• Amélia Brown sempre viu seu melhor amigo como um irmão, até que no último ano da faculdade a venda em seus olhos caiu e ela se viu completamente apaixonado por ele. A única coisa que a impediu de se declarar, foi o medo de perder o melhor amigo.
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- Vamos nos atrasar! - Declarou Owen entrando no quarto apressado.
- Uma grávida tem o direito de se atrasar. - Falei bem humorada. - Somos três aqui! Fecha só o zíper pra mim? - Pedi virando de costas para ele.
- Prontinho, amor! - Falou ele depositando um beijo no meu ombro. - Você está linda!
As semanas se passaram numa velocidade assustadora. Eu estava bem e os gêmeos também. Toda semana eu fazia uma bateria de exames para saber se estava tudo bem com os bebês. Para nossa surpresa, apesar do alto grau de risco, os bebês estavam se desenvolvendo bem. Até o momento não tiveram nenhum problema, claro que eu tive que reduzir bastante minha rotina para não me esforçar demais.
Um milagre!
Hoje já era véspera de natal. Era o primeiro que eu iria passar com os Grums. Esse ano eles optaram por não fazerem nada grandioso demais. Iria ser algo mais intimista só com a família mesmo. Apesar da data comemorativa e o fato de que eu não gostava muito de natais, hoje eu estava me sentindo feliz. Minhas terapias com Nicolas eram cada vez mais frequentes e pareciam estar funcionando. De certa forma, as coisas estavam dando certo. Estava aprendendo a lidar com a gravidez, apesar do fator agravante. Principalmente agora que minha barriga literalmente havia assumido uma forma visivelmente redonda.
Eu já estava quase entrando no meu 6 mês de gestação.
- Você está bem? - Perguntou Owen me vendo distraída. - Está tão calada...
- Estou! - Falei pensativa. - Tenho uma surpresa para você!
- Hummmm... - Ele sorriu. - O que é?
Peguei a caixa prateada em cima da cama e entreguei a ele em seguida. Me sentei na mesma ansiosa pela reação dele. De nós dois, era ele que estava mais empolgado com a gravidez. Ao abrir e ver o que continha dentro, vi o homem na minha frente mudar de cor na mesma hora. Ele estendeu as duas roupinhas de bebê em cima da cama e me olhou emocionado.
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- São meninos! - Declarou ele sorrindo sem parar.
- Sim! - Concordei me deixando levar pela emoção dele, hormônios de grávida era uma coisa séria. - Eu ia contar só mais tarde, mas eu não me aguentei.
- Foi o melhor presente de natal que eu já recebi na minha vida! - Falou ele me abraçando e me beijando suavemente. - É tão bom saber que eles estão se desenvolvendo bem, apesar de tudo. Somos os pais mais sortudos do mundo.
- Estive pensando e... - Dei uma pausa. - Gostaria que um deles tivesse o nome do meu pai, ele iria gostar muito!
- Tenho certeza que Sebastian Brown teria orgulho da filha dele ao ver a mulher incrível que ela se tornou. - Falou ele sorrindo.
- Assim eu não vou conseguir parar de chorar! - Falei com os olhos cheios de lágrimas.
- Sebastian Grum! - Ensaiou ele. - Sebastian. Gostei! E o outro? Que nome vamos dar?
- Porque você não escolhe? - Propus.
- Que tal colocarmos o nome dele de Conrad? - Me perguntou ele. - É o primeiro nome do meu pai. Uma homenagem completa aos nossos pais.
- Perfeito! - Falei com as mãos sobre a barriga. - Sebastian e Conrad Grum!
- Nossos meninos! - Falou ele colocando as mãos sobre as minha, acariciando com o polegar minha barriga.
- E aí, casal? - Perguntou Carina entrando no quarto. - Vamos? Epa! Aconteceu alguma coisa? - perguntou ela preocupada ao me ver chorando.
- Está tudo bem! - Declarei. - Só estávamos decidindo os nomes dos bebês, são meninos!
- Chupa essa Connor! - Falou ela rindo. - Eu sabia que iria ganhar.
Ela, Nicolas, Mia e Connor haviam feito uma aposta sobre o sexo dos bebês. Por semanas eles discutiram isso. Contamos pra ela nossa decisão e a mesma ficou muito emocionada pelo nome do nosso pai.
- Vem cá, Carinha... - Falou Owen com a sobrancelha arqueada. - Isso tudo é pro Nicolas?
- Irmã, ele tem razão! - Falei pegando minha bolsa. - Você está linda!
Não era segredo pra ninguém que ela e Nícolas estavam juntos, apesar dos dois serem discretos. Deve ter acontecido algo entre os dois enquanto estávamos fora no arraial do cabo. Desde então, eles não pararam de andar juntos.
Perguntei uma vez a ela se estava rolando alguma coisa e a mesma me respondeu que Nicolas entendia perfeitamente a dor dela, e por esse motivos, ele fazia bem a ela. Nenhum outro homem havia a entendido tão bem. Eu só torcia para que eles dessem certo, minha irmã merecia ser feliz.
- Estão todos prontos? - Perguntou Owen. - Já estamos atrasados.
Pegamos nossas coisas e saímos apressados.
•••
- Gostaria de propor um brinde! - Falou Giuseppe levantando a taça em sua mão. - Aconteceram muitas coisas esse ano que me fizeram repensar sobre o conceito família. Sou grato por ter cada um de vocês em minha vida, obrigado por fazerem parte da família Grum!
- Aproveitando que estamos falando sobre família, hoje eu recebi a melhor notícia que poderia ter recebido e gostaria de brindar a isso também! - Falou Owen me puxando para perto. - Vamos ser pais de dois meninões!
- Meleca! - Falou Connor. - perdi 500 pratas!
Todos rimos.
- Eles já tem nome? - Perguntou Marina orgulhosa.
Troquei um olhar com Owen animada.
- Sim! - Falei sorrindo. - Um deles vai se chamar Sebastian, em homenagem ao meu pai.
- E o outro se chamará Conrad! - Falou Owen sorrindo para o pai.
Pela primeira vez desde que conheci Giuseppe, essa foi a primeira vez que o vi emocionado.
- Obrigado, filho! - Falou ele tocando o ombro dele. - Obrigado a vocês dois! A família Grum!
- A FAMÍLIA GRUM! - Todos falamos em uníssono.
O resto da noite foi passando tranquilamente. Era muito bom se sentir em família e estar rodeada de pessoas que amo.
- Nada dele? - Perguntei me achegando a minha irmã que estava rente a uma janela observando a escuridão lá fora iluminada pelas estrelas.
- Nada! - Falou ela desanimada. - Estou começando me preocupar, já está tarde! Nicolas nunca foi de se atrasar, se achasse que fosse ele me ligaria. Acho que vou atrás dele.
- Calma irmã, deve ter acontecido algum imprevisto. - Falei tentando acalmar ela. - Tenho certeza que ele vai chegar daqui a pouco e vai ter alguma explicação.
- Espero que sim, Amy's! - Falou ela pensativa. - Eu espero que sim.
