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{Maeve}

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{Maeve}

     P-pelos desejos e pel… — a demônio gagueja ao ler a última sílaba e olha a mais velha assentindo com um sorriso doce, encorajando a criança.

     A menina respirou fundo antes de continuar a ler o livro grosso em suas mãos.

     — Pelos desejos e pelo poder. A princesa tomou a espada — mais uma lufada de ar saiu de seus lábios ao passar os olhos pelas palavras — nas mãos e e-empunh-nhou — ela respirou e se acalmou ao continuar — a arma e erguendo-a no ar, gritou a frase. A montanha era dela. E o desejo e poder também. Ela venceu.

     A pequena passou a próxima página vendo o grande "FIM" exposto. Ela franziu a testa e negou.

     — O que foi, Maeve? — Aizzy perguntou acariciando o cabelo da criança.

     — Acabou! — a voz aguda exclamou e a mais velha riu e assentiu. — Não, não! Não pode acabar! O amor da vida dela morreu! Ela tem que salvá-lo! — ajoelhou-se na cama largando o livro — Isso não foi um final feliz!

     Aizzy segurou os ombros de Maeve, o olhar da garota estava suplicante. A demônio mais velha suspirou e segurou a menina de seis anos nos braços.

     — Nem sempre, Maeve, — ela sussurrou aconchegando a menor — uma história terá um final feliz.

     O corpo do lobo está manchado com sangue, meus olhos jorram lágrimas e o grito silencioso me escapa, meu corpo treme de raiva e medo.

     Não, não, não! Não!

     Meu corpo convulsiona com soluços e falta de ar, meu coração quase não bate, meu corpo parece flutuar e a leveza não é uma sensação boa. Estou sendo arrastada para o sofrimento, para um lamaçal de dor e escuridão.

     Zariel sangra com uma das asas arrancadas, ele se contorce de dor enquanto eu corro até o lobo e seguro seu rosto entre as mãos, desesperada, os dedos acariciando o pelo ensanguentado. O corte na lateral de sua face mancha seus pelos negros com o líquido vermelho.

      Suas patas cederam quando solucei e o híbrido caiu no chão, levando-me a ajoelhar ao seu lado enquanto choro. Os pelos começaram a sumir e seu tamanho a diminuir, seu corpo voltando para a forma humana.

     Damien estava coberto apenas por sangue, de sua boca escorrendo o líquido escarlate, o corte saindo desde o canto de sua testa até o maxilar.

     — Damien… — chamo em um fôlego trêmulo, seus olhos encontrando os meus, vagos e mais calmos, tão delirantes quanto na vez em que me revelou seus segredos. — Eu vou salvá-lo, vou salvá-lo eu juro, não deixarei você morrer! — falo apressada, meu coração doendo enquanto o encaro sangrar, meus medos tornando-se reais, meus pesadelos me assombrando e as lágrimas queimando mais do que magia da luz. Cada uma escorrendo por meu rosto e pingando no corpo nu de Damien.

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