TRINTA E OITO

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Meus dois dias sozinha estavam extremamente entediantes, trabalhei como pude de casa mas meu chefe (insuportável) me livrou das coisas mais complexas depois que expliquei por cima o que tinha rolado nos meus exames, pelo menos isso ele fez por mim sem maiores problemas.
Amanhã volto a trabalhar, então hoje vil até a nova casa da minha irmã que realmente me abandonou e passou a morar com esse homem, vulgo pai do filho dela.

- Inclusive em duas semanas saberemos o sexo da minha filha, tô muito feliz - fiz uma careta com a frase dela.

- Se for menino eu vou rir da sua cara de otária - ela me mostrou o dedo do meio em resposta e eu ri - Não sei da onde bem tanta certeza do sexo, que loucura é essa?!

- Você vai entender quando engravidar, você sente - assenti enquanto jogava candy crush no meu celular porque se não concordasse o assunto duraria horas.

- Eu acho que é menino mas vamos mudar de assunto - ela sussurrou um "não é" mas ignorei - Comprei passagem para viajar até São Paulo no domingo, segunda vou trabalhar a distância da casa da mamãe mesmo.

- E nem me chamou, sua piranha?! - perguntou indignada e eu desviei o olhar do meu joguinho e a vi bufante, eu realmente esqueci de chamar e só comprei as passagens.

- Foi mal, esqueci de te perguntar, você me abandonou e tá sujeita a esses esquecimentos - ela continuava com o olhar muito irritado - Tabom, Manoela, a gente compra mais passagem, não tem B.O quanto a isso.

- Não quero ir não, tenho exame e marquei jantar com meus sogros no domingo a noite - sibilei um palavrão mas respeitava o momento grávida dela e não xingaria alto - Ei, eu ouvi.

- Mas caralho, você me enche o saco pra falar que não vai, porque?! - ela abriu os braços expressando que não sabia e eu decidi ignorar - Meu boy também vai fazer esse rolê aí, conhecer a sogra.

- Se ela tiver afim de fazer várias perguntas, ele tá ferrado - demos risada, nossa mãe fazia um verdadeiro questionário para nossos namorados, pior que muito pai por aí.

- Já deixei ele preparado para isso - levantei para servir meu almoço já que ela disse que tinha ficado pronto.

- Vocês ficam juntos hoje? - ela perguntou.

- Sei lá, ele tá mau humorado por conta do jogo que perdeu e as vezes desconta em mim, sabe? - Manu negou com a cabeça a soltou um "aff"  - Se ele me chamar, eu vou, tô com saudade de transar.

Ela revirou os olhos e começamos a almoçar. Eram esses momentos com a minha família e com o meu namorado que davam sentido e traziam alívio para minha rotina estressante.
Logo depois do almoço, resolvi pegar meu celular após algumas horas longe dele e perguntar se nos veríamos hoje. Assim que abri minha tela com quem me mandou mensagem, fiquei surpresa.

"Xamã 🎤: Bateu uma saudade sua, a gente podia se encontrar, né? Tô por aí nesse fim de semana. Beijo 🤍"

Ri sozinha e deixei para respondê-lo mais tarde, óbvio que não iria vê-lo, mas lembrar da dimensão do ciúme do meu namorado por ele há alguns meses, era engraçado.

"Gabriella: como você tá, meu amor? queria saber se a gente pode se ver hoje, saudade, bom treino ♥️"

Fiquei na área externa do apartamento novo da minha irmã, se é que assim poderia me referir, pedi ajuda a ela com umas fotos antes e, em seguida, entramos na piscina.
Optei por postar no meu Instagram, demorava muitos dias, mas sempre atualizava.

@gabriella.vellasquez: botando as vitaminas em dia 🤪🤍

vellasquez: botando as vitaminas em dia 🤪🤍

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Sirena | De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora