CAPÍTULO 50

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                               Isis

Amanhã completa um mês que meu amor se foi... O mês mais agoniante de toda a minha vida. Um mês que perdi todo meu sentindo, parece que com a ida dele, metade de mim também se foi... Mauro me inspirava e me apoiava... Tínhamos tantos planos juntos... Estávamos construindo nossa família e tudo foi jogado pro ar.

Com uma ironia triste, minha Ivy vai nascer amanhã. Tive algumas complicações e precisarei fazer cesária mesmo. Queria tanto que tudo isso fosse um sonho ruim e que ele aparecesse na hora do parto... Não sei se darei conta de tudo sem ele aqui.

Mas uma vez sem perceber me pego chorando, pego a foto que tenho do Mauro ao lado da cama e começo a beijar e passar a mão em seu rosto. Sinto tanta, tanta, tanta a sua falta meu amor.

Me deito da cama e fico um tempo ali abraçada com a sua foto, sinto minha Ivy dar um chutinho e dou um sorriso de lado

Isis: seu pai ia ficar todo bobo com você meu amor. - passo a mão na minha barriga e recebo outro chute.

Minha jogadora de futebol é a minha luz no fim do túnel, agora entendendo que Deus me deu ela no momento certo, se não eu nem estaria mais aqui.

Me levanto da cama e vou até o closet pego a bolsa da Ivy e começo a olhar tudo novamente, não montei seu quartinho ainda, aqui não é a nossa casa. Quero montar lá no Lins mesmo.

Eu ainda não sei como vai ser quando voltarmos pra lá, pra ser sincera conversei com a minha mãe e estamos pensando em ir embora, assim que tudo se ajeitar no morro.

Temos parentes em Goiânia e possa ser que ficamos um tempo por lá, não vou aguentar viver no Lins sem meu Mauro.

Ajeito a mala dela pela décima vez só essa semana, tô tão ansiosa que não paro de olhar as roupinhas delas, dou uma olhada na minha mala também e tá tudo certo. Confiro os documentos e deixo tudo no cantinho perto da porta.

Deito novamente e vejo uma mensagem da Marjorie, um vídeo do Baruk ele já está conseguindo andar, devegar mais já é uma grande revolução.

Mauro deve tá muito feliz e orgulhoso dele lá de cima. Tudo a minha volta me lembra ele... As vezes sinto que isso foi um castigo de Deus... Sei que o Mauro não era a melhor pessoa no mundo, mas também não era a pior.

Fico perdida em meus pensamentos e acabo dormindo. Acordo sentindo a presença de alguém no quarto e me assusto, olho e vejo que é o dodô.

Passo a mão no meu rosto pra despertar melhor, ele me olha, cruza os braços e dar um sorriso

- Vim ver como tu tá pô

- Tô viva! - eu realmente não vou com a cara desse homem não.

- Soube que um dos caras que fizeram aquilo com o Mauro, se foi

- Já foi tarde. - respondo seco

- Qualquer bagulho me chama. Tamo junto. - ele faz um joinha e desce

Faço uma careta e me levanto, vou até a porta e tranco ela, não confio nele não e nem sei que horas essa peste entrou aqui.

Pego uma blusa do Mauro, ultimamente só durmo assim , faço um coque no meu cabelo e vou direto ao banheiro, tomo um banho relaxante e saio. Como vou descer pra tentar comer alguma coisa, visto um shorts.

Chego na cozinha e faço um misto quente, já são 23h da noite, eu realmente dormir demais e tô morrendo de sono ainda.

Termino de comer e subo pro meu quarto, escovo meus dentes e deito. Vamos sair de casa às 05:00 da manhã, minha mãe vai assistir o parto, Marjorie, Antonella faz questão de está lá também presente. Os meninos vão quando ela nascer, vão tentar pelo menos.

A ansiedade está tão grande que não consigo dormir por nada, mesmo morrendo de sono, quando já ia dar 01:00 da manhã sou vencida pelo sono e capoto.

Sou acordada com um chutinho e bem na hora meu despertador toca, minha Ivy é pontual. Faço um carinho nela e me levanto, vou até o banheiro, tomo um banho, escovo meus dentes, lavo meu cabelo, enrolo uma toalha na cabeça e outra no corpo, saio e visto um vestido soltinho, seco meu cabelo e está ótimo.

Desço e as meninas já estão lá em baixo, elas me olham e abre um sorriso

- To tão nervosa que parece que eu que vou parir. -  Antonella fala me olhando e eu acabo soltando uma risada

- Eu tô apavorada, só de pensar que daqui um tempo será eu

- bom dia filha. - ela me dar um beijo na testa

Tomamos nosso café ansiosas, subimos pra escovar os dentes, formiga já tinha levado tudo lá pra baixo, ele tá bem ansioso também.

Assim que chegamos no hospital, abro minha ficha, sou levada pra um quarto, visto aquela roupa feia. Minha cesária está marcada para às 07:00 da manhã.

Depois de uns minutos sou preparada e levada para a sala de cirurgia, fico bem tensa, mas graças a Deus tudo deu certo, escuto o chorinho da minha Ivy pela primeira vez e me acabo em chorar.

Assim que a vejo pela primeira vez, me assusto, Ivy é a cara do Mauro, me emociono cada vez mais, dou uns beijo nela

- Agora seremos nós duas meu amor! Teu pai deve tá chorando muito lá de cima. - não sei se isso é possível, essa menina acabou de nascer, mas posso jurar que ela deu um sorrisinho de lado.

Uma médica vem e pega ela, levam pra fazer os exames e dar banho, sou levada também e sou muito bem atendida.

Quando finalmente me levaram pro quarto, me deparo com Antonella, Marjorie, formiga e Baruk lá. Os dois na cautela em um canto.

Depois de uns minutos minha Ivy entra, as meninas começa a chorar vendo ela, vejo o Baruk se aproximando, ele veio de muleta, tô feliz com a evolução dele.

Ele se aproxima e quando ver a Ivy vejo sua expressão mudar, ele está bem emocionado. Ele pega na sua mãozinha e fica brincando com ela

- Tu é a cara do teu pai, princesa. Mas deu te fez vim uma versão bonita tá ligada?! Vou fazer de tudo por você e honrar o nome do teu pai. - deixo umas lágrimas escaparem.

Confesso que no fundo no meu coração, eu ainda tinha esperança que tudo isso fosse uma armação e ele fosse aparecer no parto...

Sinto tanta a sua falta meu amor...

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