Sirena | De Arrascaeta

VINTE E CINCO

Assim que tirou sua bermuda, sentou na mesma cadeira que já estaca e eu tirei toda a minha roupa e deixei na borda piscina, ele continuou sentado e ficou me olhando, os olhos descendo e subindo pelo meu corpo repetidamente, mas ele não movia um músculo.

- Só vai ficar me olhando daí? – fui andando até ele só de calcinha e sutiã e parei a sua frente.

Ele colocou as mãos nas alças do meu sutiã e abaixou as duas ao mesmo tempo, se arrastou para frente na cadeira que estava sentado e arrastou as mãos até as laterais da minha calcinha fio dental.

Em seguida, voltou os olhos para a direção dos meus e fez um sinal giratório com os dedos para que ficasse de costas. Obedeci e ele baixou a calcinha de uma vez, subiu as mãos para a parte de trás do sutiã e sussurrou o que provavelmente era um palavrão porque não conseguia abrir.

- É aqui – girei mais uma vez e parei de frente para o corpo dele, apontando para o fecho frontal da peça.

Ele não falou nada, apenas abriu e caiu no chão rapidamente, pois já estava com as alças abaixadas. Quando sai daquele transe que ele me coloca sempre que quer, caiu a ficha que estava completamente nua no quintal da casa dele e fiquei um pouco desconfortável, comecei a olhar para os lados para ter certeza que estávamos sozinhos e ele notou meus movimentos, mas continuou sentado e imóvel, sem fazer nada, só me olhava descaradamente.

- Giorgian – estalei os dedos frente ao rosto dele – Isso aqui não tá muito justo.

- Eu sou todo seu – ele levantou da cadeira e ficou bem próximo a mim – Pode tirar.

Coloquei minhas mãos no cós da cueca dele e fiquei enrolando para baixar. Me aproximei mais ainda de seu corpo, abraçando-o e lambi seu lábio inferior pedindo passagem, logo ele abriu a boca e iniciamos um beijo.

- Você é meu então? – falei entre nosso beijo e ele sorriu, estava cada vez mais fácil de sentir toda a "alegria" dele com aquela situação de ausência de roupas.

- Já faz um tempo – ele encerrou nosso beijo e eu continuei enrolando para tirar a única peça de roupa que ele vestia – E você é minha também – ele deu um tapa mais forte que os que eu estava acostumada na minha bunda.

- Aí – reclamei dando um leve pulinho – Quem te disse que eu sou sua hein, uruguaio?

- O seu corpo diz – enquanto eu o encarava em buscas da continuação da resposta, ele desceu a mão direita até minha intimidade, tocou meu clítoris e escorregou dois dedos para dentro de mim – Quem mais te deixa molhada assim tão rápido, mi amor?

Eu não sei se estava muito excitada e extasiada ou se ele realmente me chamou de meu amor na língua dele. Eu encarava os olhos dele com a boca entreaberta e não conseguia falar, então apenas neguei com a cabeça.

- Quem? – ele perguntou de novo e continuava com os dedos lá.

- Ninguém, ninguém – respondi rápido e com a voz trêmula.

Realmente, ninguém me deixava com ele e nunca me entreguei dessa forma tão intensa para ninguém, e nem tô falando apenas da parte física.
Quando eu senti que em alguns segundos iria ter meu primeiro orgasmo da noite, ele tirou os dedos do lugar onde estavam trabalhando brilhantemente e eu o encarei com expressão de indignação.

- Vem – Giorgian tirou a cueca de uma vez, me puxou pela mão até a borda da piscina, que eu já tinha até esquecido que existia à essa altura e entrou pela escada, eu fiz o mesmo.

Me encostei na borda da piscina, ainda arrepiada pela mudança brusca de temperatura.

- Tô com frio – reclamei e ele baixou os olhos olhando para meus seios descaradamente.

- Eu sei – puxou de leve o bico dos meus seios, que estavam naturalmente reagindo ao frio, entre seus dedos.

- Você tá me devendo um orgasmo já que cortou minha onda – falei enquanto dava uma mordida em seu ombro.

- Você vai ter seu orgasmo – senti que ele pegou seu próprio membro e colocou uma de suas pernas entre as minhas, afastando-as – Mas enquanto eu tiver dentro de você – senti a cabeça de seu pênis na minha entrada e joguei a cabeça para trás, enquanto ele me provocava esfregando a glande em mim sem me penetrar.

Arranhei suas costas e o puxei para mais perto de mim, tentando fazer com que ele parasse de uma vez com aquela provocação.
(...)

Enfim, cá estamos nós dois abraçados na piscina e, novamente, passa pela minha cabeça qual o motivo de não termos usado camisinha para transar e em uma discussão sobre isso.

- É muito melhor quando a gente não usa – afirmou e eu me afastei um pouco do abraço e o olhei.

- Não tem como discordar que é melhor mas não dá pra ficar assim – suspirei pensando na minha própria promessa que eu quebrei sobre usar preservativo – Não quero filhos e nem correr algum risco .

- Que riscos? – ele me encarou com a feição ficando irritada.

- Eu não sei com quem você tava transando por aí, Giorgian – abri os braços como se estivesse dizendo algo óbvio, e para mim realmente era.

- "Transando por aí" – ele riu alto, me soltou e foi em direção a escada para sair da piscina e me deixou lá sozinha.

- É sério que você ficou bravo por isso? – falei mais alto porque ele estava um pouco longe – A gente só tá junto oficialmente há algumas horas, ok? – ele colocou a cueca mesmo todo molhado e virou para me olhar.

- Eu sei, até agora você tava desse jeito – apontou para mim e para ele – com o cantor lá.

Abri a boca e fechei alguma vezes porquê nem conseguia reproduzir uma frase coerente no estado de nervos em que ele me deixou com aquela resposta.
Ele entrou na casa e eu sai da piscina, coloquei minhas roupas íntimas. Só queria ir embora, mas quando olhei no meu celular vi que passava da 1h da manhã, além de que eu molharia o banco de qualquer táxi que sentasse.

- Eu só falo o que não devo nas horas erradas – falei para mim mesma e não consegui segurar meu choro.

Sentei na cadeira e fiquei pensando em como a noite tinha sido incrível e os comentários dos dois foram desnecessários. Um dos meus maiores problemas era falar sem pensar, ainda mais para uma pessoa que eu já sabia que se magoava facilmente. Ele também errou e mais uma vez e voltou em um assunto que nem fazia mais sentido, meu lance com o Xamã.

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