IsabellaMe apoio na primeira coisa que vejo à minha frente, chorando compulsivamente. A coisa acaricia meus cabelos e sussurra alguma coisa, mas não entendo devido às vozes altas na minha cabeça.
"Eu só pedi uma coisa".
Mais lágrimas quentes escorrem pelas minhas bochechas. - Anna...
Ela me odeia. Ela está certa em me odiar.
Meus joelhos perdem a força, e me sinto começar a desabar quando Jared, que estava me consolando, me pega no colo. Eu me sinto suja, como se não merecesse estar aqui. Estar aqui com ele.
Não mereço-o quando acabei com a relação do seu irmão com minha melhor amiga. Não mereço estar com ele quando separei-os.
Sacudo a cabeça veementeemente, tentando me soltar, mas ele só me aperta mais forte. Vários soluços escapam da minha boca.
- Shh. Vai ficar tudo bem. Vamos, vou te levar para casa.
Casa.
Eu vou para casa. Com certeza ela não me quer mais aqui, e ele percebeu isto.
Por mais egoísta que seja, me agarro nele, enxarcando sua camisa enquanto continuo a chorar. Ele desliza as mãos pelas minhas costas enquanto caminha comigo, até entrar na sua casa.
Casa.
Percebo que não é para minha casa que ele esteja me levando, e sim para a sua. Sobe as escadas e entra no seu quarto comigo ainda em seus braços, e me deita na cama. Antes que ele vá embora, pego seu pulso.
- Por favor... eu.. -
- Eu não vou a lugar nenhum. Só queria trancar a porta.
Solto seu pulso, percebendo o quão patética devo parecer agora. Minha única amiga deve me querer morta, e estou implorando-o para que fique comigo.
Fecho os olhos para a dor, e neste momento, sinto-o novamente. Ele desliza as mãos pelos meus braços, me aquecendo, e logo que estou deitada, ele fica na minha frente, me prendendo em seu forte aperto.
Enterro minha cabeça em seu peito, continuando a chorar, e ele beija o topo da minha cabeça. Luto contra o nó em minha garganta para poder falar.
- Ele me odeia. - digo em meio aos soluços.
- Shhh. Ela não te odeia. - e beija minha testa. - Ela só está passando por uma fase difícil agora.
Me encolho perante a sensação de culpa. Angústia. - O-o que eu faço, Jared?
Ele me embala suavemente nos braços, enevoando meus pensamentos de autodepreciação. - Agora? Você vai dormir. E depois, você vai resolver as coisas com ela.
Fecho os olhos. - Prometa.
Sinto-o tenso ao meu redor, mas ele me beija na testa novamente, várias vezes. - Eu prometo.
E assim, finalmente o maldito sono chega, me levando para uma espiral de desespero e angústia.
Desespero porque eu posso perdê-la. A única amiga de verdade que tive em toda a minha vida. A única família de verdade que tive em toda a minha vida.
- Descanse. - ouço em meio à escuridão. - Prometo que eu vou... Que nós vamos resolver isso.
**********************
Annabelle
Acordo, sentindo meu coração martelar fortemente contra o meu peito.
Percebo que estou deitada no chão, ainda com a mesma roupa da manhã. Por que estou com a mesma roupa de hoje de manhã?
Uma série de eventos se passam em minha cabeça, tão aterrorizantes quanto meus piores pesadelos. E aqui está a prova: eu, pateticamente deitada no chão, com os olhos tão inchados quanto possíveis, e cheirando a roupas usadas e banho não tomado.
Minha visão instantaneamenrte fica embaçada, como se já não estivesse antes. A dor em meu peito é quase insuportável, e gemo quando percebo que ela não irá passar por um bom tempo.
Não era verdade. Ele estava mentindo, nunca faria isso com você.
"Eu também... acho que já demos o que tínhamos que dar".
- Oh meu Deus... - o nó em minha garganta se aperta mais, e lentamente me levanto do chão. De pé, vejo um retrato de nós quatro juntos, que Isabella tirou no dia em que fomos ao campo para que eu aprendesse a dirigir.
Isabella.
Fecho os olhos, tentando controlar uma sensação um pouco conhecida no peito. Raiva.
Olho para a foto. A garota de olhos castanhos e um sorriso cínico no rosto, nos braços do garoto de olhos azuis e um sorriso de lado travesso, não se parece mais comigo.
Isabella sorri abertamente, e Jared a encara, também sorrindo.
Lembro do dia em que ela jogou os objetos da casa deles na parede, com raiva.
Pego o retrato, arqueando meu braço, e jogo-o com toda a força possível na parede. O som dele se partindo em mil pedaços se parece muito com o do meu coração.
- Anna? Anna, você pode abrir a porta? O que aconteceu?
Ouço a voz de minha mãe, mas ignoro. Vejo alguma coisa brilhar en minha mochila, e pego. O celular de Ander. O celular que eu ia pedir para ele consertar.
Acho que agora, não haverá mais conserto.
Levanto meu braço para jogá-lo no chão, mas antes de soltar o objeto, paro.
Não posso fazer isso.
Guardo-o novamente, com cuidado, em minha mochila. Meus movimentos são automáticos quando, lentamente, tiro minhas roupas, entrando no banheiro.
Tomo banho com vigor, fantasiando que o sabonete também possa levar essa dor que parece impregnada em meus poros. Assim que acabo, coloco qualquer roupa no armário e me jogo na cama, sem fome.
Choro novamente.
________________________________
____________________Capítulo pequeno, mas necessário. Prometo que o próximo será um pouco maior.
Bjsssss *-*
VOCÊ ESTÁ LENDO
O segundo amor de Annabelle Louis
Random"Pego-a pela cintura, assustando-a, e ela solta um gritinho, vindo para mais perto,me olhando com um sorriso travesso no rosto. Abaixo minha cabeça e encontro meus lábios nos dela. Ela fica na ponta dos pés e põe os braços ao redor do meu pescoço, e...