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   — Obrigado por me acompanhar — Matthew disse me fitando — Confesso que foi um pretexto para lhe conhecer melhor também — falou e eu ri

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   — Obrigado por me acompanhar — Matthew disse me fitando — Confesso que foi um pretexto para lhe conhecer melhor também — falou e eu ri.

   — Gosto da sua sinceridade — ele piscou galanteador. Chegamos em uma calçada pouco conhecida por mim, era iluminada por globos de luzes e repleta de ipê-rosa — Você conseguiu me surpreender com uma caminhada — olhei ao redor — Esse lugar é magnífico, não o conhecia e olha que moro aqui a anos.

   — É afastado do centro, talvez seja por isso — me respondeu com o canto dos olhos franzidos.

   Assenti dizendo:

   — Com a vida caótica as vezes não percebemos a beleza do mundo ao nosso redor — concordou.

  — O que você faz da vida? — perguntou de forma suave, aquilo não soou grosseiro.

  — Sou herdeira — Falei com indiferença.

   — Herdeira...— Os cantos da sua boca curvaram-se.

   — Estou brincando — dei uma gargalhada discreta — Por mais que não seja uma total mentira — rimos — Curso administração empresarial atualmente, claro que quero ir para o ramo das empresas, mas pretendo abrir a minha própria por mais que já tenha metade das ações das empresas da minha família.

   — É um passo grande — Seus olhos se iluminaram — Gosto de mulheres assim.

   — Gosto de me arriscar — mordi meu lábio inferior e coloquei as mãos dentro dos bolsos do meu casaco, ele acompanhava todos os meus movimentos, parecia entorpecido por eles e eu gostava disso — E você? — perguntei insinuante.

   Eu sabia qual era a exata intenção de cada um ali, mas a melhor parte é que estávamos na mesma página.

   — Sou investidor, gosto de liberdade.

   — Gosta de investir no que especificamente?

   — Vários nichos, mas atualmente estou investindo em uma empresa desenvolvedora de softwares.

   — Não sabia que era do tipo nerd — brinquei.

   — Tem muitas coisas que ainda não sabe sobre mim — falou e um fogo subiu pelo meu corpo.

   — É mesmo? — O olhei de cima — Estou ansiosa para descobrir...

   Ele olhou para a minha boca e senti uma queimação dentro do meu corpo. Decido então olha-lo com a mesma intensidade.

   — Se ficar me olhando dessa forma vou ter que te atacar aqui mesmo — ele disse.

   — Está esperando o que? — E assim, sem mais delongas ele puxou minha mão, me escorou em uma das árvores e puxou minha perna para cima, uma de suas mãos foi de encontro com a minha nuca e Matthew atacou minha boca.

   Nosso beijo estava fervoroso, nossa línguas dançando livremente uma pela outra, enquanto minhas mãos passavam pelo seu abdômen, respirações cortadas, nossos gemidos afagados, chupões e qualquer outro tipo de pecaminosidade que quem passasse naquela rua presenciaria. Eu queria mais, mais do que apenas beijos mas não seria naquela noite.

   Ele encostou sua testa na minha, estavamos ofegantes pela dominação do beijo, até nos afastarmos.

   Uma merda de sensação de estar sendo observada me consumiu. Tentei olhar ao redor discretamente enquanto Matthew estava distraído, mas nada, o lugar estava completamente desértico. Ele voltou seu olhar para mim, havia desejo ali, tanto que conseguia sentir seus olhos perfurando minha pele.

   — Melhor voltarmos, já está escuro — ele disse e eu concordei.

   Caminhando em passos regulares me toquei que a sensação de estar sendo observada havia partido de vez, porém só para ter total certeza eu dei uma última conferida olhando para trás.

   — Está tudo bem? — ele perguntou também olhando para trás.

   — S-sim — respondi abraçando meu corpo quando um vento gelado veio na nossa direção — É só que...— dei um pausa — Sabe aquela sensação de se sentir observado o tempo todo? — soltei o ar do nariz — Sinto isso quase o tempo todo.

   — E está sentindo isso agora? — fiz que sim com a cabeça — Vem aqui — ele disse levando meu corpo para mais perto do seu e passando seu braço pela minha cintura — Estamos sozinhos, não tem ninguém aqui além de nós dois — beijou o topo da minha cabeça me reconfortando e continuamos a andar.

   Podemos até estar sozinhos a olho nu, mas pelo o que eu e Aaron sabemos bem de acordo com os nossos estudos é que nunca estamos sozinho de verdade, só não conseguimos ver tudo a olho nu. Isso se não adquirirmos uma certa capacidade. Na minha visão, nós começamos a acreditar tanto em certas coisas que no fim acaba se tornando uma verdade.

   De qualquer maneira eu não tenho nada de muito interessante para seres do submundo ou seja lá de qual lugar for virem atrás, então não sei porque tenho que me sentir observada o tempo todo. Isso já está ficando sufocante em níveis extremos e me consumindo de dentro para fora, parecia que a qualquer momento eu poderia surtar e sair batendo nos outros por aí.

   Para me ajudar, vejo que a porra do fogo saindo da minha mão não era uma alucinação e para me reconfortar Aaron diz que sabe exatamente o que é aquilo...Agora o que não quer me deixar em paz, como ele sabe? O que ele sabe? E o por que ele sabe?

   Dúvidas e mais dúvidas rodeavam minha mente e eu não sabia como lidar com aquilo.

   Dúvidas e mais dúvidas rodeavam minha mente e eu não sabia como lidar com aquilo

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