Amélia Brown
Tudo de ruim estava acontecendo ao mesmo tempo, a fuga de Denis, Nicolas no hospital e agora meu pequeno e frágil bebê que estava correndo risco de vida.
Vai dar tudo certo! Vai dar tudo certo! Vai dar tudo certo!
Tentei me recompor, Owen tinha razão, essa agitação não fazia bem a eles. Respirei fundo e caminhei até a sala dos médicos como Owen havia me orientado. Sentei em um dos sofás confortáveis e comecei a fazer carinho na minha barriga Fiquei tão distraída que nem notei a pessoa a poucos centímetros de distancia me encarando enquanto fechava o armário.
Resolvi não dar atenção quando vi quem era.
– Problemas no paraíso princesa? – Ouvi ela perguntar atrás de mim.
Revirei os olhos, mais essa agora. Eu não estava com paciência para lidar com ela nesse momento, tinha coisas mais importantes para resolver.
– Não tenho tempo de lidar com os seus chiliques agora, com licença! – Falei ficando de pé e saindo da sala dando as costas para ela.
– Tenho que admitir que você foi muito esperta, Elliott caiu no golpe da barriga direitinho! – Exclamou ela debochada.
– Sério? – Perguntei indignada com as suposições dela virando de volta para a mesma. – Deu tão certo que, veja só! – Mostrei meu anel de noivado a ela. - Desculpa te decepcionar mas suas infantilidades não foram suficientes para separar nós dois, então superar logo, amiga.
Caminhei de volta pra fora.
– Ainda bem que seus pais morreram! – Falou ela com a voz carregada de raiva. – Eles iriam ter desgosto de terem uma filha tão baixa que rouba o marido de outra.
Cada célula do meu corpo pegou fogo de pura raiva quando ouvi o que ela tinha dito.
– Pensa duas vezes antes de falar alguma coisa sobre meus pais! – Acertei o rosto dela com força, minha mão ficou queimando.
Já que ela queria jogar baixo, resolvi pegar pesado também.
– Me fala, como foi transar com o Owen sabendo que ele estava excitado por outra mulher? – Perguntei fazendo cara de deboche, ela ficou vermelha de raiva. – Agora eu entendo porque ele não quer mais nada com uma desiquilibrada como você. Escuta bem o que eu vou dizer! É melhor ficar bem longe da gente ou você vai se arrepender de ter me conhecido.
Antes que ela pudesse contra atacar, meu telefone tocou. Era Owen. Levei o telefone ao ouvido desviando minha atenção de Andreia por alguns segundos, foi quando tudo aconteceu muito rápido.
Senti uma pancada forte e depois caí desacordada.
Elliott Grum
Droga, Amélia não está atendendo o telefone.
Pensei começando a ficar preocupado.
Será que...
NÃO!
Fiquei apavorada com essa ideia.
Acelerei os passos, onde ela poderia estar?
SOCORRO, PRECISO DE AJUDA AQUI! TRAGAM UMA MACA, RÁPIDO!
Reconheci a voz de Jordan, estava vindo da sala dos médicos. Como eu estava perto, corri até ele e assim que passei pela porta, paralisei.
Foi como ter recebido um soco no estômago.
Amélia estava inconsciente no chão com uma poça de sangue ao seu redor. Corri até eles ainda em choque, vários enfermeiros se juntaram a nós, eles começaram a trabalhar nela. Corremos as pressas pelos corredores do hospital. Ela foi levada direto pra emergência. Mesmo atordoado, eu queria estar ao lado dela, mas não me deixaram entrar.
Vi Connor e depois Carina passarem por mim correndo e entrarem na sala que ela estava. Fiquei indignado por terem me deixado de fora, decidi invadir a sala e ficar com ela, mas fui impedido.
– Calma, Elliott! – Falou Jordan me fazendo sentar de novo.
– É a minha mulher e meus filhos que estão ali, como você quer que eu fique calmo? – Perguntei com minha cabeça explodindo. – O que aconteceu? Eu só a deixei por alguns minutos, como isso aconteceu? Meus Deus! – Falei desesperado.
– Sinceramente, eu não sei! – Falou ele me encarando sério. – Eu só a encontrei, mas seja lá o que tenha acontecido, vamos descobrir! Seu pai já está vindo pra cá!
Apenas assenti, eu estava atordoado demais.
– Ei, cara, ela vai ficar bem! – Falou ele tocando meu ombro. – E os bebês também! Eu sei que é difícil, mas ela está sendo bem cuidada, Eduward's e De Luca são os melhores, estão dando todo o atendimento que ela necessita agora.
– Obrigada, Jordan! – Foi tudo que consegui dizer.
Me obriguei a não pensar no que eu tinha mais medo.
Eu estava atordoado e agoniado demais. Meu pai, minha mãe e os outros começaram a chegar aos poucos. Todos estavam com os nervos a flor da pele. Fui acolhido por eles, mas ninguém conseguiu me acalmar. As horas se passaram e nenhuma notícia de Amélia chegou até nós. Meu pai e Nicolas foram tentar descobrir o que tinha acontecido enquanto que minha mãe, Mia e Carina ficaram comigo. Desejei com todas as minhas forças que Amélia e os bebês ficassem bem. Eu precisava que eles ficassem. Mais algumas horas de espera e finalmente Connor e Carina apareceram.
– Como minha mulher e meus filhos estão? – Perguntei agoniado.
Houve uns segundos de silêncio, foi tempo suficiente pra me fazer perder o controle. Desabei ali mesmo sentindo minhas forças serem sugadas de mim.
Não, não, não, isso não podia estar acontecendo...
– Calma, irmão! – Falou Connor me amparando. – Amélia está instável agora, ela levou uma pancada muito forte na cabeça o que ocasionou uma contusão um pouco séria, mas já cuidamos disso, ela vai precisar ficar em observação pra garantirmos que não aconteça nada.
– E os gêmeos?
Ele e Carina trocaram um olhar.
– Quando Amélia caiu, uma parte da placenta foi deslocada, ela entrou em trabalho de parto mas conseguimos retardar o parto prematuro. – falou Carina – Realizamos a cirurgia dos bebês, separamos os vasos sanguíneos de ambos, mas infelizmente apesar de todas essas medidas, não podemos garantir que os bebês fiquem bem, existe uma porcentagem muito grande dela entrar em trabalho de parto de novo, nosso trabalho agora vai ser tentar fazer com que eles fiquem na barriga o máximo de tempo possível, mas pra isso, ela vai precisar ficar em repouso absoluto.
– Eu posso vê-la? – Perguntei arrasado.
Connor me levou até o quarto que ela estava. Pela primeira vez, assim que pus os olhos nela me permiti chorar.
Iria ser um processo muito longo...
Eu iria precisar ser forte o máximo possível, por ela e pelos bebês.
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Puxa vida!
A suína leprosa da Andréia é capaz de tudo.
Continuem acompanhando a história.
Até o próximo!
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Não Foi Por Acaso
Romance• Amélia Brown sempre viu seu melhor amigo como um irmão, até que no último ano da faculdade a venda em seus olhos caiu e ela se viu completamente apaixonado por ele. A única coisa que a impediu de se declarar, foi o medo de perder o melhor amigo. _...