dou de ombros.

     — Eu vou apanhar de qualquer jeito mesmo. Então por que ficar sem fazer o que eu gosto? — continuo a rabiscar e Nate fica em silêncio observando.

     — Damien, você acha que vai casar? — ele pergunta de repente e rio baixo. O adolescente de dezesseis anos franze a testa e cruzo os braços mostrando que está falando sério.

     Dou de ombros.

     — Ninguém irá gostar das minhas cicatrizes, não acho que alguém vá querer casar comigo. — falo observando o papel e Nate puxa o lápis de minha mão. — Hey!

     — Shiii! — ele coloca o dedo indicador entre os lábios e revira os olhos. — Suas cicatrizes te tornam forte.

     — Então quem não tem cicatrizes é fraco? — cruzo os braços também e Nathaniel nega, fazendo uma careta e jogando o lápis sobre o caderno.

      — Você não pode ver as cicatrizes de todos, Damien. Alguns têm cicatrizes internas, e alguns, como você, tem também as externas. Isso não te torna horrível, irmãozinho — ele bagunça meus cabelos e depois suspira — Um dia você irá se casar, mas eu vou ter ido embora.

     Fico em silêncio e prendo os lábios entre os dentes, apertando o lápis.
     — Pretende ir embora?

     Seus olhos encontram os meus e ele sorri.

     — Você não precisa de ninguém garoto, mas me prometa, que mesmo não precisando irá encontrar a felicidade ao lado de alguém — ele estende o braço e largo o lápis pela milésima vez naquela noite.

      Sorrio batendo nossas mãos em um aperto firme.

     — Eu prometo! — depois de um tempo franzo a testa e faço careta — Daqui muito tempo, eu só tenho doze anos! Vai demorar.

     Sinto meu coração bater forte e sei que Maeve está por perto. Sentir o reflexos de seus batimentos é como um laço que nunca poderia explicar, como um fio que nos liga, batendo cada vez mais rápido, cada vez mais intenso.

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