Mandei mensagem para a Manu explicando que iria ao estádio, ela não entendeu nada e não expliquei porque sinceramente, nem eu entendi. Passei uma maquiagem bem leve, coloquei um shorts jeans e uma blusinha branca, a camisa do flamengo já era demais para o meu coração corinthiano e sofredor, espero que nenhum flamenguista encane com a minha roupa. Achei o resultado muito bom e decidi postar uma fotinha no meu Instagram.
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Como ainda faltava um tempo para o jogo e eu não queria ficar esperando muito no estádio, fiquei fuçando no meu feed. Giorgian poderia nem estar mais com o celular mas reagi com um 😍 ao storie que ele postou da foto da camisa dele pendurada no vestiário. Pedi um táxi pelo aplicativo e fui ao estádio, talvez eu precise de um carro em breve. Faltava apenas 1 hora para o início do jogo e eu nem sei se ou como o encontraria após a partida, resolvi arriscar mandar uma mensagem já que esqueci de perguntar isso antes.
"Gabriella: como vou te ver depois do jogo?"
Depois de uns dez minutos ele respondeu, ainda bem, não tava afim de ficar perdida quando o jogo acabasse.
"Giorgian: Eu volto no ônibus com todo mundo do time Giorgian: Mas você pode ir direto pra minha casa e eu te encontro lá, pode ser? Gabriella: só se você cozinhar o jantar Giorgian: Só se você for a sobremesa Gabriella: paga de bom moço e adora uma piadinha né, palhaço Gabriella: bom jogo ❤ Giorgian: obrigada, sirena 🖤❤"
A ideia de hoje não era transar com ele, precisávamos conversar, nem que fosse um pouco. A conversa que tivemos quando eu estava bêbada foi estranha, minha irmã provavelmente estava certa, mas era com ele que eu deveria falar se quisesse tentar chegar a alguma conclusão sobre essa confusão que começamos. Meu ingresso era para o camarote, e vou lembrar de agradecer ao jogador porque ficar no meio da torcida com essa roupa talvez não fosse muito legal para mim. O barulho era bizarramente alto, fiquei arrepiada em alguns momentos do jogo mesmo que não fosse meu time. Aliás, ainda bem que não era, o Flamengo ganhou de 2x1, ele não fez gol mas deu assistência, foi um bom jogo. Não conhecia ninguém que estava no camarote e as pessoas pareciam bem reservadas, só fiquei na minha e ao final esperei o estádio esvaziar um pouco para sair também e pegar um táxi em direção a casa dele. (...)
Eu consegui entrar no condomínio porque provavelmente ele deixou meu nome com a portaria do condomínio, mas eu não tinha a chave da porta. Genial, nenhum dos dois pensou nisso e esperei ele chegar em frente a casa dele, era o único jeito. Depois de uns 25 minutos ele mandou mensagem dizendo que estava chegando. Respirei aliviada quando avistei o carro dele entrando e um pouco depois ele andando até mim.
- Desculpa, te fiz passar frio aqui - Eu até estava com frio mas só conseguia pensar na saudade que senti daquele sotaque - Te vi do campo umas duas vezes, quase não encontrei. - Isso que nem sou muito pequena - Respondi e entramos na casa quando finalmente foi destrancada. - Mas tava sem a camisa, né - Me olhou da cabeça aos pés - Bonita mas poderia estar bem mais. - Não é meu time - Respondi fazendo bico. - Seu time nem é daqui - Me olhou imitando minha própria careta. - Tô com saudade de lá inclusive - Nem queria ter falado isso mas escapou, fiquei momentaneamente chateada e ficamos um tempo sem falar nada. - Você não vai voltar tão cedo, né? - Perguntou sério. - Muito provavelmente não, o que não me falta aqui é trabalho - Estávamos no balcão da cozinha, eu bebia água e ele estava só encostado. - Nem bocas pra você beijar, bons motivos pra não voltar mesmo - Sabia que ele faria isso na primeira oportunidade, ou eu, mas ele deu sorte de ter a brecha primeiro. - Muito menos pra você, ídolo do maior clube do Rio - Coloquei o copo no balcão e encarei ele - Me poupe, uruguaio! - Eu seleciono bem as pessoas que beijo - Eu não queria me irritar hoje. - E eu também, tô há um tempinho aqui, saindo bastante e só beijei duas pessoas. - Não queria que você tivesse ficado com ele - Não era a primeira vez que ele falava isso sobre o Xamã. - O que ele te fez? - Perguntei realmente curiosa. - Temos amigos em comum - Gabriel o nome do amigo que eu sei - Ele fica com uma por noite, você não é esse tipo. - Que tipo? Eu sai com você logo que te conheci e transamos aqui nessa casa - Falei indignada - Que tipo eu sou? - Com a gente foi diferente, eu sei que você não faz isso com qualquer um, mas ele faz - Suspirou apertando o balcão atrás de si - Você me entendeu, não é homem pra você - Fiquei olhando pra ele, eu tinha falado por mensagem que ficaria com ele depois do show, ele não é ingênuo de pensar que não transei com o Xamã. Eu acho. - A gente ficou mas não foi nada demais, não que eu esteja me justificando mas achei ele legal e ficamos, foi só isso - Papo esquisito, de novo. - Tudo bem, eu só dei minha opinião - Sorriu sem nenhuma vontade e me olhou. - Tudo bem, obrigada - Fiz sinal de jóia com a mão tentando finalizar aquele assunto - A moça do seu storie parecia ser linda, parabéns - Fui irônica até não conseguir mais, ele não ia fazer esse jogo sozinho. - Ela que pegou meu celular e postou, não mudaria muito eu ter apagado depois - Falou olhando para frente. - Não é problema meu - Respondi ríspida. - Eu não gostei de você ter saído com ele e falei, você pode não ter gostado da foto também - Não sei onde ele pretendia chegar. - Eu não tô te entendendo de novo - Abri os dois braços e os fechei rapidamente demonstrando que não sabia mais o que fazer. - Não, você não entende mesmo - Ficou de frente pra mim e colocou as mãos no meu ombro se aproximando - Eu queria só você esse tempo todo... - Mas? - Encarei ele e esperei que continuasse - Você não demonstra nada, ficou com outra pessoa, não falou nada pra mim durante esse tempo e depois fica com ciúmes de uma foto - Na minha cabeça eu dei sinais sim - Eu também fico perdido. - Não vou tentar explicar, o que já aconteceu é passado, pelo menos pra mim - Ele assentiu e eu continuei - Eu queria você nesse tempo todo também mas achei que tinha se afastado por escolha sua e eu respeitei. - Eu não escolheria isso - Dei um sorrisinho amarelo e me aproximei da boca dele, rocei meus lábios nos dele - Minha sirena. Quando eu percebi, ele na estava com as mãos por dentro da minha blusinha e eu não sei se devia ou se queria resistir. Beijei a boca dele com ferocidade e agarrei seu pescoço com minhas mãos, nos beijamos durante um bom tempo e ele continuava encostado no balcão e eu ficava doida só de olhar para a boca daquele homem tão perto de mim.