Cap. 77

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Maia

Alguns dias depois

— Não quero ofendê-la ao dar isso... Mas são coisas que comprei e quero que... _ digo assim que a senhora de cinquenta e poucos anos abre a porta para mim.

— Não ofendes... Entre. _ ela diz sorridente.

O meu pior pesadelo finalmente está a acontecer. O dia chegou em que terei de ir embora sem levar o meu filhote.

E para piorar, porque admito que eu esperava alguma falha dela, ela é uma senhora doce, amável e sei que o Ethan estará bem com ela.

Tem uma casa simpática e acolhedora, inclusive ajudei ela a decorar o quarto do Ethan.

A vontade de roubá-lo para mim e fugir era imensa, mas eu não poderia fazer isso à Mrs. Cyrus, e talvez a Tessa quereria isso também.

Contou-me o que houve com a filha e pronto, entendi. E apesar dela estar a fazer isso porque em parte se sente culpada por ter expulsado a filha de casa e não ter ligado se vivia ou não, eu entendo.

Todos nós precisamos de redenção.

— O Ethan está no seu quarto, pode vê-lo. _ ela diz colocando as coisas na mesa.

—Está bem.

— Enquanto isso vou preparar um cházinho para nós.

Vou até ao seu quarto que eu sei muito bem onde é, estava no seu berço que comprei quando achava que ele ficaria comigo.

Não me importei dar tudo, afinal foi para ele que eu comprei.

Para o outro bebê, comprarei outras coisas.

Ele mordia o seu coala. Ao notar minha presença o larga e de uma forma eufórica levanta seus pezinhos e braços.

— Oi meu amor, sentiu minha falta? _ tiro ele do berço e beijo seu rosto macio. — Olá, meu amor... Está tão cheiroso.

—Também dói ter de ver isso... _ me viro e dou um sorriso para a senhora que se aproxima de nós.

— Tudo bem... Estou feliz agora. Ele crescerá num lar saudável e isso é que importa.

Ela não comenta, apenas dá um sorriso.

— Posso perguntar algo?

—Claro, Mrs. Cyrus.

—A minha filha... Ela sofreu?

O sorriso desaparece do meu rosto. É uma pena ela ter estado presente no enterro da própria filha, mas não há nada que se possa fazer, basta aceitar e seguir em frente.

— Não. Ela não sofreu... Teve uma morte rápida.

— Ah... Está bem...Vou ver o chá.

Ela sai e fico olhando para ele. Os seus olhos cor de avelã eram hipnotizantes, tudo nele era tão fofo.

— Espero que nunca te esqueças de mim... Deixei muitas coisas para te lembrares de mim. Vais ser um homem forte e bravo, vou amar-te incondicionalmente.

—Podemos ir.

Pego no seu coala e seguimos a vovó. Faço-o deitar no sofá e dou-lhe o brinquedo.

—Ontem àquele detetive esteve aqui... O Nolan Holland.

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