Capítulo 18

128 3 0
                                    

Lucas

Tiro a lama do meu rosto, olhando para o gol.

Eu não acredito.

Mal vejo onde a bola está quando Jonas pula em cima de mim, seguido por outro, e outro.

- Eu não acredito cara! Você conseguiu! Conseguiu! Porra!

Então Fred me levanta do chão e me carrega, e quando olho para as pessoas na arquibancada, está uma gritaria só. Todos estão pulando e cantando o lema da escola. E quando me vejo, estou gritando também.

O juiz marca o fim do jogo, e nós vamos celebrando cumprimentar o nosso treinador, que está sorrindo de orelha a orelha. Ótima maneira de começar o ano. Trocamos apertos de mão e gritamos o nosso ridículo "urrá!!".

Vamos todos correndo em direção às saídas, onde todos ainda se encontram, e vejo que fizeram uma rodinha e estão pulando que nem loucos, alguns vaiando os alunos que passam com as cores da Carson. Não consigo tirar o sorriso do meu rosto.

Então, de novo, me levantam, e eu sou jogado no meio da roda. Muitos me parabenizam, gritando, e então a vejo. Está com um sorriso enorme no rosto, e a tinta azul já se desmanchou e está espalhada por todas a região das suas bochechas.

Um garoto que está do seu lado a enpurra, e ela cai bem na minha frente, rindo. A ajudo a se levantar, e nos olhamos com um sorriso ridículo no rosto. Lembro do incentivo que ela fez no cartaz, e acho que ela também lembra, porque faz cara de nojo, sorrindo.

Esqueci totalmente de como a minha cara deve estar preta por causa daquela maldita lama em que me esfreguei, mas não ligo, dessa vez ela não escapa.

Pego-a pela cintura, assustando-a, e ela solta um gritinho, vindo para mais perto, me olhando com um sorriso travesso no rosto. Abaixo minha cabeça e encontro meus lábios nos dela.

Ela fica na ponta dos pés e põe os braços no meu pescoço, e eu me perco na sensação de beija-la. Desejei isso por tanto tempo, e finalmente está acontecendo.

Você é um filho da puta de um sortudo, seu merdinha.

Com certeza.

Levanto-a, e ela sorri na minha boca. Sinto o gosto de menta e, principalmente, dela. Ela agarra meus cabelos, e prende as pernas na minha cintura. Ponho as mãos em suas coxas para que não caia, o tempo todo não tirando os lábios dos dela.

Quando finalmente nos separamos, soltando nossas respirações, me dou conta de como todos começaram a gritar, uivar e pular, em relação ao nosso beijo. Por que parece que todos sabiam que eu estava a fim dela? Ah é, por um momentto esqueci que estava em Elizabethtown.

Depois de um tempo, mais beijos, e uma cerveja derramada em nós dois, decido que já é hora de tira-la dali.

Saio com ela, de mãos dadas, em direção ao carro. Ela não disse nada, e eu também não. Acho que os dois não sabemos o que dizer.
- Onde está Isabella? - pergunto, rouco.

- Ela vai ficar para sair com o pessoal e comemorar. Depois acho que o Lake vai leva-la para casa.

Aceno, e entramos no carro.

Dou partida, e coloco a mão no joelho dela. Na primeira vez que fiz isso, e ela não me rejeitou, me senti o cara mais feliz do mundo, e depois o mais imbecil, por ficar feliz só por tocar o joelho de uma garota.

Mas depois lembrei quem era a garota, e lá estava o sorriso de novo.

Coloco uma música qualquer na rádio, e de vez em quando a observo, olhando pela janela, para as árvores. Sempre faz isso.

Paro o carro em frente à sua casa, onde todas as luzes ainda estão acesas. Ela olha, intrigada, e eu aperto minha mão em seu joelho. Então se vira para mim e vejo aqueles lindos olhos castanhos.

- Você está bem? - pergunto.
Ela acena. - E você?

Eu sorrio, pegando sua nuca e trazendo-a para perto. A beijo para mostrar o quão bem estou e ela sorri na minha boca.

Então não ligo para mais nada. De todas as coisas no mundo, nada pareceu tão correto quanto beijar Annabelle Louis. Essa sim, foi a decisão mais certa que já tomei.

Annabelle

A verdade é essa: eu cansei de fugir.

Cansei de me distanciar daquilo que eu acho que pode me machucar, ou que pode me prejudicar. Eu vejo meu irmão todos os dias, um aós outro, melhorando, e quero isso pra mim também. Chega de me prender ao que eu passei com Michael.

Durante todo esse tempo, neguei tudo o que podia sentir por Lucas por medo do que essa relação poderia fazer comigo. Mas agora, tão perto dele, sei que a única coisa que me fez foi feliz.

Ele acaricia minhas bochechas com as costas dos dedos, e encaro seus profundos olhos azuis.

- Você quer entrar? - pergunto, indicando minha casa com o queixo. Não acho que esteja pronta para me separar dele ainda.

- Com certeza. - diz, rouco.

Nos separamos apenas para sairmos do carro, e vamos caminhando lentamente, de mãos dadas,para a minha casa.

Ele solta um risinho. - De quem foi a ideia daquele cartaz?

- Da Isabella. - digo, rindo. Ela me desafiou a escrever aquilo, e eu aceitei. Não sei como, ou quando, percebi que não queria negar o que sentia pelo vizinho. Mas quando resolvi escrever aquilo no cartaz, a ficha caiu. Eu não queria ficar longe de Lucas. Eu o queria perto de mim.

Ele passa o braço pelo meu pescoço, beijando minha testa, e fecho os olhos, saboreando o toque. Entramos rindo na casa, de mãos dadas, em direção à sala.

Mas assim que entro no cômodo, e vejo minha mãe, meu pai, um Ander fazendo cara feia e ele, congelo.

Está tão bonito quanto antes, apenas um pouco mais magro. Os cabelos castanho-claro lhe caem nos olhos verdes, que se viram para mim, sorridentes. Mas paralizam quando me vêem com Lucas, que está olhando para todos com uma expressão de interrogação.

Engulo em seco, e olho para minha mãe, que está sorrindo. Me viro de novo para ele, com os olhos arregalados.

- Michael?? - pergunto, com a voz estrangulada.

O segundo amor de Annabelle LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora