•Epílogo•

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   A brisa gelada era sentida nos rostos enquanto saíamos da minha casa

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   A brisa gelada era sentida nos rostos enquanto saíamos da minha casa. Jess resolveu me acompanhar nesse dia carecido de felicidade, minha melhor amiga havia morrido e um pedaço de mim foi levado junto com ela.

   A descoberta da existência de algumas coisas e ela ter escondido isso por tanto tempo foi chocante, eu poderia brigar com Katherine, a repreender por não ter nos contado tudo...se ela não estivesse morta. Morta pelas mãos daquele que amava e por mais que escondesse seus sentimentos também, sei que aquilo era mais forte que qualquer um pudesse imaginar.

   Infelizmente, ela nunca encontrou um amor sólido e agora, nem vai ser capaz de procurar um. Ela era uma amiga brilhante, com seus defeitos, mas sempre foi incrível mesmo diante das dificuldades e dores que a vida provocou. 

   Queria poder tê-la ajudado, dado uma vida normal, sem dor e preocupações...ou pelo menos ter falado meu último eu te amo, já que agora vou dizer meu último adeus ou melhor, um até mais, pois espero encontra-la um dia. 

   Agora, olhando o céu lá fora sei que de noite ela apareceria nele, como a estrela mais brilhante ajudando a iluminar nossas vidas.

   — Dylan — Jess chamou minha atenção — Vamos? — ela perguntava segurando as lágrimas e eu assenti tentando fazer o mesmo.

   Por fim, arrumei meu terno e fomos para o carro. Onde dirigi até o cemitério que minha estrelinha seria sepultada.

   Aquilo doía tanto, uma dor imensurável da qual não sabia por quanto tempo ia suportar. Em dias chuvosos ela era meu suporte e a pessoa da qual mais me apoiava, poderia estar cheia de problemas, passando por um verdadeiro inferno, ela parava tudo que estava fazendo para nos ajudar.

   As lágrimas sendo derramadas em nossos rostos eram reflexo do quão importante ela era em nossas vidas. A culpa e a vontade de trazê-la de volta caminhavam lado a lado em reflexo com o silêncio no carro que guardava nossos sentimentos. Sentimentos esses claros o bastante para refletir o impacto da perda.

   Katherine viveu em um santuário de mentiras, um deles provocado por Aaron, ou melhor, pela Luxúria. O novo rei do inferno pagaria caro em sua agonia eterna. Tudo tem um preço, e o preço que ele teria que pagar era sentar em seu trono com a revolta do poder obscurantista, assim como disse Tyler, esse que também não sei se é confiável já que veio do mesmo lugar de merda que Aaron. Eu não entendia, não importava, única coisa que me interessava era vê-lo sofrer pelo menos um pouco em relação a seus atos.

   Ele tirou ela de nós, mentiu, traiu...E toda traição deve ser punida, independente se ele é o mal ou o bem.

   Estacionei o carro e saímos dele. Jess passou os braços pelo meu, enquanto apertava o tecido do terno tentando conter o choro.

   — Boa tarde — Jennifer se aproximou dando um sorriso fraco. Seus olhos estavam inchados — Meus pêsames.

   — Meus pêsames — respondemos em uníssono e nos abraçamos. Ela começou a chorar novamente e Alicia se revelou atrás dela cabisbaixa.

   Peguei a garotinha que chorava muito no colo e tentei acalma-la, tentando não continuar chorando também, pois meus olhos estavam doloridos e ardendo por consequência.

   — Eu quero minha irmã! — ela gritava — Eu quero ela!

   Jennifer tentava acalmar a filha sem sucesso, a garota esperneava e gritava seguidas vezes.

   — Ela foi descansar — depositei um beijo na sua testa, assim como eu fazia com Kathe — Agora ela vai estar lá — apontei para o céu.

   Conhecendo minha amiga sabia que era difícil ela ir para lá, mas se pecados são perdoados...espero que ela tenha pedido perdão. Ela era a melhor pessoa que eu conhecia de qualquer maneira.

   — Lá? — Alicia fez o mesmo, curiosa. 

   — Isso mesmo — fiz que "sim" com a cabeça — Agora ela vai ser uma estrelinha e todas as noites estreladas vamos conseguir ver ela.

   — Sério? — ela levantou as sobrancelhas. Pelo menos agora havia parado de gritar.

   — Sério e ela ainda vai ser a mais brilhante — a garotinha abriu um sorriso banguela.

   — Mas eu não queria ela como estrela, queria ela comigo — fez bico.

   — Mas ela vai estar sempre com você, nunca vai te deixar...

   — Já posicionaram o caixão — Jennifer cortou — Poderia me ajudar a pegar a coroa de flores? 

   — C-claro — coloquei Alicia no chão.

   — Deixa que eu fico com ela — Jess disse pegando a mãozinha da garota e as duas saíram a caminho do caixão.

   Realmente era o fim. Agora a ficha tinha finalmente caído, ela não iria voltar.

   Peguei a coroa de flores brancas e fomos até o caixão da minha amiga, com o caixão fechado coloquei a coroa de flores em cima e as diversas pessoas que vieram dizer adeus para ela se aproximaram, algumas pessoas da faculdade estavam aqui eles inclusive fizeram uma homenagem para ela no campus, todos com feições tristes, vestidos de preto e em silêncio. Entre eles, estava Noah, com a cabeça baixa.

   "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer" (Salmos 30:5)

   Eu realmente queria acreditar que aquilo era verdade, erguendo meu olhar avistei Mary. Ela realmente teve essa coragem? Meus punhos automaticamente se fecharam por conta da raiva que estava sentindo, não estava acreditando que ela estava aqui. A mão de Jess tocou a minha e me reprendeu com os olhos.

   — Deixa ela, não vamos brigar aqui, nossa amiga precisa descansar em paz — falou baixo e dei mais uma encarada de raiva na garota inconveniente.

   — Tem razão — sussurrei.

   — Sabe por que aquele namorado dela não veio? — Jennifer perguntou olhando aquelas diversas pessoas, tentando identifica-lo em algum ponto.

   Porque ele a matou.

   — Eles já não estavam juntos a um tempo, talvez nem tenha ficado sabendo da notícia — menti.

   Ela apenas mexeu a cabeça e retirou para o outro lado. Arrumei minha postura em seguida e fitei aquele caixão em madeira envernizada cheia de detalhes, saber que ela estava ali dentro pesava minha mente e penalizava meu coração, eu queria ela de volta...Uma lágrima que eu estava tentando prender a um tempo escorreu sem permissão e fez meus olhos arderem. Passei as costas da mão a secando.

   — Quer um lenço? — alguém perguntou estendendo a mão e eu o peguei. Assim que meus olhos encontraram os da pessoa eu fiquei em choque.

   — V-você? — arregalei os olhos.

   — V-você? — arregalei os olhos

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