CINQUENTA E DOIS

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Assim que entramos na casa dele, o soltei e fui correndo até o banheiro. Minha bexiga parece que não tem mais controle nenhum, vou ao banheiro a cada uma hora, e além disso, passo a maior parte do tempo enjoada, não vomito como acontece quase sempre nos filmes e novelas, mas me sinto enjoada com absolutamente qualquer cheiro ou comida que coloco na boca.

- Voltei, amorzinho - ele tinha ficado na cama, enquanto fui ao banheiro, interrompendo nossos amassos.

- Sirena - deitei em meu lugar e o beijei, depois de algum tempo, o puxei, e ele ficou por cima de mim.

Ele estava um tanto quanto esquisito, principalmente antes de começarmos uma transa. Assim que tentei puxar sua camisa para cima, ele bufou e se afastou de mim subitamente, levantando e ficando a minha frente, em pé e me encarando sem nenhuma explicação .

- Que foi isso agora? - questionei gesticulando com as mãos, demonstrando que estava irritada - Você tá esquisito demais.

- Eu to esquisito demais? - perguntou e ficou me encarando com as mãos na cintura. Pelo muito que já o conheço, iria falar alguma coisa e iríamos discutir.

- Eu tô querendo transar e você nada? Sério? Você não me quer mais, é isso? - simplesmente despejei tudo que se passava pela minha cabeça, sem filtrar nada e Giorgian me encarou com a boca entreaberta.

Sabia que ele estava ficando nervoso e não queria discutir, a noite não havia sido fácil e finalmente estávamos nos entendendo. E provavelmente, para evitar qualquer briga, foi até o banheiro e me deixou sem resposta alguma.
Senti um nó na garganta, meus olhos embargaram e eu sabia o que aconteceria, iria chorar e ele me questionaria assim que visse, e eu não teria coragem de entregar a porcaria do sapatinho de bebê que comprei para contar sobre a minha gravidez. Eu não exatamente qual era meu medo, mas não conseguia me sentir segura sobre tudo que estava acontecendo.

- Gabriella - sem que eu soubesse, ele me olhava da porta do banheiro, estava tão focada nos meus pensamentos que nem o vi - O que você tem?

- Nada - respirei fundo, tentando me concentrar em não chorar e nem brigar com meu namorado - Vem aqui?

- Não - seguia imóvel no mesmo lugar e não parava de me olhar - Você tá nervosa com tudo.

- Eu sempre fui assim - era verdade, mas ele estava certo, minha paciência estava o tempo todo no limite nesses últimos dias.

- Além disso - ignorou completamente o que eu tinha dito - Você tá sempre reclamando de algum incômodo no estômago, não consegue nem sentir o meu perfume e agora ficou com enjoo.

- Hm? - o estimulei a continuar, até mesmo porque pensando durante pouco tempo, ele poderia sozinho deduzir o que estava se passando.

- Você tá doente? - neguei prontamente com a cabeça - Então o quê? Eu não aguento mais ver você desse jeito, a ainda parece que tá me afastando.

- Não tô te afastando - o interrompi, falando baixo e sentindo meu coração acelerar - Tô grávida.

- O quê? - ele perguntou com as sobrancelhas levantadas e me olhando fixamente.

- É isso, Giorgian - as lágrimas que estavam presas já há algum tempo nos meus olhos, finalmente começaram a descer.

- Eu não entendi nada - suspirei, tentando não surtar com essa conversa que estava sem pé nem cabeça. Eu acabei de falar o que tentava há dias, e ele não conseguiu entender nada do que eu disse.

- Abre aquilo - apontei com a mão em direção a sacola com o sapatinho de presente que estava na prateleira da parede a nossa direita. Talvez o destino fosse que ele descobrisse assim.

- É o presente que você comentou no carro? - assenti com a cabeça enquanto ele, claramente mais calmo, abria a sacola e pegava a caixinha para fazer o mesmo.

Lembrei do momento em que minha mãe contou a mim e minha irmã sobre o dia em que ela falou sobre minha gravidez ao nosso pai. Ela disse que ele não conseguia respirar direito assim que ela contou, não expressava reação alguma, apenas prendeu instantemente a respiração, e ela não sabia como agir. O resultado foi: parar no hospital por conta do ataque de pânico do pai da criança, enquanto a grávida estava tentando socorrê-lo.
Eu não sabia o que aconteceria aqui, se ele ficaria feliz, triste, em choque, se prenderia a respiração ou me abraçaria. Não fazia ideia, e não ter a menor previsão do que poderia acontecer me deixava mais ansiosa e criava o ciclo em que eu não conseguia falar para ele em momento nenhum, mesmo que fosse minha real intenção.
Porém, nesse momento, só me restava esperar para ver o que ele faria. E eu estava prestes a viver um dos momentos que jamais esqueceria, eu sabia da importância dessa descoberta para ele, assim como foi para mim.

- Eu - ele abria e fechava a boca várias vezes, sem que nada audível pudesse ser compreendido - Gabi.

Tudo que eu conseguia fazer, era chorar, no fim das contas estava igual a ele, incapaz de formular uma frase completa.
Quando passei as mãos pelos olhos, para tentar enxugar as lágrimas que saiam sem dar uma trégua sequer, senti os braços dele na minha cintura e sua barba roçar na minha bochecha, me fazendo arrepiar.

- Eu amo você - senti meu corpo muito menos pesado, sem a responsabilidade que eu tinha de contar sobre a gravidez. Ele sabia, e a primeira frase que formulou logo depois de descobrir, foi a melhor possível, e a melhor que eu poderia ter ouvido nessas circunstâncias.

- Eu amo você também, muito - retribui o abraço e mordi seu lábio inferior, dando início a outro beijo nesta noite.

O beijo acabou de aprofundando, e as minhas mãos pararam na barra de sua camisa e eu imediatamente a puxei para cima. Sem perder mais tempo, porque já queria ter feito isso há algum tempo, abri o botão de sua calça, e ele foi um pouco para trás, me encarando.

- Você tá grávida do meu filho - ele sorriu com os olhos brilhando e deitou na cama, me puxando junto, fazendo com que ficasse por cima de seu corpo.

- Sua mulher, grávida do seu filho - abaixei, beijando seu pescoço e seguindo com meus lábios até chegar em sua cueca - E louca pra fazer amor com você.

O observei fechar os olhos e abrir a boca assim que afastei sua cueca, deixando seu pau pular para fora e passei os lábios pela glande.

- Gabriella...

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Sirena | De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora