- Ok, então já vou indo vovó, ainda tenho que pegar Thomas na escola.
- Claro querida, vamos juntas! Quero ver ele é falar com Enzo. - Diz Vovó se levantando junto comigo.
Fomos para o carro, e durante o caminho até a a escola a vovó me conta sobre uma viagem que ela está planejando com suas amigas, ela já me convidou para ir mas não acho que seja o momento para viagens, Thomas tem medo que eu vá embora, agora que aquela mulher está de volta.
- O que está havendo? - Pergunta vovó assim que descemos do carro.
- Também quero saber.
- Rafa temos um problema! - Diz David vindo rápido de encontro a mim.
- David o que foi?
- Tayla, ela veio tentar buscar Thomas, mas a segurança se recusa a deixar, mesmo assim Tayla não sai da frente do portão.
- Essa mulher. - Exclama vovó irritada.
Vou até o portão, e assim que a segurança me vê ela abre o portão para Thomas sair, o mesmo corre até mim passando direto pela jararaca loira.
- Porque para ela você entregou meu filho, mas para mim não?
- O que está querendo dizer? Eu sou a mãe do Thomas e por enquanto a única que pode buscá-lo na escola. - Digo pegando na mão de Thomas e indo para o carro.
- Quando vai perceber que não pode utilizar o título de mãe? - Diz Vovó brava.
- Eu sou a mãe de Thomas vocês não podem mudar isso e nem o tirar de mim. - Tayla se abaixa segurando em minha calça, como se estivesse chorando.
Ela está fazendo essa cena para que as pessoas a sua volta tentem ficar do seu lado e me atacarem, algumas pessoas a nossa volta Cochicham outras não dizem nada, o plano dela quase deu certo, a não ser pelo momento que eu ia abrir minha boca para falar mas alguém me defendeu antes...
- Você é a mãe biológica dele? E onde você esteve enquanto ele chorava? Onde estava quando outras crianças zombavam de Thomas dizendo que ele não tinha mãe?! Você deu a luz para ele e daí?! A senhora Carson é a verdadeira mãe dele, ela o aceitou e limpou suas lágrimas e machucados, todos aqui sabemos disso, não tente fazer seu teatrinho aqui. - A mãe de um dos amiguinhos de Thomas.
Todas as outras mães concordaram com ela, fazendo com que Tayla não tenha o que dizer, mas continue com seu teatro para não ser mais humilhada e Enzo não saber de sua atuação.
. . . .
Quando chegamos em casa Thomas vai direto para seu quarto tirar seu uniforme escolar, enquanto isso Vovó e eu Fomos para a sala de estar para conversarmos, Tayla se junta a nós deixando um clima pesado, sempre que ela dizia algo vovó a respondia de maneira grossa ou ignorava, eu não dizia nada pois achava que o clima já estava pesado o suficiente.- Oi querido. - Diz Enzo dando um beijo em Thomas é depois vindo dar um beijo em minha testa.
- Oi Enzo. - Diz Tayla sorrindo.
- Olá! - Enzo a responde e sai sem dizer mais nada.
Vou para o pátio para Thomas e Pakun brincarem, Enzo veio mais cedo hoje...porque? Receio de deixar eu sozinha com ela?
Enquanto Thomas e Pakun correm pelo pátio fecho meus olhos por alguns segundos afim de sentir o sol da tarde em minha pele, Enzo me abraça por trás e ficamos ali, em seus braços sinto como se nada tivesse mudado, como se ela não tivesse voltado, está tudo como antes, mas infelizmente não está...
- Fiquei sabendo sobre o incidente na frente da escola. - Diz Enzo tirando sua gravata.
- E? ficou bravo por eu dizer que eu sou a mãe de Thomas?
- Claro que não! Você é a mãe dele. - Ele me dá um beijo na testa e vai tomar seu banho antes de dormir.
Me deito na cama e fico olhando para o nada, mesmo fingindo, eu não estou tão segura quanto estou fingindo, sinto uma insegurança e um sentimento ruim, eu não posso me deixar ser abalada por ela, eu sou a mãe de Thomas.
Enquanto ele me tiver como mãe em seu coração ninguém pode mudar isso!
- O que foi? - Pergunta Enzo ao se deitar em meu lado, me abraçando.
- Nada.
Me viro para ele colocando minha mão no lado de seu rosto o acariciando, sentindo sua barba por fazer, ele se entrega ao toque de minha mão, aconchegado seu rosto nela, o observo por mais alguns segundos e lhe dou um beijo, me aconchego nele e durmo...
- Mamãe! - Chama Thomas.
- O que foi querido? - Pergunto ao me aproximar.
- Você não é minha mamãe! Ela é. - Ele diz apontando para Tayla.
- Thomas...Você não me quer mais como sua mamãe?
- Não! Você não nunca foi minha mamãe.
- Thomas! - Grito me sentando na cama rapidamente.
Foi só um pesadelo, a muito tempo não estava mais tendo pesadelo, e agora tive um do qual perdi Thomas...
- Pesadelos com Thomas de novo? - Pergunta Enzo me abraçando.
- Sim.
- Rafa não se preocupe, para ele, você é a mãe dele e nada nem ninguém pode mudar isso! Nenhum de nós dois iríamos escolher ela no seu lugar. - Ele se deita me fazendo sentar junto.
Fico ouvindo seus batimentos e sentindo o calor de seu corpo até dormir novamente, desta vez não tive sonho nenhum, foi como se só houvesse fechado meus olhos por alguns instantes.
Na manhã seguinte me levanto e vou tomar meu banho, enquanto Enzo secava meu cabelo, fiquei olhando para o espelho, refletindo suas palavras, ele disse tão firme que não me trocaria, devo acreditar nele, só estou me deixando abalar, eu devo confiar nele e em Thomas, no final vai ficar tudo bem...só precisamos aguentar mais alguns dias!
- Posso tentar trança seu cabelo hoje? - Pergunta Enzo terminando de secar meu cabelo.
- Pode.
Ele procura um tutorial no YouTube e faz duas tranças simples uma de cada lado, confesso que estava com medo de perder meu cabelo, mas ele estava tão focado que acertou de primeira, um lado ficou um pouco mais alta que a outra, mas está discreto, só quem parar para observersar e analisar que iria perceber, e além do mais, eu estou sempre na sala com Mike, e quando saio é para ir a sala ao lado falar com Enzo, então poucas pessoas verão meu cabelo.
- Pra que flores? - Pergunto ao ver ele procurando acessórios de cabelos.
- Vai ficar bonita com umas florzinhas espalhadas pelas tranças. - Diz parecendo uma criança.
Acabo cedendo a sua fofura e permito ele colocar as pequenas flores nas tranças, pareço uma adolescente de 14 anos.
- Você não acha que eu pareço uma criança?
- Não, você está parecendo uma rainha, tá linda. - Diz orgulhoso de seu trabalho.