Só tirei minha blusa social e retoquei minha maquiagem para poder oficializar meu look da noite, não queria perder mais tempo me arrumando. Eu realmente só precisava e desejava esquecer meu próprio nome.
O som estava estralando enquanto tocava "Freio da Blazer" do L7NNON. Olhei pra Manu atrás de mim e peguei na mão dela pra não nos perdermos já que tinha um acúmulo enorme de gente naquela balada, muito maior que da primeira vez que estive aqui.- Porque tá tão cheio assim, hein?! - Manu perguntou praticamente gritando enquanto pegávamos um drink para iniciarmos a noite.
- Sei lá - Dei de ombros - Vamos dançar, irmãzinha - Puxei ela novamente pela mão para a pista.Dançar não é um dos meus maiores talentos na verdade, mas entre luzes escuras e álcool eu poderia me sentir a pessoa mais sexy do mundo fszendo isso.
Um cara bem alto chegou em mim, avaliei mas não estava afim apesar dele ser bonito. Até estranhei minha própria atitude mas só dei o fora nele. Passei a observar o camarote que estava muito próximo da onde dançávamos, até estreitei meus olhos e achei que tava vendo uma miragem, a miragem de um dos cantores mais gatos do Brasil na minha humilde e sincera opinião.
Olhei para o lado para comentar animada com a minha irmã, mas tive que esperar ansiosamente ela terminar de beijar um boyzinho qualquer por uns 3 minutos.- Olha ali, Manu, é sério, é ele - Eu apontava nada discretamente para o camarote a nossa frente enquanto ela tentava a todo custo abaixar meu braço.
- Gabriella, não é possível que seja o Xamã, por favor né - Respondeu e bebeu a cerveja que estava na mão dela com o cenho franzido, como se eu estivesse louca.
- Mas é, porra - Quase gritei, mas não suporto ser tirada de louca tendo quase certeza que estou certa. - Olha de novo, ele tá olhando pra nossa direção agora.
- É, parece que ele tá olhando diretamente na sua direção agora - Ela começou a gargalhar e eu e encarei seriamente - Desculpa, realmente estamos no mesmo ambiente que seu cantorzinho aí, você não é maluca.Realmente, parecia que o olhar dele está a vindo em direção ao meu. Instintivamente eu pararia de encará-lo, caso eu estivesse sóbria, como não era esse o caso depois de mais de quatro gin tônicas, mantive meu olhar no dele e pra tirar todas as dúvidas eu ergui meu copo como se estivesse brindando com ele de longe.
Pois bem, o Xamã ergueu o copo dele em minha direção e eu pude ter certeza que ele realmente estava me olhando já há alguns minutos.
Manu estava flertando com outra pessoa e pra não atrapalhar muito apenas cutuquei o ombro dela e avisei que buscaria outro drink para mim.- Quer que eu vá junto? - Ela indagou.
- Não, fica aí e não se mexe pra eu te achar depois, pode beijar sua terceira boca da noite, princesa - Falei enquanto ria.
- Corrigindo, quarta - Me mandou um beijo no ar enquanto eu já me afastava.Minha irmã costumava ser pagadora desde que começamos a frequentar as festinhas em São Paulo. Ela até que tinha bom gosto mas eu sempre prezei mais pela qualidade que pela qualidade das pessoas que ficava, mesmo que durasse o total de algumas horas, fazia questão de ser seletiva.
Assim que cheguei ao bar, pedi uma cerveja, se eu continuasse bebendo apenas gin, estaria completamente bêbada em menos de 1 hora. Autoconhecimento é tudo nessa vida.- Te acompanhei pelos olhos e resolvi vir até você mas não quero incomodar, senhorita - Escutei uma voz atrás de mim com o sotaque carioca bem arrastado e virei um tanto quanto assustada. Ótimo, o Xamã estava falando comigo. Quê? Que mundo eu tô vivendo, diria que está sendo praticamente o paraíso. Minha entrada no Rio de Janeiro foi como encontrar o tesouro do arco íris de homens, em São Paulo não tinha nada disso.
Acho que fiquei encarando ele uns 2 minutos antes de conseguir responder porque meus pensamentos não paravam por um segundo. Voltei à terra e dei atenção a conversa com um dos meus cantores favoritos da vida.
- Oi - Abri um sorriso tímido - Não tá me incomodando, te vi lá em cima.
- Tava olhando o que mais me interessava nesse lugar - Parei de encará-lo apenas para pegar minha cerveja, dei um gole e me virei em sua direção novamente. Eu não queria falar nada estúpido, mas sou eu.
- Você é o Xamã mesmo? - Perguntei próxima ao ouvido dele porque a música tinha ficado muito alta novamente ao som de Matuê e ele se afastou um pouco dando risada.
- O que você acha? Eu sou? - Ele perguntou com uma sombracelha levantada.
- Não tenho certeza, é melhor do que nas fotos se realmente for - Demos risada e eu resolvi me apresentar - Prazer, Gabriella Vellasquez - Estendi minha mão.
- Prazer, Geizon Carlos, mais conhecido como Xamã - Me beijou na bochecha, mais precisamente, no canto da minha boca. Sou muito abençoada mesmo.Meu celular vibrou e eu interrompi nosso conversa pra ver o que era mesmo já pressentindo ser minha irmã.
" Manu: Encontrei o Victor da praia aqui e ficamos. Vou pra casa dele e te dou notícias em breve
Gabriella: quem é victor da praia? tá maluca garota?
Gabriella: vai pra onde?
Manu: Te mando a localização assim que chegar, tenho bateria. Fica tranquila, amo vc 🤩"Fiquei tão concentrada e preocupada com a conversa que até esqueci, por um breve momento, da minha companhia.
- Minha irmã tava me dando trabalho aqui, foi mal - Ela realmente iria pra casa do tal do Victor que me disse que já conhecia, fiquei um pouco mais tranquila e me despedi. É impressionante o fato de que pela segunda vez que saímos pra esse lugar, iremos embora separadas, mas tudo sob controle.
- Esse sotaque aí paulista, né não? - Ele me questionou.
- Sempre repito que paulista não tem sotaque, mas sou sim, tô há pouco tempo aqui - Respondi bem humorada
- Tá de sacanagem, pô, vocês tem sotaque e muito - Seguimos numa conversa superficial para nos conhecermos melhor, falei sobre a minha profissão, o motivo pelo qual eu estava no Rio e ouvi um pouco sobre a história dele. Para ser sincera, nem imaginei que conversariamos tanto logo de cara, ele é uma pessoa muito agradável e educada.Estávamos na pista juntos enquanto tocava trap. Depois de um tempinho começou a tocar música eletrônica, não é meu estilo favorito, então diminui meu ritmo de dança e ele teve a mesma atitude. Se aproximou e falou no meu ouvido:
- O que você acha da gente partir pra minha casa? Ou se preferir posso deixar a princesa em casa - Olhei no meu relógio que já marcava 3:19 da manhã. Até agora nada rolou entre a gente, fiquei muito na dúvida sobre passar a noite com ele. Eu precisava de uma conexão maior com uma pessoa pra dar esse passo, mesmo que tenha acabado de a conhecer.
- Eu posso ir de táxi pro meu apartamento, não precisa me levar - Ele fez um biquinbo que confesso ter sido muito fofo e negou com a cabeça.
- Eu te levo, não bebi nada de álcool hoje - Assenti com a cabeça. Não estávamos nada no ritmo da música, ele estava com as mãos na minha cintura e muito próximo do meu corpo. Deixei minha cabeça no pescoço dele.
- Tabom, muito obrigada - Dei um beijinho em seu pescoço e senti ele se arrepiar.
- Deixa eu te beijar? - Ele perguntou já arrastando a boca da minha orelha para a boca.
Nem respondi, apenas selei os lábios dele e cedi passagem para a língua dele entrar na minha boca e iniciamos um beijo muito bom. Estava tocando uma música eletrônica super agitada e nos agiamos como se fosse um pagode ou sertanejo mais lento e tava tudo ótimo.
- Bora? - Ele questionou assim que finalizou nosso beijo, pegou na minha mão e saímos da balada.Ficamos na calçada aguardando o chofer trazer o carro do Xamã, demorou um pouco porque muita gente queria ir embora naquele horário e a demanda dos carros estava relativamente grande.
- Tô com tanto sono - Me virei para ele e ele colocou as mãos na minha cintura, me apertando um pouco forte e me encarando.
De repente, olhei para o lado após ouvir uma risada um tanto quanto escandalosa e apertei os olhos para uma pessoa que parecia muito ser o Gabigol vir em direção ao lugar em que eu estava. Franzi minha testa e quando percebi o Xamã havia me soltado e eles estavam se cumprimentando animados e conversando. O sono e a bebida tinham me deixado com o raciocínio mega lento, fiquei viajando enquanto começava a sentir uma onda de frio na minha espinha, me arrependi imediatamente de ter deixado meu blazer no escritório e dessa mini saia.
- Oi, sirena - Puta que pariu, era só o que me faltava - Quer minha blusa? - Me estendeu uma jaqueta de couro marrom.
- O-oi, uruguaio - Gaguejei, o que faço meu Deus do céu. Estendi meu braço e peguei a jaqueta dele sendo que eu estava acompanhada de outra pessoa que estava há um 1 metro e meio de mim. Faço tudo errado e o Rio de Janeiro já começou a me complicar, minha felicidade sempre dura pouco.......................................................................
Oiiie, pessoal!! Os comentários são super relevantes pra eu saber se estão curtindo ou não a história. Comentem se puderem, por favorzinho 🖤🖤
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Sirena | De Arrascaeta
FanfictionAté onde o amor pode sustentar uma relação? * Conteúdo meramente fictício.