Nos pegamos durante um bom tempo no sofá e depois ele decidiu pedir algo para comermos.
- Pede aí, eu não quero nada - ele me encarou coçando a barba e eu fiquei encarando a boca inchada dele por conta do nosso beijo.
- Mas você comeu algo hoje? - ele perguntou e eu neguei com a cabeça - Então vamos jantar.
- Já é quase meia noite, eu trabalho amanhã cedo e você também tem o treino - ele deu de ombros e começou a calçar seu tênis de volta, já que tinha tirado há um tempo.
- Que teimosia do caralho - ele me olhou rindo baixinho - Você tá insuportável, sabia? - perguntei e ele levantou, arrumado para sair.
- E você tá bem legal esses dias - mexeu na orelha, claramente sendo o mais irônico possível - Vou comprar algo no mercado aqui da frente, posso voltar?
- Ai que frescura - revirei os olhos e me levantei para ir ao banheiro - Claro que pode, né?!
Ele nem me respondeu e e saiu bem rápido para comprar comida uma hora dessas.
Na verdade, nem posso discordar dele, eu realmente tô insuportável nesses dias ao ponto de eu mesma julgar meu humor instável. A TPM acabou comigo dessa vez.
Enviei uma mensagem para ver se Manoela estava bem já que nas últimas semanas ela mal falou comigo e simplesmente se mudou para a casa do garoto que é pai do meu ou da minha sobrinha sem mais nem menos. Isso me deixou chateada, mas a nossa conversa aconteceria em breve.
Fui para o quarto e deitei, logo deppis Giorgian chegou com uma sacola pequena e jogou um chocolate no meu colo. Eu agradeci e o deixei na cabeceira da cama.- Nem chocolate você quer? - neguei com a cabeça enquanto deixei a conversa com minha irmã aberta.
- Manu nem me responde direito mais - ele deu de ombros e eu o encarei nervosa - Ela me deve satisfação, ok? Essa mudança de ódio pra ir morar junto é muito esquisita.
- Ela é adulta e sabe o que fazer com a vida dela e do filho - ele respondeu comendo um salgadinho de queijo e tirava os sapatos, mais uma vez - A gente não pode mandar na vida mesmo que ame e cuide de alguém.
Fiquei pensando se eu realmente está a sendo incompreensiva e interferindo demais na escolha dela ou se era realmente esquisito isso ter acontecido.
- Talvez você esteja certo - ele deitou ao meu lado e o olhei rapidamente - Não quero ser a irmã tóxica, mas ainda preciso falar com ela sobre tantas mudanças.
- Sí - ele respondeu com o famoso sotaque dele que aparecia com tudo em alguns momentos.
- Porque seu sotaque só aparece as vezes, Giorgian? - ele sorriu e ficou pensando.
- No me llames por mi nombre - ele respondeu e continuou com o sorriso.
- Chamo, é seu nome - pisquei para ele.
- Prefiero los apodos que me diste - franzi o cenho porque dessa vez não entendi nada.
- Chega dessa brincadeira, não entendi nada - passei meu braço pelo peito dele que pegou o saco de salgadinho novamente para comer.
- Que cheiro horrível - tapei meu próprio nariz para evitar o cheiro daquele salgadinho.
- Quer? - colocou um perto da minha boca e me virei para o outro lado.
- Se fizer isso de novo, eu vomito, é sério - respondi e olhei para trás, vendo que ele colocou o saco longe da gente. Ainda bem.
- Quem enjoa com comida é grávida, né? - ele disse em tom de brincadeira.
- Fica brincando com isso, seu besta - ele me encarou quando disse isso.
- Você não iria querer um filho meu? - eu neguei com a cabeça logo após a pergunta e ele não disse mais nada.
- Daqui uns anos, tô jovem ainda - me aproximei dele novamente e coloquei minha cabeça em seu peito - Falando nisso, meu amor...
- Agora me chamou do jeito certo - ele me interrompeu e dei risada antes de continuar.
- Eu vou começar a tomar remédio pra não ficar na neura de gravidez e etc - ele fechou os olhos e assentiu.
Não falei mais nada, apenas me aconcheguei mais um pouco para dormir e fiquei pensando na possibilidade de realmente estar grávida e só isso já acelerava meu coração. Eu realmente não queria isso agora, mas eu estava diferente há un bom tempo.
- Você que sabe, por mim tudo bem - respondeu depois de uns 2 minutos de silêncio.
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Sirena | De Arrascaeta
FanfictionAté onde o amor pode sustentar uma relação? * Conteúdo meramente fictício.