Capítulo 45

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Annabelle

Coloco minha mão esquerda no balcão, visando me apoiar em alguma coisa. Percebo que minhas palmas estão suadas.

Pisco repetidamente, meu coração a mil. Mas logo me recomponho, e inspiro antes de falar alguma coisa. O tempo todo ele fica me encarando, com um maldito sorriso no rosto.

- Que surpresa desagradável. - é a primeira coisa que me vem a mente.

Você está LOUCA??? Não se pode falar isso, ainda mais para um cara que pode estar ameaçando você!!!

Estou prestes a me desculpar no momento em que detecto o enorme sorriso em seu rosto. Estreito os olhos, em fúria. - Se é com Lucas que você planeja falar, ele já está chegando.

Deixo minha ameaça velada. Ele move seus olhos pelo local. - Ele não virá agora.

Meu coração vai a mil. Sinto todo o sangue sumir do meu rosto, e engulo em seco. - O que você quer?

Onde Lucas está??

- Lugar legal esse aqui. - ele caminha para um banco um pouco mais distante de mim. Solto o ar que estava segurando. - Você sempre fecha o restaurante? É perigoso para uma garota como você.

Sinto a raiva tomar meu peito. Uma garota como eu? O que isso significa? Sacrifico minha curiosidade para não falar com ele.

- Você não vai falar nada? - ele se mostra irritado, e eu pulo.

- Não tenho muito o que falar com você. Pelo menos não palavras civilizadas.

Ele ri um pouco. - Lucas já envenenou seu cérebro, não é?

- Ele me disse. Tudo. Nem sei como você tem coragem de dar as caras por aqui depois de tudo o que fez.

Uma ousadia furiosa toma conta de mim, e calmamente, me apoio no balcão, encarando-o olho a olho. - O que você quer?

Ele ergue as sobrancelhas, uma expressão inocente no rosto. - Preciso falar com você.

- Fale.

Ele suspira. - Queria que ficássemos mais sociáveis antes, mas estou vendo que não será possível. - Ergo as sobrancelhas.

- Sociáveis?! Você invadiu a casa da minha melhor amiga! Não venha com palavras ridículas de pai agora, por que isto não vai dar certo!

- Você não pode provar isso.

- Sério? Eram seus cigarros, Jonh. Seus malditos cigarros. Você chegou aqui para fazer confusão?? - Aproximo meu rosto do dele, meus olhos em fúria. - Você conseguiu. Vai ter confusão, e eu juro, seu filho da puta, por Deus, que não vou descansar enquanto não colocá-lo na cadeia, que é seu devido lugar. E se não for na cadeia, será no inferno.

Me levanto. Pegando as chaves. - Vá embora. E é melhor que Lucas apareça aqui antes da dez.

Ele se levanta, e vejo que minha ameaça não parece ter afetado em nada seu rosto. - Agora sei por que ele gosta de você. Confesso que até eu começei a gostar. Mas escute meu conselho, isto terá que acabar.

Me viro para ele. - O quê?

Ele segura meu braço e me aproxima de si. Sinto a bile subir por minha garganta quando o cheiro de cigarro e vodca me atinge. - Você fez sua ameaça, Anna. Agora irei fazer a minha.

Tento me soltar, mas ele me segura mais forte, me fazendo sentir uma pontada aguda de dor no braço.

- Quero que acabe com ele. Você vai deixá-lo. E assim que ele chegar neste lugar, você vai fazê-lo. Não quero ter que machucá-la, Anna. Isso já foi longe demais. E, quando você for embora, prometo que nunca mais me verá na sua vida.

O segundo amor de Annabelle LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora