Não Foi Por Acaso

Capítulo 60

Elliott Grum

5 meses depois...

A vida não era mais a mesma sem ter Amélia. Muita coisa aconteceu nesses últimos meses. Depois da primeira semana, finalmente voltamos pra casa. Amélia foi transferida pro Johns Hopkins. Foi um choque pra todo mundo quando chegamos. Todo dia recebíamos visitas, as pessoas deixavam flores, presente, balões e varias energias positivas para que ela acordasse logo. Quase não tinha mais espaço no quarto para as flores que ela recebia.

Acho que vocês devem estar se perguntando o que aconteceu com Denis...

Bom, ele não sobreviveu ao acidente! Meus pais me contaram alguns dias depois que ele teve uma parada cardíaca.

Denis virou passado.

Atualmente Amélia foi submetida a mais uma cirurgia para aliviar a pressão no cérebro. Para nossa felicidade deu tudo certo. Ela só precisava se curar. Quanto as outras lesões, ela já estava bem melhor. Foram colocados dois pinos no quadril dela e o mesmo estava se curando. A perna já não era mais um problema, ela só iria precisar de muita fisioterapia depois. Praticamente eu estava morando nesse hospital. Minha aparência estava horrível, mas eu não ligava. Eu só queria ficar com ela. Não consegui ficar sozinho naquela casa.

- E aí, irmão! - Me cumprimentou Connor ao entrar no quarto. - Como estão as coisas hoje?

- Na mesma! - Falei sério.

- Quer dar uma volta comigo pelo hospital? - Perguntou ele animado.

- Não, mas obrigado! - Sorri fraco pra ele.

- Vamos, cara! - Insistiu ele. - Você precisa esticar as pernas, vai ser rápido!

- Oi, meninos! - Falou Nikki ao entrar no quarto. - Oi, amiga! - Ela beijou a bochecha de Amy's.

- Oi, Nikki! - Levantei do pequeno sofá mais aliviado por alguém ficar com ela na minha ausência. - Vou esticar as pernas com Connor! Pode ficar com ela enquanto eu volto?

- Claro, pode ir! - Respondeu Nikki.

- Eu já volto, amor! - Beijei a testa de Amy's e depois saí.

Andamos pelos corredores em silêncio. Eu odiava o olhar de pena das pessoas sobre mim.

- E aí? Como você está? De verdade? - Perguntou ele me encarando sério quando sentamos numa das mesas do refeitório.

- Não existem palavras que definam. - Fui sincero.

- Cara, somos amigo, não somos? - Perguntou ele.

- Somos!

- Eu estou preocupado com você! - Confessou ele. - Não só eu, mas todo mundo que te ama.

Eu não tinha o que dizer.

- Você não é mais o mesmo de antes, sei que toda essa situação é difícil, principalmente para você, mas cara, você tem que reagir! Você precisa estar bem pra quando Amélia acordar, com todo respeito você está horrivel! Irreconhecível eu diria. Está parecendo o abominável homem das neves.

Pela primeira vez em muito tempo eu ri. Até me surpreendi.

- É, eu estou horrível mesmo!

- Que tal nós dois irmos até a minha casa, você toma um banho, troca de roupa, e depois voltamos pra cá, o que acha? - Propôs ele.

- Eu não sei! - Entrei numa luta interna. - Não quero deixar ela sozinha. Eu tenho medo de sair de perto e alguma acontecer na minha ausência.

- Posso chamar a Mia se quiser, pra ficar com ela. - Falou ele animado.