Uma garota desperta na floresta, sem memória, sem nome, sem passado e sem ninguém em quem pode confiar.
Ajudada por Nickolas e Elisa, ela começa a descobrir coisas sobre si mesma e sobre o mundo que até então não lembrava serem reais, como as criatu...
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Damien
A morte é uma grande filha da puta.
Retiro as lascas de madeira presas em meu corpo e solto um quase rosnado, os lobos estariam orgulhosos. Reviro os olhos.
Maldição! Aquelas coisas horrorosas me pagam!
Minha mão está totalmente suja de sangue, meu peito está aberto enquanto puxo os últimos resquícios da árvore. A madeira causa uma grande dor, fazendo-me desejar arrancar a cabeça do primeiro que aparecer na minha frente.
Merda! Prendo um grunhido quando meu peito fecha, tendo certeza que não há mais nenhuma lasca em meu corpo. Levanto, minha camisa está totalmente rasgada na frente, sem me importar com a roupa suja sigo em direção a caverna.
Olho uma última vez para trás. O galho que estava preso em meu corpo agora está totalmente quebrado. Eu odeio morrer, mas o meu ódio é ainda maior porque fui fraco.
Maeve foi levada.
Aperto os punhos e me transformo. Vou caçar cada um deles e matá-los, vou atear fogo no mundo, e não me importo quem morra, mas vou trazer a garota demônio de volta! E se alguém tentar me impedir, vou adorar arrancar a cabeça.
A caverna está destruída, a entrada está impedida por rochas enormes e as plantas foram esmagadas totalmente. Olho em volta. Eles não devem ter sido tão idiotas e lerdos para morrerem, pelo menos um deve ter escapado. E não me surpreenderia se fosse o bruxo, ele conhece esse local, deveria estar preparado, não é possível que eu seja o único inteligente!
— Damien? — a voz ecoa e fecho os olhos fortemente. A voz da bruxa é uma lembrança constante de meus erros ao confiar nas pessoas.
Viro-me para ela percebendo a presença dos outros ao seu lado. Nenhuma morte. Uma pena.
— Ótimo, achamos seu irmão, agora precisamos achar Maeve — Drak fala. Quero bater nele, quebrar cada osso e retirar cada gota do seu sangue. Se ele tivesse impedido Maeve de sair, ela ainda estaria aqui.
— Eles a levaram. — Meus dedos se apertam em punhos, contenho a vontade de descontar meu ódio nas árvores e arrancá-las para jogá-las longe. Isso não traria Maeve de volta.
— O que quer dizer com eles a levaram? — Nickolas pergunta e rio amargo dando um passo à frente.
— Que a convidaram para uma festa do chá e como Maeve ama se enturmar, aceitou!
Sua expressão é de incredulidade.
— Consegue brincar com a situação?! — grita. As mãos fechadas ao lado do corpo. — Não deveria estar surpreso, você sempre a odiou por minha causa!
