interrogatório

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Sentamos na mesa e terminamos de comer, levo Thomas até o quarto dele, mandei comprarem uma cama especialmente para ele, com fronhas e cobertas com temas espaciais, sua luminária é um foguete.
 
Observo todas atentamente para ter certeza de que ele gostou, seu olhar brilha ao ver o quarto, vejo um sorriso brotando devagar em seu rosto, não consigo evitar de dar um sorriso de canto ao ver está cena.
 
- Papai e mamãe se ajudaram hoje, igual antigamente...- Diz Thomas sonolento. – Sinto falta de como vocês agiam.
 
- Sente?
 
- Sim! Vocês juntos eram o rei e a rainha, agora está separados, é igual ao filmes, sempre que o casal forte fica separado, algo acontece...
 
- Nada irá acontecer conosco Thomas, nos só estamos...- Diz Enzo se abaixando.- Dando um tempo para nossas cabeças pensarem, nos nunca iremos nos separar!
 
- Durante todo esse tempo, você ainda não conseguiram pensar? – Thomas boceja e fecha os olhos.-  Sinto falta dos nossos momentos em família. – assim que termina de falar, ele adormece.
 
Enzo e eu nos entreolhamos e saímos em silêncio, fecho a porta com cuidado.
 
- Vou lhe mostrar onde vai dormir... – Digo um pouco constrangida por ficar sozinha com ele.
 
- Rafa! – Enzo segura meu braço.- Precisamos conversar vem. – Diz me puxando pela mão.
 
Saio com Enzo até o jardim da frente, Enzo tem razão, precisamos conversar. O que Thomas disse não sai de minha cabeça, ele é só uma criança, não deveria estar passando por tudo isso.
 
- Porque você foi embora?
 
- Por que precisei!
 
- Não...- Enzo respira fundo antes de falar.- Não me dê respostas curtas! Que caralhos você pensou que estava fazendo? Viu como Thomas está agora?
 
- Se me conhecesse, saberia que tudo o que faço é por Thomas.
 
- PARA DE DIZER ISSO! O TEMPO TODO! EU TO TENTANDO ENTEDER O QUE ACONTECEU MAS VOCÊ ESTÁ TENTANDO ME DEIXAR DE FORA, COMO SEMPRE!
 
- VOCÊ EM ALGUM MOMENTO REALMENTE SE IMPORTOU COM O QUE ACONTECE? VOCÊ PERMETIU QUE CHEGASSE A ESSE PONTO.
 
- E EU ESTOU TENTANDO CONCERTAR AS COISAS! – Ele  respira fundo para se acalmar.- Você se foi! Não me disse nada, me deixou para tentar entender sozinho o que aconteceu, e Thomas? Você como você acha que eu me senti ao dizer para ele que não sabia onde a mãe dele estava?!
 
Neste momento sinto tudo voltando, toda a culpa por deixar eles, toda a raiva que senti do Enzo por deixar aquela mulher ficar, tudo...
 
- EU SINTO MUITO TA LEGAL? – Não consigo mais conter minhas lágrimas, por mais que tente, elas não param de rolar soltas em meu rosto. – Eu não queria ir...Mas não tive escolha.
 
- Mas para dormir com aquele cara teve.
 
- Confesso que errei! A primeira vez foi um acidente, e a última, foi por raiva ok?! Eu queria me vingar de você! Eu senti raiva de você, sintia como se tudo o que aconteceu tivesse sido culpa sua, por deixar ela ficar. – Digo entre lágrimas.
 
- Então vamos resolver isso, se não por nos, vamos por Thomas.
 
- Não dá...nos dois sabemos que não dá.
 
Escuto passos de alguém se aproximando, limpo minhas lágrimas rapidamente e respiro fundo.
 
- Ele acordou! – Diz Natan se aproximando.
 
- Ótimo. – Respondo caminhando na frente.
 
- Ela sente a sua falta, só é cabeça dura de mais para admitir para si mesma! – Diz Natan, sinto seu olhar em mim.
 
- Chega de conversa, vamos logo Natan. – Novamente um peso cresce em minhas costas...sinto como se estivesse na estaca zero novamente.
 
Vamos direto para a sala secreta, Enzo nos acompanha em silêncio, dentro da sala, atrás da porta, ficam duas empregadas armadas, a três calabouços, onde em um deles se encontra o intruso.
 
- Tiraram? – Pergunto olhando para ele.
 
- Ele não tinha, deve ter retirado antes.
 
- Bom trabalho, pode voltar agora! – A empregada se retira assim que ordeno.
 
- Aqui está senhora Carson. – Diz Zeyzey, largando um pequeno estojo na mesa a minha frente.
 
Natan vai até o intruso e o leva até a cadeira, empurrando seu ombro para trás o fazendo sentar a minha frente. Em seguida Natan pega outra cadeira e coloca para Enzo sentar, o mesmo retira seu casaco e se senta avaliando o homem a nossa frente.
 
Pego o tablet das mãos de Natan, nele possui todas as informações sobre esse homem.
 
- Então...Fernando Dorneles, por que invadiu minha casa? – Pergunto colocando minhas mãos juntas na mesa.
 
Ele não diz nada apenas me observa com seu rosto machucando, do qual mostra que Natan tentou tirar informações dele.
 
Olho para Natan como se estivesse pergunta se ele conseguiu algo, o mesmo faz sinal de negação com a cabeça, então esse cara não quer falar...
 
- Responde ela logo! – Enzo se levanta e da um forte soco em seu rosto.
 
Ao levar o soco, sua cabeça é empurrada para o lado, pelo impacto, mesmo assim ele não diz nada.
 
- Sabe eu gosto de tirar informações de dois jeitos, o fácil que todos saem felizes e o difícil...vou começar pelo fácil. – Digo colocando o tablet na mesa.
 
- Aqui diz que você tem uma filha de quatro anos...- Seu olhar se arregala.- Olha, você tirou o veneno de sua boca, o que prova que você não quer morrer...se não me disser nada, mandarei elas para um lugar que você nunca irá encontra-las.
 
- Quem disse que não quero morrer?
 
- Olha ele fala! – Zomba Enzo.
 
- Você é só uma vagabunda, porque acha que pode me ameaçar?
 
Enzo da outro soco nele, este soco foi tão forte que ele cai da cadeira, Enzo o levanta pela camisa e o coloca sentado de novo.
 
- Sabe...dizem que as vagabunda são as mais perigosas...quer mesmo saber do que sou capaz?! Deixe-me dizer a sua segunda opção...- Abro o estojo, mostrando vários instrumentos de tortura.- Eu e meu querido amigo aqui do lado vamos força-lo a falar.
 
- Resumindo suas opções, você não diz nada e perde sua filha, ou você abre o bico e todo ficam bem, e você fica inteiro.
 
- Não ouse encostar em minha filha.
 
- Então diga, quem o contratou para invadir minha casa.
 
- Eu não sei, recebi o comando anonimamente, minha missão era te matar...só o que posso dizer...
 
- Não sabe de mais nada? Tem certeza?! – Insiste Enzo.
 
- Só tenho o endereço para o qual eu deveria levar seu corpo depois!
 
- Para onde? – Pergunta Enzo.
 
- Para o...grande depósito da Edvals!
 
- O depósito abandonado?! – Exclama Natan.
 
Novamente um depósito na história, estou começando a ficar farta destes depósitos.
 
- Mande a filha e esposa dele sairem da cidade, deve dinheiro para que elas possam ter uma vida boa. – Digo do lado de fora entregando o tablet para Natan.
 
Se elas ficarem na cidade podem acabar sendo mortas...elas não tem culpa da escolha dele...amanhã irei neste depósito, vou colocar um fim nisso.
 

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