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· Nickolas ·

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· Nickolas ·

     As árvores passam rápidas enquanto corro por entre elas. O vento é cortado por minha velocidade, sinto o cheiro do sangue do animal a uma boa distância, vejo o cervo com um ferimento superficial parado perto de uma clareira. Minhas presas crescem, meus instintos ficam mais aguçados e me preparo, o cervo vira para mim, e em segundos estou atacando. 

     Como um animal faminto. 

     Um animal não. Um monstro.

     O cervo nem mesmo tem tempo para se debater e quebro seu pescoço. Respiro fundo e me forço a beber seu sangue. 

     Um animal inocente. 

     Lembro quando Maeve me falou que eu não era um monstro se apenas faço o necessário para sobreviver. Mas ela está errada. O que eu faço é desumano, o que eu sou é a prova que não resta nada de bom em mim, sou um monstro. 

     O sangue passa por minha garganta, quente e doce. Maeve perguntou uma vez qual era o gosto de sangue e eu não respondi, para um vampiro é tão bom e tão viciante que não queremos parar. Monstros sanguinários, que só querem mais e mais, até secar o corpo e ir para o próximo. É isso que o gosto bom do sangue faz, te torna um monstro, eu virei um. 

     Passo a mão na boca, ela volta manchada com sangue, assim como deve estar meu rosto. Olho para o corpo do animal e engulo em seco, ainda com o gosto do seu sangue no paladar. Levanto, apoio-me em uma árvore.

     — Não lembrava de você com tanta amargura. — Arregalo os olhos com a voz, viro rapidamente, encarando os olhos âmbar que se destacam na escuridão da noite. 

     — Dominic — sussurro e ele sorri com as presas à mostra. 

     — Damien me falou que estava com saudades e eu resolvi fazer uma pequena visita. Vejo que vai muito mal irmão, Damien está mesmo te enchendo a paciência dessa maneira? — Cruza os braços e continuo em silêncio. — Não mudou nada nesses últimos anos. — Ri amargo e suspiro.

     — O que é que vocês querem? Não fizeram o suficiente?! — acabo gritando e ele sorri com uma pitada de tristeza.

     — Queremos que você sofra, que sinta dor Nickolas. Queremos te quebrar — diz e vou para cima dele. 

     Dominic me joga em uma árvore que se parte. Levanto e aperto os punhos. 

     — Bem que Damien avisou que você estava mais fraco. — Ri novamente e encaro seus olhos mudando para um tom mais escuro e fosco, as veias aparecendo no rosto. — Mas também está mais determinado. O que te mudou, irmão? Foi a tal garota, como era o nome? Maeve? — Arregalo os olhos, sem nem perceber quando ele vem para cima de mim. 

     Caio, e quando tento levantar Dom finca um pedaço de galho na minha barriga. Urro de dor e Dominic levanta sorrindo. 

     — Vocês dois sempre foram os mais amorosos — a voz de Damien ressoa divertida e retiro o pedaço de árvore do meu corpo. 

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