Capítulo 26

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Eu caía.

Não havia chão sob os meus pés, e eu apenas observava o chão cada vez mais próximo.

Até que eu o atingi.

Acordo com um susto, o coração a mil. Expiro e inspiro várias vezes, percebendo que estou no meu quarto. Lentamente me localizo e olho para o lado, procurando Isabella, que já levantou.

Me sento na cama, os músculos doendo como nunca por ter passado a noite inteira na mesma posição.

Escovo os dentes e desço as escadas, em direção à cozinha, onde todos, menos meu pai, estão tomando café e fazendo a maior barulheira.

- Aaaleluia. - Isabella canta, e Ander ri.

Minha mãe bufa. - Pelo amor de Deus, pensei que estava em coma.

- Eu ainda levantei cedo. - me defendo. - Ainda estão no café.

Minha mãe revira os olhos, enquanto eu pego água e tomo direto do gargalo. Estou a caminho da mesa para me juntar à eles quando ouço o barulho da campainha.

Nos entreolhamos, decidindo quem vai abrir a porta. Todos já estão sentados, mas os olhos se viram para mim, que ainda estou meio agachada na cadeira. Sento de vez, indicando que estamos de igual para igual.

Minha mãe revira os olhos. - Anna, vá atender a porta.

Estou prestes a reclamar quando Isabella levanta, bem humorada. - Deixa que eu vou, tia.

Reencosto na cadeira. Isabella vai andando calmamente em direção à porta, enquanto minha mãe me fuzila com os olhos.

Resmungo, levantando e andando em direção à porta.

Quando estou chegando a sala, ouço uma voz rouca, e tomo um susto, pensando que pode ser Lucas. Paraliso, mas quando identifico as palavras, não me parecem do vizinho.

- Então você é a marrentinha? - ele pergunta, e eu paraliso novamente. - Confesso que Lucas tem um bom gosto.

Sinto que Isabella está prestes a responder quando chego por trás dela interrompendo-a antes mesmo que começe.

- Meu nome é Anna. - digo, - Você é?

Observo o indivíduo atentamente. Os olhos são de um azul profundo, abaixo de cílios longos.

Só de olhar para aquele azul, sei que é o mesmo azul que me fez perder o ritmo da vida nas últimas semanas.

Lucas mencionou um irmão.

Jared.

Estreito meus olhos. A estatura parece muito com a do irmão. Presumo que Jared tenha mais de 1,80m, e os cabelos são escuros e bagunçados.

Somando com os olhos azuis, Jared parece uma cópia de Lucas, tirando pelo fato que, enquanto Lucas deixa que o cabelo caia sob a testa, Jared o corta bem mais rente à cabeça.

Ele coloca as mãos nos bolsos, interrompendo a minha avaliação. Vejo um movimento no canto do meu olho, e me viro para Isabella, que está com cara de poucos amigos.

- Hey, meu nome é...-

- Jared. Irmão do Lucas. Acertei?

Ele ergue as sobrancelhas, surpreso. - Isso mesmo. Ele havia me dito que você era inteligente, mas nunca pensei no quanto.

- Não é preciso ser muito inteligente para identificar a semelhança entre os dois.

Ele acena, concordando. Mudo minha posição, querendo saber o que ele quer. E ele parece perceber, porque começa a se explicar.

O segundo amor de Annabelle LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora