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     A garota ouvia os gritos de cada um que zombava dela a minutos atrás

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     A garota ouvia os gritos de cada um que zombava dela a minutos atrás. Sentia seu sangue ferver e a visão ficar vermelha, ela sabia que estava sendo dominada, mas não queria parar, queria mais. Queria o sofrimento daqueles que a fizeram sofrer. 

     Seu corpo esquentava juntamente com a raiva que borbulhava e crescia em seu ser. A visão da menina de cabelos laranjas avermelhados se contorcendo, enquanto sua mão estava estendida para aumentar o impacto da dor da garota no chão, lhe confortava.

     A última, a que deveria sofrer mais pelas coisas que disse e fez. 

     — Está gostando Camille? — perguntava a garota agora levantando a outra mão. 

     — Pa-pare! — A garota uivava de dor, lágrimas escorriam em sua pele pálida, roxa, quase sem ar. 

     — Eu pedi para pararem, Camille. Vocês pararam? — perguntava a mais nova. A outra manteve-se calada, apenas resmungando pelas dores, o sangue escorria pelo seu nariz. — Vocês pararam, Camille?! 

     A garota ouvia os gritos da menor se dissipando, sua visão ficou turva e o ar lhe faltou, sentia o gosto metálico na boca, e de seus olhos agora não eram mais lágrimas, era sangue.

     Ela sentiu seu coração sendo esmagado dentro do corpo, sem ao menos ser tocado. 

     — Veja, Camille — disse a pequena abaixando as mãos e somente encarando a outra, causando menos agonia. A menina caída ao chão respirou fundo o máximo que pôde, porém ainda podia sentir dores, muitas. — Olhe para isso.

     A maior ergueu o olhar para onde o monstro que a torturava mostrava. O arredor estava coberto por sangue, não só o dela, mas de seus amigos. 

     Camille passeou com os olhos sem poder mexer-se muito, olhava corpos e sangue cobrindo aquela área do pequeno bosque que iam para se divertir, brincadeiras que favoreciam somente seus amigos e ela. 

     — Veja que magnífico! — A menina riu contemplando seu trabalho. — Antes era eu ali!

     Camille olhava para uma árvore onde havia um dos corpos pendurados, seu amigo Taik, agora desacordado pela surra que levou, cortes na testa e na barriga, e sangue escorrendo pelo corpo banhando o tronco e o chão.

     A garota caída no chão sabia ao que a pequena se referia, Noite Vermelha, ela tinha todas as lembranças gravadas, mas não mais do que a pequena.

     Ao olhar mais para os lados via os corpos de mais crianças entre oito e dez anos, a loira, Kiliy, estava acordada, entretanto sua voz não saía, somente soluços ecoavam, resultados da dor de seu braço direito e sua perna esquerda quebrados. "É para combinar", foi o que disse a pequena enquanto quebrava a melhor amiga de Camille.

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