Elliott Grum
- Vai ficar tudo bem! - Garanti a Carina antes de sair do quarto lhe dando um beijo no topo da cabeça.
Meu pai havia mandado dois seguranças para proteger Nicolas, eu sabia que Denis não faria mais nada contra ele, mas mesmo assim, era melhor prevenir do que remediar. Dirigi de volta até a casa grande onde Amélia me esperava, ela já sabia sobre Denis, é claro! A encontrei na varanda do nosso quarto olhando pro céu.
- Oi! - Falei lhe abraçando.
- Como Nicolas está? - Perguntou ela séria.
- Instável, mas ele vai fica bem! - Falei. - Vai sobreviver, só precisa se curar.
- Ele vai vir atrás de mim, não é? - Perguntou ela com a voz embargada.
- Eu não vou deixar Amy's!
- E se ele fizer algo contra você também? - Perguntou ela ficando nervosa. - Owen, o que vamos fazer? Meu Deus, ele não pode descobrir sobre os bebês! El...
-Amor, calma! - Falei segurando seu rosto. - Você e esses bebês são a coisa mais importante da minha vida, eu prometo que vou proteger vocês! Confia em mim?
Ela balançou a cabeça confirmando.
- Você não está mais sozinha, Amy's! - A garanti. - Eu sempre irei te proteger, custe o que custar. Fique calma amor, ele não vai tentar mais nada agora.
Naquela noite eu tive dificuldade para dormir. Não porque eu estivesse preocupado, mas porque fiquei até tarde planejando como iria executar meu plano sem que chamasse a atenção de Denis para nós. Amy's teve um sono agitado, mas depois que a puxei para mais perto de mim, a mesma se acalmou. Não foi difícil entender o motivo da agitação, os bebês estavam fazendo uma festa.
- Vai ficar tudo bem! - Falei baixinho pra eles sentindo os chutes. - Eu vou proteger vocês e a mamãe.
Fiquei conversando com eles a madrugada toda até que peguei no sono.
Dia seguinte...
Eu não queria deixar Amy's sair de casa, mas hoje era a consulta dos bebês. Olhando pelo lado bom, o hospital seria um lugar seguro, eu não iria me preocupar tanto.
- Você parece cansado! - Falou ela me observando.
- Eu estou bem! - Garanti. - Só fiquei acordado até tarde conversando com os bebês.
- É mesmo? - Ela riu. - E o que eles disseram? - Perguntou ela sorrindo.
- Que a mamãe não se preocupasse porque o garanhão do papai iria cuidar da gente. - Respondi tentando parecer o mais relaxado possível.
Ela deu uma risada.
- Garanhão, é? - Ela riu mais um pouco.
- Está pronta? - Perguntei pegando minha carteira e a chave do carro.
O caminho até o Hospital foi tranquilo. Amélia não parecia mais estar tão tensa. Carina e Connor já estavam a nossa espera. Os dias de consulta sempre eram tensos, a gente nunca sabia o que nos esperava. Depois de realizar todos os exames pedidos, nos sentamos para ouvir o veredicto. Fiquei tenso ao ver que a cara deles não era boa. Vi várias emoções passando pelo rosto deles. De surpresa a preocupação. Até medo eu vi.
- Pode dizer! É muito ruim? - Perguntou Amélia não deixando de perceber também.
Segurei a mão dela.
- Caroline... - Começou Connor, ele parecia estar tentando escolher as palavras certas. - Houve uma alteração nos exames, um dos gêmeos está tendo dificuldade para bombear o volume de sangue necessário causado pela síndrome de transfusão feto fetal. Infelizmente o exame contatou que ele já está apresentando insuficiência cardíaca.
- Sei que é difícil escutar todas essas notícias, mas vocês precisam saber para que assim seja tomada uma decisão - Falou De Luca. - Conrad está absorvendo todo sangue pra ele. Sebastian está muito abaixo do esperado para um bebê de quase 22 semanas. Se não cuidarmos imediatamente pra que ele consiga recuperar tudo o que perdeu, corremos o risco de perdê-lo e trazer complicações para Conrad.
Os olhos de Amélia se encheram de água.
- O que podemos fazer para corrigir isso? - Perguntei tentando permanecer forte, Amélia precisava de mim.
- Como se trata de uma gestação em que os bebês dividem a mesma bolsa e a mesma placenta, no caso deles o mais indicado seria uma ablação das anastomoses vasculares. - Falou Connor. - Ou em termos mais simples, uma cauterização dos vasos sanguíneos.
- Como é feita? - Perguntou Amélia abalada.
- É uma cirurgia fetal a laser realizada por meio da introdução de uma pequena câmera chamada fetoscópio, na bolsa dos gêmeos. Uma fibra de laser será usada para cauterizar os vasos de conexão na superfície da placenta. Dessa forma, parando o fluxo de sangue de um gêmeo para o outro.
- Eu quero fazer o mais rápido possível! - Falou Amélia angustiada. - Connor, por favor, salve o meu filho! - Pediu ela.
- Caroline, eu prometi que iria fazer o possível para que eles nascessem com saúde e eu vou cumprir com a minha palavra! - Falou ele vindo até ela e segurando suas mãos. - Eu vou cuidar da sua internação e do pré operatório, enquanto isso, tente se acalmar, certo? Sei que é difícil, mas essa agitação não faz bem para eles, confia em mim?
- Confio! - Disse ela entre soluços.
- Então fique calma, certo?
Ela concordou respirando fundo.
- Vamos dar um tempo pra vocês digerirem tudo! - Falou Connor tocando meu ombro. - Quando estiverem prontos, me avisem que iremos começar a internação.
Ele e De Luca saíram nos deixando sozinhos na sala.
- Preciso de ar! - Falou ela fungando.
Caminhamos em silêncio pelos corredores, não existiam palavras que pudessem ser ditas nesse momento para nós consolar ou que fizessem passar todos esses sentimentos conflitantes. Não ousei pensar na possibilidade de perder um deles. Era o meu maior medo, eu não iria ser capaz de aguentar se acontecesse.
Ficamos abraçados por um longo tempo se refugiando um no outro.
- Vai ficar tudo bem! - Falei com ela nos meu braços.
- Tem que ficar! - Falou ela.
- Você vai ver! - Tentei ser positivo. - Nosso filho logo vai estar bem. Só estamos passando por uma fase difícil que logo vai terminar. Vai ficar tudo bem!
- Promete que vai estar ao meu lado em todo o processo e se algo der errado com alguns de nós, você vai fazer de tudo pra salvar os bebês?
- Amélia pare com isso! - Falei um pouco sério. - Não vai acontecer nada com nenhum de vocês, não fale assim, tá bom? Prometo que vou estar o tempo todo com vocês.
- Eu acho que estou pronta! - Falou ela se recompondo.
- Quer alguma coisa? - Pedi a observando.
- Pode avisar a Alisson? - Perguntou ela.
- Me espera aqui, certo? - Pedi. - Vou avisar todo mundo.
Caminhei pra fora da sala decidido a ir conversar com a segurança do hospital, se era pra manter Amélia aqui, ela iria precisar de toda segurança possível.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Continue acompanhando a história!
O que será que vai acontecer com os gêmeos agora?
Até o próximo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não Foi Por Acaso
Romance• Amélia Brown sempre viu seu melhor amigo como um irmão, até que no último ano da faculdade a venda em seus olhos caiu e ela se viu completamente apaixonado por ele. A única coisa que a impediu de se declarar, foi o medo de perder o melhor amigo. _...