Capítulo 50

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Maia

Já perdi a conta de quantas vezes  tentaram me matar, mas o episódio daquele maldito, foi algo que eu nunca esquecerei.

Foi horrível e por um instante eu pensei que morreria.

Quando o carro começou a capotar, o meu corpo simplesmente voava de um lado ao outro, pois não tinha cinto de segurança.

E engraçado que sobrevivi.

Àqueles homens não sobreviveram e durante àquele tempo que eu esperava o Noah me tirar daí, foram os minutos mais aterrorizantes que vivi.

Se não fosse ele , eu teria morrido com eles.

Sei que não fez mais nada do que o seu trabalho, ainda assim sou a grata.

Estava assustadíssima, mas ele estava aí por mim e para mim.

Fiquei sabendo que a Giselle foi atingida ainda no restaurante, vou vê-la e saber como está.

Bom, ela não pode se queixar, afinal de contas sabia dos riscos quando aceitou ficar com o Aaron.

— Oi..._ digo abrindo a porta. Ela parecia instável. — Giselle?

Ela põe-se a chorar e eu sem entender nada, com cuidado fui lá e dou um abraço nela.

— O que se passa? Está tudo bem.

— Não, não está tudo bem.

—  O que foi?

— Eu perdi o meu bebé.

—  Oh, não! Querida, lamento tanto.

—  Estou tão destroçada.

— Eu sei, querida. Eu sei, mais uma vez lamento muito.

— Levámos tanto tempo para engravidar, foi tão difícil e agora simplesmente foi.

— Mas não está perdido, vocês podem tentar mais uma vez.

Ela não comenta, afasta-se de mim e pega no lenço de papel.

— Se o teu segurança não tivesse me largado e ido através de você, ter me trazido ao hospital, meu bebé talvez teria se safado. O médico disse..._ parou de falar pôs-se a chorar

Fiquei indignada.

—  Não queira colocar as culpas nele, por favor. É um momento delicado e...

—Por que não? É a verdade.

— A verdade é que ele trabalha para mim, ele é pago para proteger-me. Olha, só estás abalada, vou deixar-te. Tenta descansar.

— A culpa é dele sim.

— Dele? Onde estava o teu marido quando isso aconteceu?_ ela não responde.

Com dificuldades, saio do quarto.

Inacreditável a atitude dela, o Noah não tem culpa. Deveria culpar o marido por ter lhe deixado.

Apesar desse equívoco dela, ainda sinto muita pena dela.

Ela queria muito um filho do Aaron, não sei se foi a única forma que achou para ficar com a fortuna dele, mas ela queria muito um filho dele.

— Ah, não..._ digo assim que ouço a voz do Greco vindo do quarto onde estou internada.

Ele gritava com a tadinha de uma enfermeira.

— Greco! _ele se vira e a enfermeira sai tremendo. — O que foi? Porquê é que está a gritar com ela?

— Por que saiu?_ ele diz segurando no meu rosto.

Ele estava muito atencioso, admito.

— Só fui ver a Giselle. _ Ele me coloca no colo e delicadamente me deita na cama.

— Por que não me disse que ela também estava aqui? Perdeu o bebé, sabia?

— Sim, o Aaron contou-me.

—  Que pena.

— Ela arranja outra forma de ficar com o dinheiro dele.

Não comento. Ficámos apenas a nos encarar.

Ele me tratando dessa forma, começo a reconsiderar muita coisa, e eu tenho medo disso.

Tenho medo de voltar a me apaixonar por ele.

Eu sei que com o Noah posso ser mais feliz, e o Greco, foram as inúmeras vezes que ele abusou de mim.

E não posso fingir que isso nunca aconteceu.

— Lembro-me do primeiro dia que eu vi você..._ ele começa.

Ele entrelaça nossas mãos.

— A tua inocência e pureza foi o que me atraiu, parecias tão perdida...

— Na verdade estava. Nunca frequentara lugares assim em toda minha vida.

—  Eu sei, eu sei.

—  Quero que me prometa algo, por favor.

— O que foi?

— Você não vai interferir em nada, deixa a Polícia a tratar disso.

—  Eles são incompetentes.

— Greco... Eu não quero estar novamente a ser interrogada como se eu fosse uma criminosa, deixa a Polícia tratar disso.

— Está bem.

— Está bem? Então não tem noção de nada?

— Não.

— Greco.

—  O que quer que eu diga?

— Fica fora disso.

—  Está bem, como quiser._Ele beija os meus lábios. - Mais logo passo aqui.

— Aonde vai?

— Resolver uns assuntos pendentes e não se preocupe, não está relacionado ao que aconteceu.

—  Vou confiar em você.

Ele sai e eu deito minha cabeça na cama.

Eu sei que ele irá descobrir quem está por trás disso e também sei que assim que o souber irá matá-lo.

Não posso ficar aqui por muito tempo.

Cada dia que passa é um dia sem o Ethan, e tudo que eu quero agora é tê-lo nos meus braços.

Pego no meu telemóvel e ligo para o Sargento.

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