Capítulo 11

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- Annabelle?

Me viro quando ouço a voz desconhecida. Estou na frente do meu armário, na escola, tentando desembolar meus fones de ouvido.

O garoto tem olhos castanhos bem escuros e cabelo preto. Não me lembro de tê-lo visto em alguma ocasião.

Ele deve ter visto a interrogação no meu rosto, porque logo se apresentou:

- Paul? - ele me pergunta o seu nome.

Então lembro de Isabella falando, em alguma ocasião, que havia um Paul que conhecíamos.

"Vi Paul, da aula de história (blá blá)"

Arrisco:
- Ah sim! Da aula de história!

Ele sorri, e seus ombros caem quando sua tensão os deixa. Então começa:

- Nos conhecemos a o que? 3 anos? -e ri - Você sabe, vai ter a festa da Elizabeth agora, e quem sabe, você talvez possa ir comigo?

Estou prestes á dizer não quando lembro de toda a conversa com Isabella. Eu havia dito que ia me soltar um pouco mais, dar chance á relacionamentos. Paul parece ser uma garoto legal, por que não?

- Ah sim. - digo, sorrindo. - eu vou estar lá ( não sei nem quem é Elizabeth). Te passo o endereço e você me pega por volta das 21h?

Ele afirma com a cabeça, sorrindo de orelha á orelha, e vai embora.

Volto minha atenção para os fones quando Lucas para do meu lado.

- Quem era? - ele aponta com o queixo para Paul, que está conversando com um amigo agora.

- Paul, da aula de história. - digo sorrindo. - me chamou para ir à festa.

Lucas tira o fone das minhas mãos e começa a resolver a charada. Fico surpresa com a rapidez com que desembola o fone dos infernos.

Passo os olhos por seu rosto e sua cara está amarrada. Ele termina com os fones e me entrega.

- E? - pergunta.

- E o quê?

Revira os olhos. - Aceitou o convite?

- Bem, sim. Acho que você também vai estar lá não? Talvez podemos voltar juntos, se você não quiser levar aquela garota para algum lugar depois da festa... - digo, deixando subentendido minha pergunta se ele vai transar com a oferecida.

- Vamos voltar juntos. Você mal conhece esse garoto. - ele faz cara de emburrado.

Ergo meus ombros, sinalizando que tanto faz.

Isso parece irrita-lo mais, e ele começa a se virar para ir embora.

- Ou se você quiser, pode voltar com ele. Não sei se vai querer fazer alguma coisa com ele depois da festa...

E vai embora, me deixando boquiaberta. Como ele conseguiu me insultar de todas as maneiras em uma única frase? Me rotulou como as vadias que pega e larga em qualquer rua da cidade! Achei que fôssemos amigos o suficiente para que ele percebesse que não sou uma sirigaita que transa com gente que nem conhece dentro de um carro!

Pego meu fone, que ele ajeitou, e embolo tudo de novo. Tenho vontade de dar um murro em alguém, e antes que me torne agressiva, vou caminhando à passos largos para a sala.

Passo os três últimos tempos vendo vermelho, e assim que bate a campa, passo pelo estacionamento e vou direto à parada de ônibus. Logo lembro que esqueci meu passe.

O segundo amor de Annabelle LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora