01 - Essa é a minha vida

6.5K 558 120
                                    

Marjorie

Acordo mais um dia toda dolorida, sinto que por dentro já estou morta a muito tempo.

Perdi meus pais nova e minha guarda ficou pra maldita da minha madrasta Nathana, ela e sua filha Natiele faz a minha vida um inferno.

Descobrir faz pouco tempo que mulher até 21 anos tem que ter um tutor legal, o que me faz ter que aguentar mais 3 anos esse inferno de vida.

Moramos aqui no complexo de Lins, mas conhecido como o morro do amor e o nome é tão irônico, afinal quem conhece a realidade daqui, sabe que amor é o que tem de menos.

Levanto do chão, dessa vez ela deixou pelo menos um pedaço de papelão pra eu deitar em cima.
Todas as noites ela me prende igual a uma cadela em uma coleira de ferro, diz ela que é o jeito pra eu não fazer nenhuma besteira.

Já tentei fugir diversas vezes, mas oque vou fazer, acabei de completar 18 anos, o dinheiro que consigo na lanchonete onde trabalho ela pega tudo, mal consigo comprar uma calcinha.

Balanço a coleira e a Natiele vem me soltar me xingando, todas as manhãs preparo o café das quengas.

Antes até tinha o colégio pra passar um tempo em paz, mas agora só me resta o trabalho e eu só fico lá das 12:00 as 15:00 horas, que é o horário que está servindo o almoço.

Dona Quitéria me paga apenas 300 reais por mês, ela mente pra minha madrasta que eu ganho 250,00 reais e me dá 50 reais escondido.

Comecei a guardar minha parte, mas a Natiele descobriu e pegou toda a minha economia, vou começar literalmente do zero agora.

essa mulher tem um salão, mas é tão ruim que quase não tem cliente lá.

Vou até o banheiro, se é que posso chamar esse buraco de banheiro e faço minha higiene pessoal, tomo um banho rápido, afinal ela só me deixa ficar 5 minutos em baixo do chuveiro é um chuveiro que tem no quintal de trás da casa com água gelada.

Vou pra cozinha e começo a preparar o café, pego o leite e começo a esquentar, como já compramos pão ontem e sobrou, faço pão torrado e torço pra sobrar pelo menos um pedaço, só tenho direito de comer oque sobra delas, ou seja quase nada.

Dona Quitéria me ajuda bastante, a única refeição que tenho é o almoço e é oque me sustenta sempre.

Trabalho lá apenas de terça á sábado, segunda e domingo é fechado e é quando fico basicamente sem comer o dia inteiro.

Espero as duas tomarem o café e pra minha surpresa sobrou metade de um pão, chego mais perto e vejo que a desgraçada cuspiu nele, limpei a parte com o pano e como, isso tudo me deixa com uma exaustão muito grande.

Ela poderia ter me deixado em algum abrigo ou ofarnato seria mil vezes melhor para ambas as partes.

Quando dá 10:00 horas as duas vão para o salão e a paz começa a reinar.
Começo a limpar a casa, aqui não é muito grande , tem um cômodo que é metade sala e metade cozinha, o quarto que é divido com um guarda roupa e é das duas, banheiro, o quintal é até grandinho se ela fosse esperta construiria mas cômodos. Lavo as roupas que tinha e já coloco no varal, espero que não chova hoje.

Olho e já são 11:40 coloco meu uniforme, faço um coque no cabelo, pego minha bolsa que tem apenas meu RG dentro e desço o morro, a lanchonete fica na entrada.

Bom dia pessoal 🌻

VENDIDA NO MORRO DO AMOR Onde histórias criam vida. Descubra agora