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   Sentada no chão enquanto abraçava meus joelhos eu chorava, o forte cheiro de sangue no ambiente estava me deixando mal

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   Sentada no chão enquanto abraçava meus joelhos eu chorava, o forte cheiro de sangue no ambiente estava me deixando mal. Depois que a raiva passou senti uma energia pesada me atingindo de maneira brutal.

   Sentindo a presença de alguém sentando ao meu lado, levantei meu olhar inchado, avistando Aaron ali, ele olhava fixamente para o homem gemendo de dor enquanto tinha uma postura relaxada.

   — Precisamos sair daqui — disse — Os vizinhos chamaram a policia por causa do barulho.

   — O que está fazendo aqui? — perguntei — Não estava na festa?

   — Assistindo — franzi o cenho — Assistindo o que está se tornando — funguei e ele me olhou — Se arrepende?

   — N-não — outra lágrima caiu.

   — Então por que seus olhos mostram o contrário? — fechei a pálpebra por pequenos segundos.

   — Um dia eu tive um pai Bagjaer...— soltei o ar dos meus pulmões — E ele tinha essa aparência — olhei para o homem caído no chão.

   — Você ia mata-lo? — assenti.

   — Mas a morte seria fácil demais para ele — falei e Aaron se levantou, parando na minha frente e estendendo a mão para mim, mas eu não a peguei.

   — Vamos Katherine, não pode continuar aqui — disse mas eu fiquei em silêncio — Vai ser presa.

   — Não me importo — falei sem vida — Quero enfrentar algo, pelo menos uma vez na minha vida.

   Ele agachou pegando meu rosto.

   — Eu faria de tudo por você — disse quase em um sussurro — Não posso deixa-la fazer isso, mesmo que você me odeie.

   — Por favor — apertei meus olhos — Por favor Aaron — levei minha mão para sua bochecha e fiz um breve carinho ali.

   Ficamos um tempo nos olhando até os sons de carro de policia se aproximando aos poucos surgiu. Aaron foi embora deixando apenas rastros da sua névoa.

   — Eu não te odeio — outra lágrima — Meu pecado.

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   — Tudo que falar poderá ser usado contra você no tribunal — o policial falou enquanto me algemava.

   Virei meu rosto na direção do Parker, colocaram ele em uma maca e em seguida encaixaram ela na ambulância. Uma moça se aproximou de mim limpando o sangue do meu nariz e perguntou:

   — Quem fez isso em você?

   — Ele — foi a única coisa que eu disse. Ela olhou para o policial como se estivessem conversando apenas por olhares e se retirou. 

Heaven - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora