Foram dezoito dias.
Foram um total de dezoito dias vendo Lucas de gandaia, como diz Ander, com a maioria das garotas bonitas da escola.
Não posso dizer que foram os melhores, mas foram toleráveis. Eu chorei em muitas noites, mas não deixei de comer por causa disso (determinei que era uma leseira ficar com fome por causa do vizinho).
Isabella denominou esse período de Apostasia, e eu não me opus, já que parecia mesmo que estávamos na escuridão.
Não, não foi só isso. Michael pareceu ficar mais puto comigo a cada dia, tentando me fazer "Acordar", usando suas palavras.
Depois dos primeiros 7 dias ele se distanciou, mas não o bastante para que eu me sentisse satisfeita.
Jared Parker, da casa ao lado, não deu as caras novamente. O único movimento que parecia ocorrer por ali era de sua tia, que eventualmente saía de casa para arrumar a entrada ou entrar no carro e ir não se sabe onde.
Evangeline pareceu tomar as mesmas decisões que Jared e Lucas. Cobriu os machucados das minhas unhas no seu rosto, e foi sorridente para mais um animado dia na escola. Ás vezes a pegava me encarando, para nunca se aproximou. Pelo menos um ponto positivo em toda essa confusão.
Era como se a briga entre nós fosse apenas um sonho maluco meu. Mas a prova de que tudo realmente aconteceu foi Michael. Ele parece inclinado a me fazer ir não sei pra onde com ele, e eu estou inclinada a não ir.
O trabalho estava indo como o esperado. Já havia recebido meu primeiro salário, e estou guardando cada centavo pelo meu querido carro.
E foi isso: escola, casa, trabalho. Minha rotina desses não tão memoráveis 18 dias.
As coisas só começaram a mudar no décimo nono dia.
. . . . .
- Está dispensada, Anna. Boa noite! - Lúcia me diz por trás dos óculos pretos, que lhe dão um aspecto profissional e intimidante (o contrário de sua verdadeira personalidade). Me despeço e pego minhas coisas no armário.
Olho para o relógio. 23h, tive que ficar até mais tarde hoje. Meu pai deve estar voltando do trabalho à essa hora, já que está se dedicando severamente Ao Projeto, como denominamos na minha casa.
Vou andando calmamente até a frente do restaurante vermelho e laranja. Normalmente vou de ônibus mesmo, mas já que está muito tarde, seria melhor pedir carona dele.
Estou prestes a ligar quando localizo um carro desbotadamente vermelho na minha visão periférica.
Ah não.
Me escuto resolvendo aquela equação comigo mesma:
- Primeira reação: ele veio me buscar. Raiva.
- Segunda reação: ele veio jantar no restaurante, mas chegou só uma pouco tarde. Fuja enquanto pode.
- Terçeira reação: esse não é o carro dele. Alívio.
- Quarta reação: estou tendo alucinações. Preciso de um psiquiatra.
Então a porta do motorista se abre, e lá está Lucas Parker, brilhando mais que Chad Dillan Cooper na primeira temporada de Sunny entre estrelas.
De novo não.
A verdade omitida da minha realidade nesses 18 dias ou 18 dias e meio: foram um período de aceitação.
Eu aceitei que não havíamos dado certo. Aceitei que não deveríamos ter dado certo. Aceitei que fui uma idiota, e que ele também foi. Mas eu não podia aceitar que ele aparecesse do nada e interrompesse o meu período de aceitação.
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O segundo amor de Annabelle Louis
Rastgele"Pego-a pela cintura, assustando-a, e ela solta um gritinho, vindo para mais perto,me olhando com um sorriso travesso no rosto. Abaixo minha cabeça e encontro meus lábios nos dela. Ela fica na ponta dos pés e põe os braços ao redor do meu pescoço, e...