SESSENTA E UM

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O tempo voou e, em um piscar de olhos, o chá de bebê estava a apenas três semanas de distância. A expectativa estava no ar, e a cada dia que passava, eu me sentia mais empolgada e ansiosa ao mesmo tempo. As mensagens, as ligações, os preparativos... tudo parecia tomar um rumo acelerado. Eu sabia que o grande dia estava chegando, e Giorgian estava ali, ao meu lado, em todos os momentos.

Era uma tarde de sábado quando finalmente começamos a colocar as mãos na massa. A decoração estava tomando forma, com balões espalhados pelo salão, mesas com toalhas de linho e arranjos delicados de flores. Eu não conseguia parar de sorrir enquanto observava tudo sendo preparado. Giorgian estava super envolvido e, de algum jeito, até mesmo a minha mãe começou a se soltar um pouco mais, se animando com as ideias.

Minha irmã, Alice, também foi uma das maiores responsáveis por deixar o chá de bebê tão incrível, na verdade, talvez sem o ânimo dela esse momento nem acontecesse. Desde o começo, ela se envolveu em cada detalhe da organização, do planejamento à decoração. Eu me sentia sobrecarregada com tantas coisas para fazer, então ela entrou de cabeça no projeto, cuidando dos fornecedores, escolhendo os temas, e até ajudando a montar a lista de convidados. Alice tinha o dom de fazer tudo parecer fácil e encantador. Quando vi a sala pronta, com os balões perfeitamente posicionados, os arranjos de flores e a mesa de doces deslumbrante, soube que ela realmente tinha dado um toque especial. Era como se a festa tivesse sido pensada e planejada com todo o carinho para o meu bebê.

— Você não tem noção de como vai ser incrível! — disse Giorgian, com a mão na minha cintura, enquanto observávamos a equipe de decoração finalizar o ambiente.

— Eu sei, amor. Está tudo perfeito. — Sorrimos juntos, e ele me deu um beijo rápido na bochecha. Eu ainda não conseguia acreditar que, em breve, nosso bebê chegaria, e todo esse amor que estávamos criando ao redor dele me fazia sentir mais forte a cada dia.

Faltava só um dia para o chá, e já estávamos com tudo pronto. Eu me empolguei tanto que comecei a me preocupar com as pequenas coisas que não tinha parado para pensar até então. Como seria o nome? Quais seriam os detalhes que queríamos para o futuro? Giorgian e eu já tínhamos conversado sobre várias opções, mas nada parecia se encaixar completamente.

A festa aconteceu em um salão lindo que havia sido decorado de forma impecável, com detalhes que deixavam a atmosfera leve e alegre. Quando chegou o dia, todos estavam ansiosos, e a presença dos amigos e familiares só aumentava minha felicidade. O bolo estava perfeito, com três camadas e um ursinho branco sentado sobre uma estrela brilhante. Cupcakes com carinha de bebê e um painel decorativo completavam o cenário.

As conversas fluíam com naturalidade entre os convidados, e eu não podia deixar de perceber o sorriso da minha mãe, com os olhos brilhando de felicidade. Nossa pequena família estava prestes a ganhar um novo integrante.

— E aí, mamãe, como está se sentindo? — perguntou Giorgian, vindo até mim com um copo de suco de laranja.

— Eu tô ótima... só não consigo parar de pensar nos detalhes. — Respirei fundo, sorrindo para ele. — E você? O que está achando de tudo?

Ele me beijou na testa, com um sorriso.

— Tá tudo perfeito, amor, mas agora tô ficando ansioso. — A voz dele estava cheia de animação, e isso me fez sorrir ainda mais.

E foi então que a grande surpresa chegou: finalmente, o momento de revelar o sexo do bebê. Todos estavam reunidos ao redor da mesa, e com um gesto dramático, eu cortei o bolo. A massa azulada apareceu, e os gritos de alegria tomaram conta do salão. Seria um menino! O futuro príncipe da nossa família estava a caminho.

Eu sempre achei chá revelação extremamente brega, mas eu juro que, quando chega a nossa vez, tudo isso parece uma ideia incrível.

— É um menino! — gritou Aline, minha amiga, com um sorriso largo.

Eu e Giorgian nos olhamos e nos abraçamos. Eu sabia que ele estava tão emocionado quanto eu, mas ao mesmo tempo, não conseguia esconder a ansiedade pela chegada do nosso filho.

A festa continuou com muita animação. Os amigos brincaram de adivinhar o tamanho da minha barriga, e as brincadeiras tradicionais do chá de bebê arrancaram boas risadas. Giorgian teve a missão de provar a "fralda" e fez uma careta tão exagerada que todos caíram na risada.

Depois de tanto papo e risos, começamos a abrir os presentes: roupinhas de bebê, sapatinhos, brinquedos... tudo em tons de branco, amarelo, azul e alguns rosa que usaríamos de qualquer forma. Era tudo muito lindo.

Foi durante esse momento que Giorgian se aproximou e se sentou ao meu lado. Ele olhou para mim com um sorriso pensativo.

— A gente precisa conversar sobre o nome, amor. — Ele parecia sério, e eu sabia que estava falando de algo importante. Não que não fosse, mas o tom dele estava tão sério que chegava a ser engraçado.

— Ah, já tava na hora! Eu estava pensando nisso também... — respondi, rindo. — Vamos, eu tô pronta. Só me diz o que você tem em mente.

Ele me olhou com aquele olhar que só ele tinha e começou a falar de forma tranquila.

— Eu gosto muito do nome Carlos. Acho que é forte, clássico e tem o nosso toque. — Ele me observava atentamente, como se estivesse esperando minha reação.

Eu franzi a testa, pensativa, provavelmente fazendo uma careta de poucos amigos mesmo sem perceber.

— Carlos... hmm, não sei, não é muito... meu estilo, né amor? Eu prefiro algo mais... suave. — Respirei fundo, tentando achar as palavras certas. — Que tal Miguel? Acho que tem um som forte, mas ao mesmo tempo é bem bonito e clássico.

Giorgian riu, balançando a cabeça.

— Miguel? Sério? Eu gosto, mas parece muito comum. Eu quero algo mais imponente, sabe? Carlos soa como um nome de quem vai liderar.

Eu olhei para ele com vontade de rir, mas me segurei e dei de ombros.

— Eu sei, amor, mas eu só não vejo um Carlos correndo pela casa quando ele tiver uns 4 anos. Eu vejo um Miguel... correndo e pedindo comida, sabe?

Giorgian gargalhou com a imagem e me puxou para perto.

— Tá, tá... você venceu essa eu acho. Ainda podemos pensar sobre isso, sirena.

E assim, ficamos brincando com os nomes, sem chegar a uma conclusão, mas ainda com muito carinho e leveza no nosso coração. A cada risada e troca de palavras, nossa conexão só se intensificava.

O tempo foi passando, e logo a festa começou a se dissipar. Os amigos mais próximos já tinham ido embora, e só restaram os familiares e algumas pessoas que tinham se tornado parte importante das nossas vidas.

Quando finalmente todos se despediram, Giorgian e eu voltamos para casa, muito cansados, mas assim que chegamos ao nosso quarto e ele me puxou pela cintura, me olhando com aquele sorriso irresistível.

— Não acredito que hoje acabou... — ele disse, a voz rouca. — A festa foi maravilhosa, mas eu só queria algo agora...

— O quê? — Perguntei, curiosa, sabendo que o que ele queria não era exatamente mais conversa.

Ele se aproximou mais, seu olhar se tornando cada vez mais intenso.

— Algo nosso, você sabe... — Sua mão desceu lentamente pelas minhas costas, já chegando até minha bunda e a acariciando, me deixando arrepiada.

E antes que eu pudesse responder, ele me beijou com uma intensidade que me fez esquecer do mundo lá fora.

Sirena | De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora