Tentei ir atrás de Lucas 3 vezes na escola. Ele fugia de mim ou fingia que não estava me ouvindo e ia embora, o que só me deixava cada vez mais puta. Até que, no fim, desisti.
A conclusão é: eu não posso força-lo a ficar do meu lado. Lucas tem sua própria vida, e se me deixar de lado é o que ele quer, é o que ele terá.
Conforme os dias foram passando, eu procurava sua cabeleira bagunçada no mar de cabeças na hora do almoço. A toda hora, tinha esperança de ver seu carro na frente da minha casa, na hora de ir para a escola.
Mas claro que isso não aconteceu.
Já se passaram três dias. Três nunca foi o meu número da sorte. Já deixo bem claro que odeio o número três. Ele é um número egoísta, a meu ver.
Mas não vou explicar o porquê disto, porque demanda muito tempo. E não quero mais falar sobre o meu azar com o número 3. É deprimente para mim.
Michael ficou ao meu lado esses 3 dias. Ás vezes eu tinha vontade de apenas tira-lo dali. Dizer-lhe para ir embora e me deixar em paz, mas eu não conseguia. Coloquei na minha cabeça que os números 3 que apareciam na minha vida não eram culpa de Michael.
Eu levei bem o meu gelo até ver Lucas com outra garota. Não estavam se beijando, mas estavam bem próximos. E ele ria de alguma coisa que ela havia falado.
No momento em que percebi o que via, um peso enorme esmagou meu coração, e minha garganta ficou seca. Meus olhos começaram a arder, mas contive toda ou qualquer emoção que podia transparecer e me recompus, saindo do lugar o mais rápido possível.
Mais tarde naquele dia, ao ver seu carro do outro lado da cerca que dividia nossas casas, aquela sensação voltou. Mas de novo, as lágrimas não estavam lá.
Eu não ia chorar por isso.
Depois desse exato dia, essas crises voltavam a qualquer hora. Me concentrei como nunca antes em meus estudos, minha família, a escolha de uma universidade.
Por incrível que pareça, até arranjei um emprego.
Era como garçonete em um restaurante mais afastado da cidade. A proprietária, Lúcia, determinou meu horário como das 18h ás 22h. Me parecia um bom começo, com dinheiro o bastante para que depois de um tempo, eu pudesse comprar um carro.
Deixei de ir aos jogos de futebol.
Desisti do vôlei.
As únicas coisas que permaneceram constantes foram minha família e Isabella, que investia severamente em sua relação com Adam, o carinha da locadora.
Depois de mais uma crise de quase choro, no banheiro da escola, pude finalmente me encaminhar para a sala de aula. Virei no corredor mais próximo e dei de cara com Michael.
- Hey. - ele me segura pelos ombros.
Aceno, me indireitando, e estou retomando minha caminhada quando ele me para.
- Será que eu posso falar com você? Prometo ser rápido.
Vamos em direção à biblioteca. Úrsula, a bibliotecária, nos encara sob seus óculos redondos, desconfiando de nossa presença durante o horário de aula.
Ignoro e sento em uma mesa isolada. Espero que ele fale.
- Anna, o que eu tenho para lhe dizer agora é uma coisa extremamente séria. - ele diz, chamando a atenção do meu cérebro enevoado.
- Você deve saber - continua. - Que menti quando disse à sua mãe que ficaria pela cidade. A verdade é que eu ainda tenho um apartamento na capital. Eu vim para Elizabethtown por causa de outros motivos.
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O segundo amor de Annabelle Louis
Random"Pego-a pela cintura, assustando-a, e ela solta um gritinho, vindo para mais perto,me olhando com um sorriso travesso no rosto. Abaixo minha cabeça e encontro meus lábios nos dela. Ela fica na ponta dos pés e põe os braços ao redor do meu pescoço, e...