Capítulo 22

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A ida com Lucas para a escola foi tensa. Ele parece inclinado a não me pedir desculpas, e eu também, porque não acho que tenha feito alguma coisa errada.

Isabella perguntou onde eu me meti ontem, e disse que ligou umas 300 vezes. Pedi desculpas, e ela, vendo que eu não queria falar sobre o assunto, deixou quieto.

Agora estamos na hora do almoço, e eu e Isabella comemos caladas quando Lucas entra. Ele pega um prato e quebra sua rotina desde o começo do ano, desviando da nossa mesa, e vai se sentar com Jonas e seus amigos do futebol.

De repente não estou mais com fome, e deixo meu prato de lado enquanto espero Isabella terminar de comer. Lucas está agindo como uma criança. Ou pior, porque nem meu irmão é assim.

Estamos indo em direção à nossa última aula quando vejo Michael pela minha visão periférica. Está com mais dois amigos, mas não estou nem aí, quero falar com ele.

- Pode ir na frente. - digo, e Isabella acente. Vou caminhando lentamente e paro do lado de Michael. Seu amigo interrompe a história que estava contando e todos param para me olhar. Me viro para Michael.

- Posso falar com você? - pergunto baixo.

Depois de uma pausa constrangedora, ele balança a cabeça. Vamos em direção ao jardim enquanto seus amigos assobiam para ele mediante a situação. Idiotas.

Não consegui dormir. Passei a noite toda pensando no que Michael me disse. Eu sei que ele errou, e feio. Mas eu também não fui das melhores pessoas, e quero consertar isso agora.

Ele senta e me encara. Espero um pouco antes de começar.

- Eu pensei em tudo o que você me disse ontem. E bem, acho que você estava certo em partes. - ele ergue as sobrancelhas, mas continuo rápido. - Eu me dediquei ao meu irmão, e acho que esqueci de ser sua namorada. Enfim, não acho que tenha dado o devido tratamento à você. - digo, me referindo à quando não quis ir para a cama com ele. - Então, me desculpe.

Falo tudo rápido, para que eu possa limpar minha consciência e ir logo embora dali. Michael fica me encarando por um tempo, até que levanta.

- Tá tudo bem. - ele me diz. - Eu sei que você não fez por mal.

E então, contra todas as leis da natureza, ele me abraça.

Põe os braços ao meu redor e aconchega minha cabeça em seu peito.

Não retribuo o abraço. Apenas fico parada, me perguntando que porra é aquela, até que ele me solta. Assim que ele o faz, dou dois longos passos para trás.

- Ãh... então tá, tchau. - me despeço, já indo em direção à saída.

- Tchau Anna. - ele me diz com a voz rouca. Não viro para ver sua expressão.

Assim que passo pela porta, cabelos pretos e bagunçados chamam minha atenção. Lucas é mais alto que a maioria das pessoas, por isso é fácil de ser localizado.

Ele está saindo da outra porta do jardim. E parece chateado com alguma coisa. Parece que ele percebe o meu olhar, porque se vira para mim, e vejo mágoa e raiva nos seus profundos olhos azuis.

E então eu sei. Lucas viu tudo o que aconteceu entre mim e Michael.

Não que eu tenha feito alguma coisa errada, pelo menos eu acho, mas quero me explicar para ele. Quando dou um passo em sua direção, ele sacode a cabeça, e vai em direção ao lado oposto.

. . . . .

Lucas

Sei que é meio infantil ficar com ciúmes e descontar nela, mas eu não consigo evitar. O cara vomita um monte de merda pra cima da garota e ela quer que eu fique calado?

O segundo amor de Annabelle LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora