VINTE E NOVE

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Manoela chegou no apartamento e vomitou três vezes depois do voo, eu nem sabia mais o que fazer, preparei um lanche leve que ela relutou, mas comeu me arrumei no quarto dela para ver se finamente ficava melhor e indiretamente me liberava para ver o jogo.

- Vai ver o jogo do seu homem logo – falou deitada igual a uma estrela do mar na cama – Eu tô bem já, comi e fiquei bem.

- Certeza? – ela assentiu e eu continuei fazendo meu delineado – Me liga se sentir qualquer coisa? – perguntei com medo dela ficar mal de novo.

- Eu não tô doente, relaxa.

- Tá, vou me trocar então – fui até ela que estava de olhos fechados e assim continuou – Te amo, tchau

- Te amo, vou dormir, tchau – disse levantando uma mão com um tchauzinho bem frouxo.

- Eu volto pra cá depois do jogo, não quero te deixar sozinha – eu realmente estava preocupada.

- Tá bom, vai logo agora – ela me expulsou pela terceira vez e resolvi sair.

Vesti uma saia preta com um tênis branco e a camisa que ele me obrigou a vestir e tinha deixado aqui em casa. Devidamente transformada em flamenguista e vestindo a famosa camisa 14.

(...)

Dessa vez não fiquei sozinha enquanto assistia o jogo. Patrícia e Bruna, as esposas do Filipe Luis e David Luiz me fizeram uma companhia muito agradável e eu me senti mais à vontade no estádio.

O jogo acabou em 2x1 para o Flamengo depois de um certo sofrimento. Eu, com certeza não sentia o mesmo que os torcedores fiéis do time, mas ficava apreensiva pelo Giorgian, sabia o quão importante era para ele.

- Que jogo complicado, meu pai amado – Bruna falou e nós concordamos com a cabeça.

- Graças a Deus hoje iremos lidar com o bom humor deles já que ganharam e ainda fizeram gol – Patrícia apontou para mim, já que o Giorgian fez o último gol do jogo.

- É tão ruim assim quando perdem? – perguntei pensando sobre uma situação que ainda não passei.

- Você logo vai saber – levantei a sobrancelha rindo e ela me acompanho e demos risada.

- Ou não, deixa eles na boa fase mesmo – respondi ainda entre risos.

Depois que acabou o jogo, nós três e mais algumas pessoas que não conhecia, ficamos aguardando no mesmo lugar. Continuamos conversando até que vi o Giorgian e o Filipe Luís conversando e caminhando na nossa direção.

- Então é de você que esse uruguaio anda falando há um tempo – Filipe apontou para mim e senti que tinha ficado vermelha de vergonha.

- Olha, eu acho que sim – respondi rindo, nos apresentamos e cumprimentamos.

Puxei Giorgian para perto de mim, já que o pessoal começou a conversar entre si.

- Parabéns – coloquei as duas mãos em volta de seu rosto e dei um selinho prolongado.

Ele não respondeu nada, sorriu e pegou na minha mão direita.

- Deixa eu ver – ele me fez girar e eu tinha certeza do que ele iria falar – Agora sim tá com a roupa certa.

- Gostou da minha camisa? – estiquei a parte de trás, evidenciando o nome e número dele.

Ele se aproximou do meu ouvido.

- Melhor que isso, só quando tá sem nada – dei um tapa em seu peito e ele só soltou uma risada nasalada.

- Queria comemorar seu gol em grande estilo – o abracei pelos ombros e ela agarrou minha cintura e cheirou meu pescoço – Mas eu acho melhor não deixar a Manu sozinha hoje.

Sirena | De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora