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{Maeve}

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{Maeve}

     Tento levantar, meus ferimentos não estão curando, pressiono a mão sobre o abdômen, o sangue mancha minha pele, escorrendo por meu corpo, a terra absorvendo cada gota, o céu escurecendo e a lua desaparecendo, como se a natureza soubesse que o fim se aproxima. Como se todos os sinais estivessem se mostrando, preparados para receber a morte.

     Mas eu não estou pronta para morrer. 
     
     Quero levantar, usar meu poder, quero lutar e cortar a cabeça de Nathaniel. Mas estou fraca, meu corpo não obedece, não consigo. Meus olhos ardem e minhas mãos forçam meu corpo para trás, deslizando sobre o sangue e terra. Meu corpo se recusa a desistir, e enquanto o meu oponente dá passos em minha direção, eu rastejo para longe, tentando ganhar tempo para me levantar.

     Eu tento e fracasso novamente, escorregando no sangue, as pedras cravando em minha pele. A frustração toma meu corpo, um arrepio percorre minha pele, um aviso. Não sou invencível.

     Não. Sou. Invencível.

     Olho ao redor, o chão coberto de sangue, milhares de corpos caídos, milhares de mortes, de sacrifícios, tudo por uma guerra, tudo por ódio, um ódio que não era direcionado à eles, mas os afetou. Muitos ainda lutam, a guerra não acabou, só acaba quando todo um lado for morto, só acaba quando o vencedor for declarado.

     Nós não podemos perder. Não podemos morrer.

     Apoio o braço na terra, minha cabeça gira, forço minhas pernas a se mexerem, fico de joelhos. A sombra grande me cobre, levanto o olhar. Os olhos vermelhos brilham, o sorriso vitorioso.

     — Você acha que me matando tudo irá acabar? — cuspo sangue, tento respirar mas o ar parece denso, engasgo. — Eles vão te derrotar!

     — Você sabe que é a mais poderosa aqui, se você não consegue, por que eles conseguiriam? — a voz assombra meus pensamentos, suas palavras são cortantes. Suas presas à mostra em um sorriso ainda maior. — Acabou, Maeve. Seu poder será meu, seu reino e todos estarão em meu domínio! — a lâmina da espada brilha, sei que ele irá me matar, então apenas me permito acreditar que eles conseguirão, não porque tem poder, mas porque eles tem motivo para lutar. Eles lutam um pelos outros, para fazer justiça e vingança àqueles que foram tirados deles.

     Permito-me escutar os gritos, sei que estamos ganhando, sei que estou sendo uma distração perfeita para que derrotem Nathaniel, sei que assim que me matar ele estará tão confiante de si que não prestará atenção. Minha morte trará raiva, revolta, trará a vitória. Eu confio neles, minha família, meus amigos.

     Eu me permito confiar, e em muito tempo sinto que tenho pessoas para me apoiar, sinto que posso cair e eles seguirão, serão vitoriosos.

    Abro os olhos, Nathaniel ri enquanto a lâmina corta o ar, caindo lentamente enquanto engasgo, o sangue respinga, o grito corta minha garganta e meus olhos se arregalam com uma respiração que fica presa.

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