Marjorie
Hoje é o dia que a bruxa precisa pagar a dívida, eu nunca fui muito de sair então não sei quase nada, descobrir esses dias que esse Joca comanda o morro, eu sabia que tinha alguém, mas nunca tinha visto ele.
O cara é ruim pra bexiga e eu quero muito ficar bem longe dele e da tal família.
Soube que ele é casado com aquela loira, tem um filho mas não é dessa mulher e adotou o próprio sobrinho depois que o irmão morreu.
Cheguei em casa depois de mais um dia de trabalho e encontro a Nathana em casa, brigando com a Natiele, já sei que tô lascada. Ela só briga com a filha, quando a situação tá bem fora do controle.
- Eu não posso fazer nada, só temos 1500 reais mãe. - ela fala com uma voz de choro.
Decido não entrar, fico ali no meu cantinho, torcendo pra ela não vim atrás de mim.
- Cadê aquela imprestável da Marjorie? - ela grita e abre a porta.
Ela me ver abaixada e dar uma risada, me levanta pelos cabelos e me dar um tapão, me taca novamente no chão e fica me olhando
- Eu deveria ter te matado a muito tempo! Você foi um encosto, que o idiota do teu pai me deixou. - olho pra ela e levo outro tapa na cara
Ela começa a me chutar, pega um cabo de vassoura e começa a bater nas minhas costas e pernas, já não estava mais aguentando de dor.
Toda vez é assim, ela se irrita e desconta em mim. Quando finalmente ela se cansa, me deixa ali no chão e entra novamente.
Me levanto com bastante dificuldade e vou direto pro chuveiro, minhas costas devem estar toda marcada.
Coloco uma roupa qualquer e vou caminhando até a entrada, decido ir fazer a janta longo, ela entra na minha frente e me empurra
- Hoje vai pro teu canto mais cedo, não suporto mais olhar pra sua cara. - ela vai me empurrando e me prende.
Quando já estava bem escuro, escuto vozes e lembro que é o tal do Joca, fico ali bem quieta e encolhida, espero muito que esse homem não me ache aqui.
- Eu não conseguir o dinheiro. - ela fala saindo sem esperar ele falar nada.
- Achei que ia me poupar de gastar 2 balas. - ele fala tirando sua arma da cintura.
Começo a me tremer e toda vez que fico nervosa, não sei oque acontece mas começo a espirrar.
Ele olha na minha direção e se abaixa me olhando, me encolho mais ainda, já querendo chorar.
- Você amarra a tua filha igual uma cadela? - ele olha na direção da Natana
- Essa peste não é minha filha. - ele me olha novamente e se levanta
- Ela é uma imprestável e merece tá aí.
- Vamos ao que interessa, vai me pagar? - ele cruza os braços e ela começa a gaguejar
- Eu posso te dar o meu salão, é tudo que eu tenho.
O tal de Joca começa a andar de um lado pra outro e vem na minha direção. Fecho os olhos já esperando os tiros na minha cabeça.
- Vou fazer melhor, vou ficar com o salão e a menina.
- Como é que é? - ela fala sem acreditar
- O salão eu até entendo, agora essa imprestável? - olho pra Nathana negando com a cabeça, prefiro ficar aqui do que ir com esse homem.
- Tá decidido! Levanta garota. - ele mexe na minha perna e vou falar pra tu, fico sem reação.
Nathana vem e me solta da coleira e fica me olhando sem acreditar.
Por conta da surra de mais cedo me levanto com bastante dificuldade, pego a minha bolsinha e fico sem saber oque fazer
- Pega suas coisas. - pego uma sacola e coloco tudo, não é muita coisa então foi rápido.
Ele dar espaço e eu passo, olho e tem uns 10 caras do lado de fora tudo armado, fico olhando assustada.
Ele abre a porta de um carro todo preto e manda eu entrar, por um lado me sinto aliviada, por outro me sinto totalmente apavorada.
Ele sobe o morro inteiro e para em frente a uma casa, linda por sinal.
Me pega pelo braço e saí me puxando até lá dentro.Me deparo com um menino sentado no sofá, magrelo, todo tatuado.
- Teu presente de aniversário, adiantado. - ele fala irônico e solta o meu braço, me jogando ali na frente do tal menino.
- QUE PORRA É ESSA? - ele levanta me empurrando e indo atrás do tal Joca.
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VENDIDA NO MORRO DO AMOR
RomanceMarjorie e Baruk dois caminhos são laçados com a ironia do destino.