No dia da festa do Gabriel, nós acabamos dormindo por lá mesmo durante a noite toda. Giorgian tinha ficado tão bêbado que no fim das contas acabou dormindo, ajudei ele no banho e logo em seguida capotamos. A brincadeirinha morreu na piscina mesmo.
Voltei para minha rotina normal, a monotonia de segunda às sextas feiras em que eu não conseguia ver o jogador, me preocupavam. Até mesmo porque nosso apego estava fora do normal, a gente nem discutia mais, tudo muito esquisito.
- Amiga, mas eu queria que vocês conhecessem ele de verdade, pra sentar e conversar, além da minha mãe que nunca nem o viu - suspirei enquanto falava ao telefone com a Aline, durante o trabalho, o que é errado mas faz parte.
- Eu conheço ele, de quando você quase quebrou o pé em uma DR ridícula - Aline respondeu sem conter a risada na voz.
- Vai a merda - falei um pouco mais alto do que deveria - Não foi ridícula, foi necessária.
- Aham, muito necessária mesmo.
Demos risada e quando me dei conta, meu chefe estava com a porta entreaberta me encarando de braços cruzados.
- Te ligo depois, beijo - falei rápido e desliguei, acho que exagerei no tom de voz - Desculpa, Eduardo, sério.
- Tava falando com seu namorado? - franzi a testa e neguei com a cabeça.
- Era minha amiga, não vai mais acontecer, desculpa mesmo - estava completamente sem jeito depois desse flagra indesejado.
Ele andou até minha mesa, apoiou os dois braços na minha mesa e se aproximou um pouco o rosto dele em minha direção.
- Quando você vai aceitar algum convite meu pra gente sair? - ele perguntou e eu fui levemente para trás com minha cadeira.
- E-eu acho melhor a gente ficar de boa, Edu - tentei manter minha postura e não vacilar - Tenho namorado, então...
- Tudo bem - ele desceu os olhos para o decote que eu usava sem a menor vergonha na cara e mordeu o lábio inferior de forma nada sexy - Um dia você ainda vai me dar moral, Gabi.
Ele era bonito, alto, inteligente e bem sucedido, mas não tinha nada a ver com meu tipo. Porém, com o tempo, meu maior sentimento em relação a ele era de intimidação e incômodo, e nesse exato momento senti nojo.
Depois que ele saiu da sala, adiantei o máximo que pude as demandas que tinha e mandei mensagem para o Giorgian perguntando se ele poderia me buscar no trabalho hoje.
"Giorgian: Posso as 18h, mas tá tudo bem?
Gabriella: aham, só queria te ver
Gabriella: sei que de terça é complicado mas enfim...
Giorgian: Vamos jantar?
Gabriella: a gente pode ficar em casa? não tô afim de fazer nada"Ele concordou mas sabia que assim que me visse pessoalmente perguntaria porque estou estranha e bla bla bla.
- Que droga - falei comigo mesma sobre a situação que tinha acabado de passar.
Vim ao Rio de Janeito 100% a trabalho, na realidade é o que tenho de mais importante para me manter aqui, o lugar onde estou construindo minha vida. E no momento, meu chefe começou a destruir tudo isso com atitudes de um verdadeiro macho escroto. Eu estava preocupada e preocupação me faz ficar sem vontade de muitas coisas.
Depois que me concentrei nas minhas tarefas, olhei no relógio do computador que marcava 17h45, organizei minhas coisas o mais rápido possível e sai da sala, rezando para não ser incomodada em nenhum momento.- Tchau - Eduardo me assustou e, de surpresa, parou atrás de mim e me deu um beijo na bochecha muito mais demorado que o necessário, além que de uma forma muito ousada, colocou uma das mãos na minha cintura no exato momento em que observei o carro do meu namorado parar em frente ao local.
- Até amanhã - me esquivei o mais rápido possível e encarei o Giorgian através do vidro do carro, que provavelmente estranhou esse tchau extremamente íntimo e fora de contexto.
- Quem era? - ele perguntou calmo assim que sentei no banco do carona e coloquei o cinto.
- Meu chefe - ele riu e coçou a cabeça, claramente ficando nervoso - Que foi?
- Bom que vocês se conhecem bem - começou.
- Eu não dou essa liberdade pra ele, ok? - me exaltei um pouco porque já estava emocionalmente frágil com o que senti mais cedo no escritório e agora teria que voltar nesse assunto pela mesma razão - Nunca dei, na verdade.
- Não é legal ver ele abraçando minha mulher daquele jeito - apoiei meu braço direito na porta e meu rosto no vidro, já estava cansada o suficiente sem esse papo.
- Eu sei e não queria isso também - respondi com a voz baixa..
- Certeza que não quer jantar? - assenti - O que você tem, sirena?
- Nada, só tô muito cansada do trabalho e como o fim de semana foi cheio, fiquei exausta - menti, não queria causar seja lá o estresse que fosse nele por conta do que tinha acontecido hoje.
Assim que chegamos na casa dele, fui ao quarto com a intenção de tomar banho e logo em seguida dormir o mais rápido possível.
- Ei - Giorgian chamou minha atenção e quando olhei, ele estava só de cueca e fiquei o encarando - Que foi? Tô em casa.
- Até perdi o foco e o sono que eu tava, uruguaio - me aproximei e passei a mão no fim de sua barriga, arrastando-a para cima bem devagar.
- Se você começar, eu não vou parar - coloquei a mão dentro da cueca dele e peguei em seu membro que já começou a dar sinal de vida.
- Não para - olhei no fundo dos olhos dele - Me faz esquecer o dia horrível que tive no trabalho.
Ele pegou na minha nuca e puxou meu cabelo para trás lentamente.
- Faço - arrancou minhas roupas em menos de um minuto e me virou de costas para ele - Mas hoje eu que mando.
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Nota da Autora
Me desculpem pela demora, o trabalho foi corrido demais!!
Só pra avisar que semana passada o hot não veio, mas agora talvez venha, viu...
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Sirena | De Arrascaeta
FanfictionAté onde o amor pode sustentar uma relação? * Conteúdo meramente fictício.