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     O tempo não é algo que podemos controlar

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     O tempo não é algo que podemos controlar. Ele passa na mesma medida sempre, o que muda são as nossas percepções.

    Eu poderia dizer que em três semanas melhorei o controle não só dos meus poderes como dos meus pensamentos, mais lembranças de diversos momentos chegam e já não sinto dor alguma quando acontece. Aos poucos estou retirando o bloqueio da minha memória. 

     Três semanas. Vinte e um dias. Pouco menos de um mês. Eu diria que isso é muito tempo para uma pessoa que busca muitas coisas. 

     — Um pensamento vale quanto dinheiro? — Dominic sorri sentando ao meu lado no sofá. 

     — Acho que depende do pensamento — murmuro e o vampiro assente levando um copo com o líquido vermelho vivo aos lábios. 

     — Mas como saberíamos quanto devemos pagar se ainda não sabemos qual o pensamento? Logo, acho que primeiro deveria ser contado — pontua franzindo a testa.

     — Mas depois que soubesse o pensamento, porque precisaria pagar? — Encosto no sofá, cruzando os braços enquanto passo a língua nos lábios secos.

     — Este é o ponto. Um pensamento não tem valor, porque ele é inestimável. — Sorri e volta a beber o conteúdo do copo.

     — Um ótimo jeito de perguntar o que estou pensando. — Acabo rindo e nego com a cabeça. Dominic me acompanha com os olhos amarelos brilhando de curiosidade. — Se um pensamento é inestimável, ele tem um valor alto demais para eu revelar algum dia, logo, acho que pensamentos devem continuar em segredo. — Pisco e ele bufa também encostando no sofá. 

      — Injusto. — Dou de ombros. — Certo. Isso significa que não vai me contar? — insiste e o encaro novamente. 

     — O quanto você já desejou muito alguma coisa? Um sonho que parece estar muito distante. — O dourado de seus olhos escurecem e ele suspira. 

     — Eu estou tentando descobrir seus pensamentos ou o contrário? — murmura com um toque de humor.

     — Talvez os dois — digo sem muita importância. 

     — Já desejei muitas coisas intensamente, quando virei vampiro tudo só aumentou, o desejo virou obsessão. Acho que é por isso que somos considerados tão perigosos. Desejar algo nos torna monstros.

     — Então qualquer um é um monstro, pois todos desejamos alguma coisa. — Suas mãos passam em seu rosto que se desfaz em uma careta. 

     — Você tem sempre algo para dizer, não é?

     Rio.

     — Você também tem. — Encolho os ombros e levanto determinada a continuar a reler o livro sobrenatural que virou minha companhia durante as noites. 

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