Elliott Grum
Olhei de novo o telão do aeroporto e confirmei pela terceira vez que meu voo estava atrasado.
Suspirei irritado.
Passei a tarde e a noite de ontem na base militar do condato de New Fost me preparando para a viagem de hoje para o Iraque. Como eu fazia parte do projeto médicos sem fronteiras, eu e outros médicos de diferentes especialidades fomos chamados para prestarmos nossos serviços aos pacientes que tanto necessitavam.
Iria ser durante uma semana inteira, até mais, dependendo dos casos que fôssemos encontrar lá. Quis cancelar minha participação, mas Amélia insistiu que eu fosse. Como minha filha estava para nascer e eu era o único cirurgião cardíaco do grupo, combinei com os organizadores do projeto que infelizmente eu não iria poder ficar muitos dias. No máximo 2 ou 3.
Por nada eu perderia o nascimento da Holly...
Peguei meu celular e notei de novo se não havia alguma mensagem de Amélia. Muito estranho ela não ter falado comigo ainda. Depois de um tempo, finalmente o meu voo foi anunciado. Levantei empolgado e principalmente com o objetivo de voltar logo pra casa. Estava quase entregando meu passaporte para entrar no avião, quando ouvi meu nome ser chamado. Olhei na direção dos gritos e vi Connor suado e ofegante. Corri até ele.
- O que está fazendo aqui? - Perguntei surpreso.
-Graças a Deus você ainda está aqui... - Disse ele ofegante. - Tá na hora cara, Amélia entrou em trabalho de parto.
Fiquei o encarando sem conseguir entender suas palavras.
- Ah, não cara! - Falou Connor. - Sem surtar!
- Minha filha vai nascer? - Perguntei ainda paralisado.
- Vai! - Confirmou ele. - E espero que dê tempo a gente chegar antes disso.
- O que ainda estamos fazendo aqui parados? - Perguntei largando tudo.
Connor e eu saímos correndo pelo aeroporto. Essa merda era grande, mas conseguimos chegar no carro.
- Cara, e a sua mala? - Perguntou ele ao entrar no carro com tudo e dando a partida.
- Foda- se a minha mala, acelera! - Falei sobressaltado.
Connor e eu entramos na interestadual a 90 kilometros por hora em tempo de sermos parados por alguma blitz.
- Porra, não vai dar tempo! - Falei nervoso quando o trânsito parou. - ANDA LOGO, CARALHO!!! - Gritei colocando a cabeça pra fora observando a longa fila de carros.
Porra, porque eu tinha que ir pro aeroporto mais longe?
- Calma, vai dar tempo! - Falou Connor. - Ela ainda estava com 5 centímetros de dilatação, Mia estava ajudando ela a se trocar quando saí, aconselhei ela a levar Amélia logo pra maternidade, geralmente os partos são demorados, tenha calma...
- ARROMBADO, ANDA! - Gritei com a cabeça pra fora de novo vendo o carro da frente ainda parado quando o trânsito já tinha andado.
Connor soltou uma risada alta dentro do carro chamando minha atenção.
- O que foi? - Perguntei.
- Você! - Disse ele rindo.
Finalmente o trânsito voltou a andar e conseguimos seguir viagem. Ainda estavamos no meio do caminho quando Mia ligou perguntando onde estávamos pois a bolsa de Amélia tinha estourado, indicando que a bebê nasceria logo.
- Rápido, cara! - Falei com o coração na boca. - Mais rápido! Meu Deus, eu vou desmaiar!
- Desmaia não que você ainda tem que ver sua filha nascendo. - Falou Connor pisando no acelerador.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não Foi Por Acaso
Romance• Amélia Brown sempre viu seu melhor amigo como um irmão, até que no último ano da faculdade a venda em seus olhos caiu e ela se viu completamente apaixonado por ele. A única coisa que a impediu de se declarar, foi o medo de perder o melhor amigo. _...