- Não acredito que você fez isso, Gabriella - minha irmã encarava incrédula enquanto ríamos da minha história na praia com ele.
Ele. A pessoa que não sai da minha cabeça há alguns dias. Vim ao Rio de Janeiro a trabalho, apesar de nunca ter me proibido de curtir a vida em qualquer circunstância, meu planejamento ideal com certeza não era ficar pensando incessantemente em um jogador do Flamengo. Não posso negar que isso estava me incomodando mas resolvi seguir o conselho da Manu e deixar fluir. Era um incomodo inevitável, na verdade. Já havia iniciado o trabalho na filial do escritório da cidade maravilhosa. Eu estava com uns trinta processos para analisar logo na primeira semana, estava exausta e meu novo chefe me cobrava muito mais que o que estava acostumada em São Paulo. Hoje já é quinta-feira, faz quase uma semana desde a última vez que transei com ele em um lugar inadequado e confesso que foi a última vez que não pensei em trabalho também. Preciso me distrair de novo. O escritório ficava a 10 minutos andando do apartamento que dividia com minha irmã, e por isso, me possibilitava almoçar em casa, e era isso que estava fazendo, enquanto a Manu trabalhava em seu computador escrevendo algum dos artigos dela. - Manda mensagem pra ele e sai de novo já que tá tão estressada - Manu disse como se fosse simples. Talvez realmente seja simples mas não sou de dar o braço a torcer. - A última mensagem dele foi um dia depois do rolê na praia, não vou falar mais nada. Tô pensando mais que o normal nele só porque o chá foi ótimo - Falei enquanto suspirava pensando nas noites que tivemos juntos e ela riu novamente. - E quem mandou a última mensagem? - Manu perguntou pronta pra jogar na minha cara que eu deveria falar com ele já que a última mensagem foi dele. - Eu mandei a ultima mensagem, sabia que ia tentar isso mas te falei, não sei qual a dele - Respondi e minha irmã me olhou com uma sombracelha levantada. - Você não sabe nem qual a sua, irmãzinha - Fiz bico e encarei ela com cara feia, era mentira? Talvez não. Mas tem verdade que dói - Pensa que pode valer a pena dar o braço a torcer. Manu estava levantando da mesa. Ela trabalhava quase sempre em homeoffice, então dificilmente não estava em casa. - Vamos sair amanhã, por favor? Pra qualquer lugar com bebida alcoólica e gente bonita. - Estava com o rosto apoiado na minha própria mão enquanto encarava meu prato. Fiquei até sem fome com tanta coisa passando pela minha cabeça. Que saco. - Podemos ir na Vitrinni de novo, amanhã vai rolar um trapzinho lá - Falou animada já saindo da cozinha com seu notebook. - Tabom? - Respondi pra mim mesma já que a Manu nem me ouvia mais. Vai que outro deus grego derruba bebida em mim, né? Esperança não me falta nunca.
Acordei animada (por um milagre) e comecei a me arrumar mais que normalmente. Hoje tinha audiência online de um caso às 17h30 e depois ainda teria muito trabalho a fazer e precisava pensar em tudo porque realmente precisava desopilar da rotina. Coloquei uma roupa linda para o trabalho, cheguei um pouco mais cedo e resolvi tirar e postar uma fotinha. Preciso me dedicar mais ao meu feed mas isso é um tanto quanto complicado pra mim, sempre acabo esquecendo.
@gabriella.vellasquez: voltando a rotina normal, finalmente 💫❤️🔥
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Nem olhei as curtidas e comentários, fechei o Instagram e subi para minha sala. No caminho encontrei meu chefe que me olhou de cima a baixo e não consegui decifrar se foi uma análise de "nossa, bonita" ou "nossa, que puta, olha o tamanho dessa saia". Cumprimentei-o, é sai quase correndo, poderia ter me visto em um dia que não estivesse tão arrumada assim mas vida que segue. Às 18h50 eu abri meu Instagram de novo pra ver se tinha algo interessante já que já estava exausta do meu dia de trabalho. A terceira foto do meu feed era do jogador com o cunhado fofinho dele na piscina. Acho que foi tirada durante as férias dele, sorri de leve quanto olhava a foto e vi que ele tinha postado stories. Cliquei, era um chimarrão, resolvi responder: @gabriella.vellasquez: isso parece ser tão esquisito quanto peixe cru 😥 Supus que ele demoraria a responder mas logo que ia bloquear o celular, veio a resposta: @g10dearrascaeta: precisa provar antes de falar mal, mi amor.
Estava há dias sem nenhuma mensagem dele no WhatsApp e quando resolvo dar sinal de vida em outra rede social, ele responde de um jeito no mínimo estranho e misterioso, sem puxar nenhum outro assunto. Fiquei um pouco irritada com meus próprios pensamentos e com ele também.
"Gabriella: Vou acabar o trabalho e te encontro de táxi na balada às oito!! Manu: ok ok, tá tudo certo? Eu: irritada"
Me apressei pra finalizar as pendências do trabalho e finalmente poder curtir meu início de final de semana.
Oi, gente! Não consegui escrever durante esse tempo porque estava com covid e influenza mas deu tudo certo e tô de volta!!! Espero que gostem, logo mais trago mais um capítulo 😝
