Heaven - Livro 1

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   Chegando em casa fui direto para o banho, tomei uma ducha rápida para tirar o suor, pois mais tarde pretendia tomar outro. Ao sair me deparo com a denotação promíscua deitada sobre minha cama enquanto possuía um olhar provocativo.

   — Se não fosse um pecado eu já teria te denunciado por invasão domiciliar.

   — Também senti saudade amor — disse levantando e desferindo um tapa na minha bunda.

   Me olhando de perfil por um tempo desconfiado perguntou:

   — Por que está com essa cara? — não respondi — Não vai falar? — O mesmo segurou minha cintura com força me virando de frente — Me  responda  Katherine  porra — disse pausadamente entredentes.

   — Fala assim comigo de novo e eu corto sua língua!

   — Não vai querer fazer isso, quem lhe dará prazer com ela?

   — Tenho uma longa lista de pessoas que podem fazer isso — me desvencilhei de seus braços.

   — Não se elas morrerem — sorriu despretensioso — Agora me fala o motivo de estar assim — arrumou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

   — Encontrei-me por acaso com Phil no parque — seu rosto fechou e agora aquele rosto belo possuía um maxilar travado por causa da provável raiva de pensar em Phil comigo. Ele ficava mais gostoso ainda com raiva, isso eu não podia negar — Nos despedimos um do outro.

   — Que comovente — disse debochando e revirou os olhos — Ele ainda está com aquela garota?

   — Sim, por isso veio se despedir, eles vão embora juntos.

   — Que bom — depositou um selinho na minha boca e o olhei com cara de riso — Que é? Não posso negar que estou feliz, não queria ter que machucá-lo também.

   — Não ia precisar — aproximei-me puxando seu lábio inferior.

   Aaron enterrou sua mão direita nos meus cabelos e puxou meu rosto para perto, aprofundando um beijo faminto e possesso. Ele parecia descontar a raiva que estava sentindo no beijo e meu fogo acendeu. Para a minha infelicidade ele se afastou, terminando o beijo.

   — Só passei para ver como estava — ele disse me encarando por um bom tempo, parecia distante.

   — Aaron? — despertando do transe ele piscou algumas vezes.

   — Preciso ir — depositou um beijo na minha testa — Te vejo depois.

   — Você é estranho! — gritei antes dele sumir. Deixando apenas os rastros da sua névoa e seu cheiro inebriante.

   Sorri sozinha, era incrível como eu esquecia de tudo quando estava com ele. Entretanto, algo me preocupava, seu pai. Se Aaron não vai cumprir o que lhe foi ordenado, me matar, seu pai em breve descobrirá e com certeza virá atrás de mim. Em breve.

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   Mais tarde naquele dia resolvi limpar meu quarto, tirar algumas roupas que não uso mais e doar, já outras coisas jogar fora e tudo mais. Um trabalho um pouco longo a tirar pela quantidade de roupas que tenho, mas nada muito complicado.

   Roupas vai, roupas vem. Encontrei uma caixinha na parte superior do meu closet. Eu não sabia qual era o conteúdo dela, nem me lembrava de possuir a mesma. Não obstante a peguei indo até minha cama e me sentando nela.

   Abri a caixinha me deparando com coisas que não esperava e que com certeza não queria me deparar no momento, mas a curiosidade resultou nisso.

   Diversas fotos da minha infância. Época que eu tinha uma família, ou ao menos pensava que tinha, parecíamos a família perfeita nelas. As fotos eram compostas pelos meus aniversários passados, amigos, minha mãe sorridente e feliz comigo no colo e assim por diante, porém, algo me chamou atenção. Aquela pedrinha azul que eu havia guardado por tanto tempo, lembro quando a encontrei enquanto eu explorava a praia. Eu amava fazer isso.

    Peguei a mesma girando nas minhas mãos com delicadeza, lembrando-me do passado e de todos momentos felizes que tive naquela idade, sem preocupações, problemas e tristeza.

   Assim que mexi minhas pernas uma foto caiu no chão e levei meus olhos para ela, abaixei pegando o polaroid amarelado por conta do tempo e observei cada detalhe. Uma foto minha correndo na praia enquanto John me olhava sorrindo, provavelmente a foto foi tirada pela minha mãe.

   Levantei-me da cama me aproximando da minha escrivaninha, abri uma gaveta pegando uma tesoura e voltei para o lugar onde estava as fotos, cortando John delas, uma por uma. Ao fim, juntei os pedaços cortados e queimei com meu poder.

   Guardei tudo e o que restou foi a pedrinha, a última coisa que olhei antes de resolver ir fazer o que eu ia fazer. Ver Parker derramado na sua desgraça.

   Eu precisa fazer aquilo, por mais que no dia de sua prisão jurei nunca mais vê-lo, mas eu precisava, precisava ver ele em sua situação deplorável e contar as boas notícias do momento. Vê-lo sofrer diante de seus atos seria a coisa mais saborosa de apreciar e sentir, eu precisava daquilo no momento a tirar por tudo que ele havia feito.

   Deixei a pedrinha sobre a mesa próxima e segui meu caminho até o local. Ele estava em uma prisão de segurança máxima e provavelmente seria difícil de entrar lá, claro, se não fosse eu tentando entrar.

   Quando cheguei na prisão algumas horas depois, já que a mesma ficava em outra cidade, desci do carro a espreita. Apesar da longa distância que eu estacionei é preciso o máximo de cuidado para não me verem.
   Olhei para meu carro dando um longo suspiro. Infelizmente ainda não sei como Aaron faz aquilo da névoa de sumir e simplesmente ir para onde quer, talvez seja algo que só eles conseguem fazer, enfim, não sei.

   Ativando meus olhos e localizando todas as câmeras de segurança e pessoas do lugar eu caminhei cuidadosamente. Logo ativando a procura por John Parker entre milhares de celas, mas não demorou muito para conseguir localizá-lo no meio de diversos presos.

   Um sorriso perverso surgiu nos meus lábios e andei até lá. Realmente como eu já havia dito, seria fácil...Em quase segundos eu estava dentro daquele lugar frio e úmido no qual Parker estava preso. Era possível escutar sua respiração pesada na cela individual junto ao barulho de rato correndo pelas paredes, enquanto eu me mantinha escondida nas sombras.

   — Aqui é hotel 5 estrelas perto do que você merece.