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{Maeve}

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{Maeve}

     A porta é aberta e Nolly fica com a respiração irregular, puxa o ar profundamente e se encolhe ao ver Jaul. Ele sorri, olha para a criança e depois para mim. 

     Abaixo o olhar e finjo que estou cansada demais, que não suporto o peso do meu corpo, que estou sem nenhuma força. Perto da verdade, mas ainda não é totalmente. Eu ainda posso observar, e é disso que preciso, por enquanto. 

     — Eu disse que voltaria para nos divertirmos — sua voz ecoa, suas mãos retiram minhas correntes e tenho vontade de enforcá-lo, rasgar sua garganta e ouvir seus gritos.

     Mas sei que estou fraca e Jaul acabaria comigo. Tenho que ser esperta, como disse à Nolly.

     Sou carregada para fora, deixo os olhos entreabertos, observando as paredes iguais, viramos para a direita, e depois para a esquerda. Não há janelas no caminho e nenhuma porta que indique uma saída. Seguimos reto por muito tempo até uma porta ser aberta.

     Sou amarrada em uma cadeira de metal, vejo objetos afiados em uma bandeja e um recipiente com um pó branco e brilhante, algum líquido é adicionado na mistura e o colocam na agulha que vem em minha direção. Seja lá o que for, isso me enfraquece, e eu odeio estar vulnerável. Luto contra a agulha, mas estou sem comer há dias e perdi muito sangue, apenas canso mais rápido e o líquido é injetado em meu organismo.

     Sinto meu interior queimar do pior jeito que poderia existir, grito, é como olhar para uma luz muito forte e não conseguir enxergar nada além. A luz pode afastar a escuridão, mas não tenho certeza de que no meu caso isso seja algo bom. Meu poder está esvaindo, saindo de meu corpo, de modo que não consigo mais senti-lo. Isso poderia ser como morrer? 

     Porque uma parte minha já está morta. 

     — Vamos começar a diversão — a voz asquerosa fala em meu ouvido. 

     Grito quando um ferro quente é pressionado em minha barriga, perfurando a pele. A queimação é uma lembrança constante de que estou sendo humilhada, e a raiva é o que se sobrepõe, minha mente vai e vem, como lapsos para se livrar da dor.

     Foco na raiva. Foco no ódio que cresce dentro de mim. 

     — Pode gritar o quanto quiser. Não há ninguém para vir por você. Todos estão mortos. — Jaul ri, voltando a pressionar o ferro por meu corpo. Solto gritos e xingamentos, não tenho certeza do que falo.

     Minha mente está presa em uma névoa sombria, repetindo as mesmas palavras. 

     Vou matá-lo. Vou matá-lo. Vou matá-lo. Quero que ele sofra. Quero que pague com sangue, que grite e implore pela morte. 

     Ele os matou e irei matá-lo!

     — Eu lembro quando você nos destruiu naquela batalha. — Forço-me a olhá-lo, desejando fazer o ferro quente atravessar seu corpo. — Agora — mexe na bandeja pegando uma furadeira e ri, voltando a me encarar — eu quem destruí todas as pessoas que existiam na sua vida. 

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