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     Quando acordo já é tarde, o sol se encontra em seu ápice, o suor escorre por minha testa fazendo com que os fios castanhos grudem no meu rosto

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     Quando acordo já é tarde, o sol se encontra em seu ápice, o suor escorre por minha testa fazendo com que os fios castanhos grudem no meu rosto. Levanto, o corpo dolorido e a preguiça me atingem fazendo com que eu queira me deitar novamente. Coloco os pés com os curativos no chão já não sentindo nenhum vestígio de dor. Ando até o guarda-roupa pegando uma toalha e um vestido solto. 

     Como no modo automático entro no banheiro e tiro a roupa e os curativos, ligando a água e tomando banho. Quando termino, puxo a toalha e me seco, depois torço o cabelo com ela, vestindo-me em seguida. Saio do banheiro penteando o cabelo e dando de cara com Nickolas sentado na cama.

     Seu olhar é carinhoso, os dedos entrelaçados em cima das pernas, a calça moletom solta e a camiseta azul sem mangas o deixam com um ar mais jovial e descontraído. Ele sorri, as covinhas aparecendo, um fio castanho claro caído em sua testa fazendo com que eu sorria de lado.

     — Você não cansa de dormir? — Ele acompanha meus passos até a penteadeira com o olhar. 

     — O intuito de dormir não é descansar? — rebato, olhando-me no espelho e em seguida desviando o olhar para a peça do anjo, a segurando, passando o dedo pelos detalhes das asas. — Nickolas, qual seu fetiche por anjos? — Ele engasga e o encaro pelo espelho.

     — Você... O que você... — Seu olhar vacila do meu rosto para minhas costas e descendo, logo em seguida fecha os olhos bruscamente, balançando a cabeça como se isso o livrasse de certos pensamentos. Sorrio de lado, permitindo-me imaginar quais pensamentos seriam esses. 

     — Estou falando da estatueta, Nick. — O apelido é debochado e suas íris castanhas finalmente notam a peça em minha mão, ele assente em alívio, levantando e rapidamente se pondo ao meu lado. 

     — Não é minha, foi de alguém que já morou nessa casa um dia. — Arqueio uma sobrancelha.

     — Um dos seus antepassados? — Viro meu corpo para encará-lo.

     — Digamos que tão próximo quanto. — Assinto colocando o anjo no mesmo local de antes. 

     — Uma verdade mascarada, interessante — sussurro mesmo sabendo que ele ouve, porém ele não questiona, e muito menos discorda. Mas não vejo motivos para questioná-lo sobre sua família, eu também estou escondendo muitas coisas. — Você trabalha? — Mudo de assunto drasticamente. 

     — Não, eu vivi por mais de cem anos, além dos meus parentes terem tido muito dinheiro nas outras épocas, digamos que tenho dinheiro suficiente para mais cem anos. — Ele pisca e rio.

     — Se acabar é só hipnotizar alguém que trabalhe em um banco, terá todo dinheiro que quiser. — Dou de ombros e ele franze a testa, ainda sim sorrindo.

     — Isso seria roubo — comenta e sorrio de lado, estalo a língua no céu da boca e nego.

     — Você disse que se alimenta de bolsas de sangue ao menos uma vez ao mês. Para consegui-las não creio que saia pedindo por doação, então a maneira mais óbvia é... 

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