CINQUENTA E QUATRO

454 28 4
                                    

Passaram-se mais de quinze dias desde que comemoramos nossos aniversários, que coincidiu com a data em que contei sobre a nossa gravidez.
O dia do aniversário dele teve uma festa pequena, só para alguns amigos mais próximos e poucos familiares que vieram ao Brasil para este momento.
Diga-se de passagem, amigos até demais, que fizeram com que eu não ficasse tão tão alegre assim em um dia que era para ser apenas especial, e nada mais. Estava deitada na nossa cama, pensando sobre tudo que havia acontecido, e ainda estava afetando nosso relacionamento. Por mais que eu tentasse, em alguns momentos, manter a paz se tornava um tremendo desafio.

" Festa de aniversário do Giorgian
- Mas a senhora sabe que eu não tenho interesse em nada do seu filho, além da felicidade dele, né? - questionei a mãe dele enquanto a encarava seriamente, esperando ansiosa por sua resposta.

- Eu sei, minha querida - disse com o sotaque acentuado dela - Eu confio nele também, sei que não se relacionaria com qualquer uma e sei que vocês estão fazendo as coisas no tempo certo.

Encarei minhas unhas, típico de quando estava nervosa. O fato é que ela não sabia da gravidez, ele descobriu há poucos dias, então não vejo nenhum problema nisso. A questão é que ele estava bebendo, além do que pode ser considerado ideal para essa ocasião, e não deu indício algum sobre contar do bebê.

- Claro, dona Victoria, claro - sorri falsa e senti um baita alívio ao ver a Rafaella chegando com o Gabriel, até porque minha irmã não deu as caras, e eu entendo, minha sobrinha estava prestes a nascer.

Troquei mais algumas poucas palavras com a minha sogra e me levantei para cumprimentar minha amiga, acho que já posso chamá-la assim, depois das poucas e boas aventuras que passamos juntas.

- Caralho, você tá grávida, parabéns, sério- Gabriel me abraçou forte pela cintura e disse a frase baixo no meu ouvido.

- Muito obrigada, Gabi, de coração - sorri tímida e vi ele procurando alguém com os olhos.

- Seu amigo tá ali ó - apontei para meu namorado - Naquela rodinha com três loiras oxigenadas.

- Amiga - Rafa já tinha entendido tudo, me abraçou também e pegou na minha mão, nos puxando para o bar improvisado no quintal - O que tá rolando?

- Cara, eu contei sobre - olhei para minha barriga e ela assentiu - Ele ficou feliz, foi maravilhoso de verdade, mas desde ontem tá mais quieto, esquisito e hoje mal fica perto de mim, sei nem de onde saíram essas amigas dele.

- Ninguém merece isso, muito menos você - ela bebeu um drink e eu a água com gás que tinha acabado de pedir.

Senti meus olhos ardendo, querendo chorar, mas me segurei porque não passaria por isso aqui, na frente de um monte de gente que eu nem conhecia.

- Amor - senti as mãos geladas de Giorgian na minha cintura, já que eu usava um vestido com abertura nessa região - Você não veio conhecer meus amigos.

- Nem suas amigas - virei a cabeça e o encarei, já que ele me abraçava por trás - Você tá cheirando a whisky.

- É minha festa, qual o problema? - dei de ombros e suspirei cansada.

- É isso então, curte sua festa, bebe todas, continua abraçado com mulher que eu nunca vi na vida, mal fale com a sua namorada grávida - virei meu corpo todo em sua direção - Afinal, é sua festa.

Ele abriu a boca mas não conseguiu formular nenhuma frase, provavelmente porque sabia que estava errado e o excesso de bebida não ajudava em nada.

Depois disso, Giorgian ficou pensativo, continuo "curtindo" a festa dele, mas de maneira mais moderada.

- Ter que falar o óbvio é cansativo - ouvi a voz da Rafa e assenti com a cabeça.

- Eu tô de saco cheio dessa festa já, e nem posso beber - reclamei e pedi um suco de morango para beber, era o que me restava.

- Desculpa ter contado para o Gabriel, mas escapou - me olhou travessa e eu sorri compreensiva.

- Não tem problema, mas se não fosse por você, o pai não contaria tão cedo pelo jeito.

- Porque ele tá assim agora? Do nada? - abri os braços demonstrando que não havia resposta para dar a ela.

- Sei lá, se pensou bem e não achou a ideia boa, se cansou da minha cara agora que nos vemos com mais frequência - a olhei e ela negou com a cabeça.

- Não faz sentido, por tudo que você me contou, amiga, ele deve estar querendo curtir um pouco a vida só - levantei as sombracelhas.

- Comigo ou sem mim? - perguntei mais a mim mesma que a ela enquanto o olhava beber e curtir com o pessoal."

Eu estava esperando ele voltar do jogo no Maracanã, desde esse dia o clima entre nós havia melhorado, mas não podia dizer que estava tudo bem. Ainda sentia ele de um jeito totalmente diferente que supus que ficaria, caso eu ficasse grávida e viesse morar com ele, fatores que, inclusive, ele insistiu muito para que acontecessem.

Recebi uma mensagem do Eduardo no WhatsApp, abri e era um áudio. Ele pediu alguns documentos que estavam no meu notebook, até porque eu estava trabalhando majoritariamente em casa. Meu chefe já sabia da gravidez, não se incomodou em nada (ou fingiu muitíssimo bem), e ultimamente só tenho ido para o escritório quando preciso, contratamos uma assistente, e tudo externo ficava sob responsabilidade dele. Pelo menos, no quesito trabalho, as coisas estavam fluindo da melhor forma possível.

.................................................................

Gente, perdão da demora pra postar mais capítulos, mas nas últimas semanas meu celular foi roubado, fiquei desempregada e minha vida tá de cabeça pra baixo. Mas seguimos firmes e postarei com mais frequência. Prometo ❤️
E até para eu saber o que estão achando do livro, curtam, comentem e interajam comigo, nunca cobrei isso, mas realmente estimula muuuito qualquer escritor, mesmo que sejam críticas ruins.

Beijos!!

Sirena | De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora