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   — Podem ficar com o meu quarto, certeza que as meninas não voltam hoje para casa, então vou ficar no quarto de uma delas — falei

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   — Podem ficar com o meu quarto, certeza que as meninas não voltam hoje para casa, então vou ficar no quarto de uma delas — falei.

   — Não queremos incomodar, podemos ficar na sala e...

   — Não, vocês não incomodam de forma alguma — falei — Quer tomar um banho quente antes de se deitar? — ofereci.

   — Se não for muita folga, eu gostaria sim — Jennifer disse envergonhada.

   — Pode usar meu banheiro — apontei para a porta do mesmo — Vou pegar uma toalha para você — ela assentiu entrando no banheiro e eu adentrei meu closet procurando uma toalha.

   Alicia ficou deitada mexendo no seu tablet e então voltei ao banheiro com a toalha, sem aviso prévio eu entrei me deparando com as costas nuas de Jennifer repleta de roxos e outras marcas avermelhadas, ela levou um susto e tentou se cobrir, me dando visão dos seus pulsos com marcas de dedos. Não era possível enxergar as marcas anteriormente por causa das suas vestes de mangas compridas.

   — O que é isso? — falei já entendendo tudo, mas queria ouvir da sua boca.

   — N-nada — pegou a toalha de minhas mãos rapidamente e se cobriu.

   — Você falou que ele não havia encostado em vocês — disse fria sem despregar os olhos da mulher a minha frente.

   — Ele só encostou em m...— não deixei ela terminar saindo do banheiro furiosa e parando na frente de Alicia, puxei seus pés a aproximando da ponta da cama e ela logo arregalou os olhos, retirei seu vestidinho com um pouco de força sem perceber e ela começou a chorar descontroladamente.

   — Não, por favor, não! — a menina gritou me olhando assustada.

   Eu consegui ver o medo em cada centímetro do seu corpo, ela automaticamente se encolheu e continuou a chorar. Meu corpo endureceu e olhei na direção da sua mãe que também estava olhando a cena assustada.

   — Alicia — chamei sua atenção e ela estremeceu.

   — Não, por favor, não faz isso — soluçou — dói.

   — Alicia, por que você está tão assustada...? — perguntei com a voz mais calma que consegui expressar. Então a menininha me olhou com seus olhinhos vermelhos e assustados, e aí eu percebi...

   Fiquei a encarando, segurando minhas lágrimas. Meu mundo simplesmente desabou, ou pelo menos o que havia restado dele, desabou pelos meus pés e eu não pude mais sentir o chão, minha cabeça começou a doer de uma forma um tanto quanto comum junto ao meu coração.

   Ele não fez isso, fez...? 

   (...)

   Alicia era apenas uma criança, uma criança pequena e indefesa e vê-la encolhida ali na minha frente, pedindo para eu não machuca-la enquanto seu corpo estremecia de forma constante, doeu, doeu muito e doeu mais ainda que aquilo seria uma marca para o resto de sua vida e que não poderia ser apagada.

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