Cap. 75

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Nolan

— Nolan... Que surpresa.

—Tens um minuto?

— Claro, entre.

Entro e ficamos parando nos olhando. Ele provavelmente esperava que eu explicasse o motivo de eu estar aí.

— Está tudo bem com a sua mãe? Eu saí a pouco do hospital e ela está...

— Não, não tem a ver com a minha mãe.

— Está bem... O que se passa?

Suspiro antes de abrir o jogo. Conversas desse género eu falava com o meu pai.

—O meu Sargento... _ faço uma pausa e coço a garganta. — Sugeriu que eu tivesse um acompanhamento psicológico devido ao que ocorreu. Não quis falar com alguém desconhecido.

— Sinto-me lisonjeado. Sente ou deite, o que preferir.

Sento-me e ele senta também.

—Não precisa anotar nada, só me ouça.

— Está bem. Mas vou precisar que seja sincero com as suas respostas. Como se sente?

—Mal.

— Com o que exatamente?

—Minha mãe está num hospital, um amigo morreu, perdi a mulher da minha vida. Sinto-me culpado...

—  Pelo seu colega?

—Por tudo. Sinto que podia ter evitado muita coisa...

— Se...?

—Se não me tivesse envolvido com uma mulher casada.

—Você não sabe disso. Quem lhe garante que o Greco não pegaria sua mãe quando descobrisse que era um agente infiltrado?

Não respondo.

—  Imagino que também esteja com raiva. Há uma pessoa específica que queira despejar essa raiva?

— Greco De Luca. Quero matá-lo.

—A Olívia está viva e se recuperando muito bem. O seu amigo, que a terra lhe seja leve, já não há nada que se possa fazer e a Maia...

—Sei que ela é sua paciente... Falou com ela?

— Não.

—Estou com raiva dela também... Por não entender o meu lado.

— Ela é uma mulher muito sensível, frágil e com sérios problemas...

— O que quer dizer com sérios problemas?

— Teve relações complicadas com os homens que passaram na sua vida... E prontos, ela te via como, bom uma âncora. Você transmitia paz a ela, ela sentia-se bem ao teu lado e é normal que fique desse jeito.

— Mas eu já lhe disse um milhão de vezes que não tive alternativas.

— Isso não muda o facto de lhe ter ferido.

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