Capítulo 59

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Elliott Grum

- Meu filho! - Vi minha mãe correndo até mim com Mia e Connor ao seu lado, ela me abraçou. - Eu estou aqui com você, querido! Como ela e os bebês estão?

Chorei igual uma criança quando ela perguntou sobre Amélia e os bebês.

- Nós perdemos Sebastian! - Falei no meio do choro. - Conrad está... está muito mal, estão tentando salvar a vida dele mas não nos deram muitas esperanças.

Soltei soluços altos.

- Não, meu Deus! - Ela começou a chorar também.

- E Amélia? - Perguntou com a voz tremendo.

- Está na sala de cirurgia, estão tentando salvar a vida dela também.

- Filho, eu sei que é difícil! - Falou ela segurando meu rosto com as mãos. - Mas ela vai ficar bem! Amélia é uma mulher muito forte.

Chorei ainda mais.

- Isso querido! - Falou ela me aninhando em seu peito. - Coloca tudo o que está sentindo pra fora. Estou aqui com você! Todos nós estamos!

As horas se passaram lentamente. Eu não tinha maia forças pra nada.

- Aqui, irmão! - Disse Connor me entregando um copo de café e sentando ao meu lado. Eu estava com a cabeça apoiada nos ombros de Mia.

Meus pais haviam ido resolver algo.

- Obrigado! - Falei levantando a cabeça e pegando o copo.

Assim que tomei um gole, avistei o médico responsável por Amélia e o médico dos gêmeos caminhando até nós.

- Sr. Grum? - Me chamou ele sério.

Ficamos de pé.

- Como minha mulher e meus filhos estão? - Perguntei ficando tenso.

- Sr. Grum, não existem maneiras de dizer isso de uma forma mais fácil, infelizmente sua esposa sofreu muitas lesões graves, além da pancada forte que ele recebeu na cabeça e a cesariana de emergência, ela quebrou o quadril e a perna esquerda. Conseguimos estabilizar o quadro dela, mas a mesma sofreu um traumatismo craniano e está em coma nesse momento.

- O quê?

- Por quanto tempo ela vai ficar em coma? - Perguntou Mia assustada. - Ela vai ficar bem?

- Não sabemos! Depende de um paciente para outro, as vezes pode acordar em menos de um mês ou demorar anos. - Falou ele. - Infelizmente ainda não tenho como garantir se ela vai ficar bem, só o tempo nos dirá. Vamos ver como ela vai reagindo as lesões aos longo dos dias e se vai ter alguma sequela quando acordar, se acordar.

- Tudo bem, é melhor assim! - Falei sentindo minha cabeça explodir. - Ela já sofreu muito é melhor que descanse. E meu filho?

Vi os médicos se entreolharem.

- Sr. Grum... - Ele deu uma pausa.- Infelizmente toda a pancada do acidente foi na barriga da sua esposa, um dos bebês não conseguiu sobreviver ao impacto e o outro bem, sinto muito, mas não conseguimos fazer muita coisa por ele.

- O que você está querendo dizer? - Perguntei me sentindo sufocado.

- Seu filho não tem muito tempo de vida, nós fizemos o que estava ao nosso alcance, mas as lesões foram sérias demais.

Meus ouvidos tamparam. Só não caí porque Connor e Mia me seguraram. Eles me ajudaram a sentar.

- Não, você está errado! - Sussurrei devastado.

- Aconselho que o senhor venha comigo o quanto antes se despedir dele antes que seja tarde demais.

- Não! - Falei transtornado. - Eu sei que tem algo que vocês possam fazer por ele, não é possível, não posso perder meu outro filho

- Eu sinto muito mais uma vez! - Falou o médico na minha frente. - Vem, o senhor precisa vir comigo agora!

- Não posso fazer isso sem a minha mulher! - Falei sentindo meus olhos arderem. - Ela não vai me perdoar! Ela precisa estar aqui comigo.

- Como já falei anteriormente não sabemos quando sua esposa vai acordar.

- Meus Deus! - Falei colocando as mãos sobre o rosto.

- Eu faço isso com você, irmão! - Falou Mia tocando no meu ombro. - Lembra que sempre resolvemos nossos problemas juntos? Um ajudando o outro? Estou aqui com você, vamos ver o pequeno... - Ela não conseguiu segurar o choro por muito tempo, mas mesmo assim tentou permanecer forte. - O pequeno Conrad?

Ela estendeu a mão pra mim. Segurei a mão dela firme e me coloquei de pé.

Essa sem dúvidas, em toda a minha vida, era a coisa mais difícil que eu iria ter que fazer. A cada passo que eu dava até a UTI neonatal, mais eu sentia meu coração ficar pequeno. Eu não sabia se tinha forças necessarias para fazer isso. Assim que chegamos mandaram eu me sentar em uma das poltronas do canto. Éramos os únicos na sala. A enfermeira nos informou que já traria para nós o meu filho.

Mia se sentou no braço da poltrona ao meu lado.

Senti meu coração pesado quando vi a enfermeira chegando com ele. Dessa vez não consegui segurar as lágrimas ao pegar meu filho nos braços.

- Vou deixá-los a sós! - Falou a enfermeira saindo.

Ele era tão pequeno, tão lindo, tão perfeito e tão parecido com Amélia.

- Oi, bebê lindão! - Falou Mia não conseguindo segurar o choro também. - Aqui é a sua tia, estou tão feliz por finalmente ver seu rostinho! Saiba que amamos muito você!

Ela acariciou a cabecinha dele.

- Oi campeão! - Falei entre os soluços. - Papai está aqui com você! Saiba que te amo muito e que pode ir tranquilo, prometo cuidar da sua mãe e contar pra ela o quanto voce é... - Solucei. - É perfeito. Vou guardar na minha memória cada traço seu e contra pra ela. Eu te amo tanto meu filho!

Mia abraçou nós dois.

- Eu sinto muito por não conseguir ter salvado vocês a tempo! - Falei não conseguindo suportar a dor.

Mia e eu ficamos com Conrad por um bom tempo. Até que ele deu o último suspiro e se foi, levando a única parte viva que ainda restava em mim

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Sem estruturas nesse momento! 😢😢😢😢😢😢😢😢😢

Se eu pudesse, estaria agora nesse momento consolando o Owen. #OsAutoresSofremTambém.

P.s: Sei que tem acontecido muitas coisas tristes, mas fazem parte da história. Vamos ter mais um pouquinho de drama, mas logo a alegria virá. Já ultapassamos a metade da historia! 🎉🎉🎉🎉

Até o próximo!









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