Lucas
A vida me trouxe para Elizabethtown talvez porque eu precisava de paz. Os últimos meses foram um inferno, e os únicos parentes vivos que eu conhecia da minha mãe eram meus tios.
Faltando um ano para terminar o colegial, fui obrigado a me inscrever em alguma escola. Não foi á toa que quando eu cheguei minha tia ja estava com a papelada e o material escolar todo em mãos. Agora eu só tinha que ir á escola para pegar os horários.
Após uma pesquisa, descobri que só havia um total de 3 escolas na cidade. Tinha uma possibilidade muito grande da coisinha da casa ao lado estudar na mesma escola que eu. Claro que achar a escola não seria difícil, não sou um idiota, mas vi uma grande oportunidade de falar com ela.
Ela me encantou desde o momento em que a vi chegar em casa, sorrindo ao ver o irmão.
Não se importou em se sujar, apenas começou a jogar futebol de um jeito ridículo. Pela janela da minha cozinha, vi seu cabelo ser espalhado por todas as direções enquanto gargalhava tentando imobilizar a criança. Fiquei imaginando se poderia falar com ela. Claro, não seria nada sério, mas uma boa maneira de começar meu último ano.
Noite passada, a vi me encarando da sua varanda. Estava escuro, por isso não consegui distinguir sua expressão, mas alguma coisa se aqueceu no meu peito. Tomei um susto ao constatar o quanto gostaria de acenar, ou até mesmo correr até a varanda, e então saí dali o mais rápido possível.
Mas agora, olhando para os seus olhos escuros, eu chego à uma conclusão: Eu tenho que me aproximar dela.
Sua expressão atordoada de alguma maneira me deixa feliz, enquanto observo as pequenas sardas no seu nariz.
- O quê? - ela pisca.
- Você pode me dizer como eu chego lá?
Ela me observa, como se me analisando, e deduzindo se sou ou não confiável.
- Me desculpa, eu te conheço de algum lugar? - ela pergunta.
Não esperava por isso. Fico tentado a lhe dizer que sim, que já vim algumas vezes, e que talvez ela possa ter me visto. Mas alguma coisa na sua expressão me influencia á me apresentar de maneira correta.
- Sou novo na cidade, vim passar a temporada na casa dos meus tios, meu nome é Lucas, Lucas Parker.
Penso que talvez a pronúncia do meu nome inteiro possa faze-la gostar mais de mim, ou dar um efeito bom á apresentação, mas ela só ergue as sobrancelhas.
- Não estou querendo saber quem você é. Só achei que te conhecia de algum lugar, mas acho que me enganei, sinto muito. Fica bem próximo daqui. Siga direto, depois dobre á esquerda, sempre á esquerda, até dar de cara com um prédio azul.
- O quê? - me perdi quando ela tirou uma mecha de cabelo do olho para me mostrar qual rua seguir.
Dá um sorriso discreto:
- A escola.
- Ah sim, obrigado...
- Annabelle Louis.
Okay, esse nome deu efeito á apresentação.
- Você tambem vai pra lá? Sabe, eu acho que ainda posso me perder, então que tal eu te dar uma carona? - pergunto com meu melhor sorriso.
Isso, Lucas. Está na hora de entrar em ação.Ela se vira para a rua, me dando as costas, e começa a andar em direção á esquina.
- Você consegue chegar sozinho. Acho melhor não. Te vejo por lá.
E a observo ir embora. Assim, do nada.
O quê?
Volto pra dentro de casa para pegar as chaves. Droga. Fiquei 20 minutos esperando ela sair de casa para levar um fora ridículo.
A garota parece ser muito metida, pra me dar as costas como se eu não fosse ninguém. Me lembro da sua expressão quando olhou para o garoto, que percebi ser seu irmão, já que os dois eram muito parecidos. Não.
Ela é diferente.
Isso vem a minha mente enquanto entro no carro. Sim, parece ser um pouco mais durona que o resto das garotas daqui, mas eu só preciso mudar essa maneira de abordagem.
Uma sensação de adrenalina se apodera de mim enquanto me dirijo á escola. Sim, é isso o que preciso. Mudar a abordagem.
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O segundo amor de Annabelle Louis
Acak"Pego-a pela cintura, assustando-a, e ela solta um gritinho, vindo para mais perto,me olhando com um sorriso travesso no rosto. Abaixo minha cabeça e encontro meus lábios nos dela. Ela fica na ponta dos pés e põe os braços ao redor do meu pescoço, e...