Jamais imaginei que iria curtir tanto sair com uma famosa, sempre tive a impressão de endeusamento e inacessibilidade em relação a essas pessoas. E era justamente sobre isso que falávamos.- Mas pensando assim, você namora um jogador que também é famoso - me olhou pensativa.
- Ele é diferente, a gente se conheceu de um jeito tão natural que nem me toco disso as vezes - respondi.
- Vocês são muito lindos juntos - ela falou após beber seu drink até o final
- E finalmente assumimos nosso relacionamento - não sabia se ela lembraria do que me falou sobre postar uma foto nossa.
- Eu vi - sorriu, ela lembrou - Te admiro por viver mais a vida real que a online, isso é raro demais hoje em dia.
- A vida pelo celular me deixa mais ansiosa, e eu não vejo necessidade de expor toda hora meu relacionamento, sabe?! - ela assentiu.
- Qualquer outra pessoa já teria postado 5 fotos no storie e me marcado nos primeiros dez minutos desse nosso date aqui - riu alto.
- Fica tranquila comigo, eu gostei de como você é, tô nem aí pros vários milhões de seguidores - falei e pedi outro drink.
- Eu sei, confio em você - não sabia se ela queria falar algo ou só se distrair mesmo.
- Tá tudo bem? - me aproximei e fiz essa pergunta, que queria fazer já ha um tempo.
- Eu só queria a companhia de uma amiga um pouco mais real - colocou a mão direita no meu ombro e sorriu - Eu tô bem, sério, é pra gente beber e dançar - levantou e eu fiz o mesmo.
- E esquecer do estresse dessa vida - ela levantou as sombracelhas e concordou com a cabeça.
A música do bar aumentou e começou a tocar funk, nos olhamos e começamos a dançar.
- Quando eu casar, você pode ser a madrinha - quase gritou no meu ouvido.
- Você só me viu duas vezes, mas eu aceito mesmo assim - rimos e bebi o 12° ou 17° drink daquela noite, tinha perdido as contas.
Nós curtimos a noite, como eu não fazia há um bom tempo.
- A última vez que eu me senti exatamente assim... - pensou.
- Foi naquela festa na casa do seu boy - nos abraçamos e começamos a cantar uma música do Thiaguinha que tocava.
- Amiga - apontou para minha bolsa transversal que mostrava uma luminosidade - Alguém te chamando.
Peguei meu celular na bolsa, apertei olhos para tentar enxergar alguma coisa e ele quase caiu no chão. Acho que todos os drinks que bebi resolveram bater de uma vez só.
- Ela tá bem - quando percebi a Rafa estava falando com a pessoa que me ligava, ela continuou falando por mais um tempo e desligou.
- Que horas são? - perguntei.
- 21h30 - me deu algo que parecia ser uma bala, porque era doce, e sentamos ao lado se fora.
- Chegamos aqui 16h e pouco - nos entreolhamos e rimos - O que me namorado queria?
- Tava preocupado porque mandou mil mensagens e nada - dei um gole na minha água - Ele começou a falar em portunhol, espanhol, sei lá que língua - dei risada da cara dela.
- Ele fala desse jeito quando tá nervoso, já aprendi a decifrar nesses meses.
- Intimidade - suspirei e assenti.
- Amor - senti meu olho lacrimejar e encostei minha cabeça nos ombros dela.
- Choro de cachaça eu respeito - ri e senti minha cabeça rodar.
Comecei a encarar a pessoa a minha frente. Assim que minha visão desembaçou, percebi que era o Giorgian ou alguém muito parecido com ele.
- Eu acho que quero vomitar - respondi sentindo minha pressão baixar, situação típica de quando estava bêbada, e dessa vez tinha exagerado.
Senti os braços do Giorgian na minha cintura e apaguei, simplesmente fechei os olhos e saí de sintonia.
(...)
Senti meus olhos extremamente pesados e o corpo todo dolorido, assim que abri os olhos, vi as paredes brancas que eram provavelmente de um quarto de hospital.
Estava sozinha, olhei em volta e me levantei bem devagar.- Plena segunda feira e você entrando em coma alcoólico, Gabriella? Não teve adolescência? - ouvi a voz da pessoa que mais me perturbava há 21 anos.
- Me erra, Manoela - até minha garganta doía ao falar - E a Rafaella?
- Ficou aqui até agora pouco, mas tinha compromisso profissional e viu que você tava bem - falava enquanto comia alguma coisa rosa - Mandei ela ir.
- Mandou - ri - Você é muito mala, e meu namorado?
- Ele que te trouxe e me ligou, foi para o treino e disse que passa aqui mais tarde.
- Como assim mais tarde? Eu vou embora daqui, tô bem já - levantei meu corpo da cama aos poucos.
- O médico vai passar aqui antes, vou chamar ele - caminhou até lá fora lentamente, até porque estava carregando uma barriga de grávida quase sete meses.
Procurei meu celular e o encontrei na bolsa ao meu lado, mandei mensagem para a Rafaella avisando que eu estava bem já que ela havia pedido exatamente isso no áudio que me enviou, e aproveitei para respondeu ao Giorgian.
"Gabriella: desculpa e obrigada por cuidar de mim, já acordei e tô bem, bom treino ♥️"
Fiquei sentada na cama, esperando e me recuperando dessa vergonha que eu passei com quase 25 anos de idade.
- Gabriella - ouvi uma voz masculina e sorri simpática em direção a médico.
- Oi, Doutor, sei que é praxe conversar depois da ficar uma noite aqui, mas é que tô com muita pressa pra resolver algumas coisas - ele ficou sério me olhando com uma prancheta na mão - Tá tudo bem comigo, né? - perguntei preocupada.
- Tudo bem sim, com a senhora e com o bebê também - falou sério, me encarando.
- O quê? - fiquei o encarando e sentindo minha cabeça entrar em looping.
- Imaginei que não soubesse, já que está aqui por excesso de bebida, mas fizemos os exames - me entregou alguns papéis.
- Acho que vou desmaiar de novo - a Manu correu até meu lado, me dando apoio com seu corpo, não é possível.
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Sirena | De Arrascaeta
FanfictionAté onde o amor pode sustentar uma relação? * Conteúdo meramente fictício.