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     A batida soa na porta e fecho o livro, a luz da lua não está presente e por isso deixo as luzes acesas facilitando minha visão, mesmo que meus sentidos sejam aguçados não consigo ter tanto foco por agora

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     A batida soa na porta e fecho o livro, a luz da lua não está presente e por isso deixo as luzes acesas facilitando minha visão, mesmo que meus sentidos sejam aguçados não consigo ter tanto foco por agora. Os últimos acontecimentos tem me atormentado, fazendo-me repassar cada momento vivido na mansão dos Villassa.

     — Entre — digo.

     Nickolas abre a porta hesitante, a camisa social bege e a calça moletom branca o deixa com um ar angelical, os olhos azuis profundos enfatizando esse estereótipo. 

     — Achei que deveríamos conversar — fala fechando a porta atrás de si, aponto para a cama. 

     O homem se aproxima sentando e solta algo parecido com um suspiro, surpreendendo ao puxar-me para um abraço. Não era essa a reação que eu esperava. 

     Ajeito-me na cama e ele deita, fico ao seu lado, um de seus braços passa por trás da minha cabeça e o outro segura minha cintura. O silêncio segue e fico impaciente.

     — Teremos que falar sobre isso em algum momento, odeio deixar coisas inacabadas, já tenho assuntos mal resolvidos demais. — Sou direta. 

     O vampiro assente quieto.

     — Não sei o que espera que eu fale, e nem ao menos sei o que dizer. Fiquei em choque, ver você comendo a carne humana sem nem hesitar foi... Estranho. — Comprime os lábios finos e me preparo para falar, mas ele me interrompe. — Antes que diga que estou te julgando, não estou. Você uma vez me disse que eu precisava de sangue humano para sobreviver, e acabei comentando com Freshand sobre demônios e ele me explicou que a espécie se alimenta de carne humana e de outros tipos de seres. É sobrevivência, é o que te permite viver, e eu não vou dizer que me agrada, isso é horrível, mas não é nossa culpa sermos o que somos, é o preço que pagamos. E se é comer isso que te permite continuar comigo, não vou falar nada sobre. Não tenho esse direito — finaliza me olhando e acaricia meu rosto.

     Pisco, surpresa. Essa com certeza não era a reação que eu esperava.

     — Esperava que fosse dizer que tenho que achar outro modo de me alimentar, ou se eu poderia continuar somente com comida humana. — O fito, vendo seu olhar culpado pela impressão que deixou. — Eu já havia lido sobre o que alimenta um demônio, e me segurei ao máximo, mas, sinceramente, não quero mais me segurar e me privar de ser o que sou. — Dou de ombros, ele assente puxando-me mais para si, hesitante.

     — Desculpe-me por sempre me meter em sua vida, eu tento ver o que é melhor para você, mas esqueço que é você quem tem que decidir. — Seus olhos tem um brilho culpado, tanta culpa e angústia me atraem de um modo que não entendo.

     O beijo calmamente, tocando seu peitoral e deslizando minha mão sobre o tecido de sua camisa. Movo a mão entre o pano e adentro a camisa tocando sua pele rígida e arrepiada. O arranho e ele intensifica o beijo. Nickolas me faz querer descobrir seu interior, faz-me desejar enlouquecê-lo, tirar sua calma, vê-lo de outra maneira, entorpecido ao ponto de virar selvagem, como quando lutou por mim. 

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